Imaginar contra Colonizar: (Per)curso Investigativo para Educadoras/es Inquietas: inscrições abertas até 30/4

20/04/2023

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Foto: Natalia Tonda

Terras que não pertencem a ninguém, histórias recontadas no coletivo, um tempo e um espaço melhores que aqui e agora… como imagens, imaginações e as histórias podem nos inspirar a imaginar novas possibilidades para nossas práticas artísticas, educativas e mediadoras no mundo?

Com o (per)curso Imaginar contra Colonizar, propomos caminhadas coletivas e individuais para investigação de imagens e práticas educativas, artísticas e culturais com pessoas que atuam nos campos da arte, educação e mediação cultural, tendo como eixo organizador de pensamentos e práticas descolonizadoras como potência de mediação. Assim, para preparar o caminho e a caminhada, convidamos educadoras/es, mediadoras/es culturais e artistas para compartilhar seus saberes e pesquisas, com pessoas interessadas e previamente inscritas nos encontros, para juntas movimentar e imaginar mundos possíveis e ler pelo avesso as imagens e reencenações coloniais ainda presentes em nosso cotidiano. A caminhada terá também a proposta para uma produção imagética individual das pessoas participantes.

O curso acontece às quintas-feiras, dos dias 11/5 a 6/7 (exceto 8/6), sempre das 19h às 21h. A seleção dos participantes será feita mediante resposta da pergunta “O que te motiva a estar conosco nesse (per)curso?” para o e-mail cursos.avenidapaulista@sescsp.org.br até o dia 30/4.

Encontro 1 – Imaginar contra colonizar

Com Auana Diniz e Raquel Santos
11/5, quinta, das 19h às 21h

Início da caminhada coletiva para investigação de imagens e práticas educativas, artísticas e culturais e para apresentação de uma proposição individual de criação de uma produção imagética, que as pessoas participantes poderão elaborar ao longo do processo.

Encontro 2 – A (re)escrita das histórias de vida com a arte e a educação

Com Rejane G. Coutinho
18/5, quinta, das 19h às 21h

Tendo como fio condutor a própria experiência de vida e formação com as artes e a educação, o encontro convida a (re)visitar e (re)escrever histórias vividas como estratégia para adensar reflexões decoloniais.

Encontro 3 – Os personagens e suas estéticas

Com Olinda Tupinambá
25/5, quinta, das 19h às 21h

O encontro visa falar da construção das personagens criadas para os filmes da artista e de que forma a estética e elementos da cultura tupinambá aparecem nessas narrativas. As entidades contribuem na produção do argumento dos filmes; a questão ambiental, espiritual e de identidade são temas centrais das produções.

Encontro 4 – Álbum de família: um arquivo branco na arte contemporânea

Com Rodrigo Lopes
1/6, quinta, das 19h às 21h

No encontro, será abordado como o álbum de família tem sido apropriado em práticas artísticas e arte/educativas, questionando o que entendemos como tempo, memória e arquivo.

Encontro 5 – Percursos narrativos Afro-luso-brasileiros 

Com Mafuane Oliveira
15/6, quinta, das 19h às 21h

Tendo a oralidade como fio condutor, a mediadora propõe reflexões a respeito do processo criativo da arte de narrar histórias na contemporaneidade e práticas educacionais que integrem a tradição oral como valor civilizatório afro-brasileiro.

Encontro 6 – O bom caminhar, a continuidade do trilhar dos ancestrais

Com Neusa de Quadros – Para Poty e Daniel dos Santos – Wera Poty
22/6, quinta, das 19h às 21h

Conversa a partir dos saberes deixados pelos ancestrais do povo Guarani M’bya – o modo de vida Nhandereko. E a busca por viver em harmonia com a natureza, preservando, reflorestando e cuidando das nascentes, fauna e flora que restam no Território Indígena do Jaraguá e na retomada com a aldeia Tekoa Pindo Mirim.

Encontro 7 – Desvelando a “fofurice” infantil: infâncias, racismo e práticas antirracistas

Com Jussara Santos
29/6, quinta, das 19h às 21h

O encontro abordará questões da concepção de infância, vivências racistas e práticas antirracistas em espaços formais e não formais de vivências de bebês e crianças. E também reflexões sobre a estirpe do racismo e como ele se revela entre crianças, considerando o papel dos adultos, sobre o “lápis cor-de-pele”, sobre a ausência e a presença de personagens negras na literatura infantil, entre outras questões.

Encontro 8 – Partilhas e costuras

Com Auana Diniz e Raquel Santos
6/7, quinta, das 19h às 21h

O último encontro envolverá uma mostra comentada das produções imagéticas criadas por participantes durante o processo, e ações de costura e bordadura com palavras da mediação sobre as práticas educativas, artísticas e culturais partilhadas coletivamente nos encontros.


Participantes

Auana Diniz é arte/educadora e socióloga. Doutora em Artes (IA – Unesp, área de concentração Artes e Educação), especialista em Mediação em Arte, Cultura e Educação (Escola Guignard – UEMG) e bacharel em Ciências Sociais (PUC-SP). Pesquisa história(s) da arte, leituras de imagens e mediação cultural. Atuou em programas e projetos educativos e culturais em museus, centros culturais e instituições educacionais.

Raquel Santos é mãe, artivista e educadora. Cenógrafa (Unirio), bordadeira e percussionista do Bloco Ilú Obá De Min. Enquanto migrante sudestina, em suas pesquisas de mestrado (IA – Unesp) investiga relações de afeto e espacialidade como agentes educadores de corpografias afro diaspóricas na cidade de São Paulo.

Rejane Galvão Coutinho é mestra e doutora em Artes, docente do Instituto de Artes da Unesp, onde atua com formação de professoras e professores na Licenciatura em Artes Visuais, nos programas de Pós-Graduação em Artes e Mestrado Profissional em Artes, Prof-Artes; com pesquisas e publicações nos campos das histórias de ensino de artes e formação de educadores mediadores.

Olinda Tupinambá é indígena do povo Tupinambá e Pataxó Hãhãhãe, jornalista, curadora, performer, cineasta e ativista ambiental. Desde 2015 produziu e dirigiu dez obras audiovisuais entre performances, documentários e ficções independentes. É coautora do especial Falas da Terra (Estúdios Globo) e foi curadora de festivais e mostras de cinema, entre eles o Festival Cine Kurumin (2020 e 2021) e a mostra Lugar de Mulher é no Cinema (2020 e 2021). É coordenadora do Projeto Kaapora.

Rodrigo Lopes é artista, arte/educador e designer. Álbuns de família, fotografias e outros fragmentos de tempo estão no coração do seu trabalho. Tem mestrado em Arte e Educação pela Unesp (bolsa Capes-DS) e graduação em Comunicação Social – Publicidade e Propaganda pela UFC. Coordena o LAC – Laboratório de Arte Contemporânea.

Jussara Santos é batuqueira no bloco Ilu Obá De Min e doutora em educação pela UFSCar. É mestre em educação pela PUC-SP. É coordenadora pedagógica em uma unidade de educação infantil do município de São Paulo e compõe a Divisão de Educação Infantil na Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, sendo responsável pela implementação de práticas antirracistas, não xenofóbicas e que valorizem a equidade de gênero na educação infantil. É autora do documento Currículo da Cidade: Orientações Pedagógicas – Educação Antirracista, lançado em novembro de 2022.

Neusa de Quadros – Para Poty é índígena Guarani M’bya, mãe de quatro filhos e desenvolve um trabalho há mais de dez anos com a comissão Guarani YVYRUPA. Liderança representante da retomada da Aldeia Tekoa Pindo Mirim, busca manter as tradições aprendidas pelos mais velhos, focando no bem viver da comunidade, para demandas essenciais, plantio sagrado e comunitário, qualidade no saneamento, reflorestamento e constante força na soma da luta para demarcação de territórios.

Daniel dos Santos – Wera Poty é artista visual, pai e, há alguns anos, vem buscando a ancestralidade. Apoiador da luta indígena, em sua retomada de corpo e espírito pertencente à terra, soma com o povo Guarani M’bya na luta de proteção ambiental, aprendendo a transmitir as mensagens vivenciadas no modo de vida Nhanderoko, com toda a permissão, respeito e orientação, acreditando que a arte de uma forma simples possa transmitir a reflexão dos cuidados dessa terra sagrada.

Mafuane Oliveira é contadora de histórias, escritora, educadora e mestranda no Instituto de Artes da Unesp. Tem dedicado suas pesquisas aos temas da memória, performance, oralituras afrobrasileiras, literatura infanto-juvenil e culturas da infância. É criadora da Cia Chaveiroeiro, projeto de narração de histórias e formação de professores. Apresentadora do programa Contos Rá Tim Bum e co-autora do livro “Mesma Nova História”.

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