O não-tempo em pílulas

12/01/2022

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Entre os meses de março e abril de 2021, o Sesc Carmo convidou artistas com forte conexão com a região central da cidade de São Paulo para criar vídeo-pílulas, revelando os reflexos do período pandêmico que, naquele momento já completava um ano, na vida de quem trabalha com linguagens artísticas.  
 
Com direção de fotografia de Dani Neves, a série, dividia em quatro episódios, traduz poeticamente e documenta a sensação de viver mais de um ano sob a anormalidade pandêmica.  

O primeiro convidado foi o MC Nego Bala. Nascido e criado no centro de São Paulo, na região da “Boca do Lixo”, onde atualmente fica a chamada “Cracolândia”. Nessa primeira capsula, Nego Bala reflete poeticamente sobre o tempo nas diferentes realidades sociais. 

O segundo vídeo traz Facinet Touré, bailarino, coreógrafo, professor e percussionista de músicas tradicionais das culturas do Oeste Africano. Facinet vem da Guiné-Conacri e, desde 2019, vive no bairro da Liberdade, centro de São Paulo. 
 
No vídeo, Facinet incorpora na dança questões sobre o artista que migra e que busca expressar sua identidade por meio do seu trabalho. Como imprimir essas marcas em tempos de pandemia? 

 
A terceira cápsula foi com Aysha Nascimento. No vídeo, partindo dos cotidianos de memórias de um não-tempo, ela lança para si a pergunta: “Saberia eu onde mora a cápsula do tempo?”.  

Atriz, dançarina, preparadora corporal, professora e diretora de teatro, Aysha é integrante fundadora da companhia de teatro de rua Cia dos Inventivos, e do grupo de teatro negro Coletivo Negro. Integra também como intérprete-criadora a companhia de dança negra contemporânea Cia Sansacroma, e o núcleo de dança Núcleo Ajeum. O vídeo tem texto, atuação e concepção de Aysha Nascimento e direção de arte de Marcos di Ferreira.  

O quarto e último vídeo contou com a participação de Preto Téo, poeta transmasculino, morador da zona leste de São Paulo, corpo migrado em diáspora. Por meio da linguagem da poesia, Preto Téo buscou experimentar a pausa e o silêncio, e reflete sobre o isolar socialmente para resguardar – mas não só. Sobretudo, para curar. 

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