Duração: 90 minutos
atividade presencial
Grátis
Local: Tecnologias e Artes | 4º andar
Retirada de ingresso com 1 hora de antecedência.
Data e horário
Texto criado a partir do encontro das grafias ancestrais, autobiográficas e autoficcionais, com a escuta e transcrição de fragmentos do que a voz deixa ecoar no ar gravados em pele viva. Carne sônica. Som encarnado. Memórias latejantes.
A atividade conta com recurso de acessibilidade em Libras
Transcrições Consanguíneas é uma aparição de corpo sonoro onde Panamby lê textos autorais ao microfone enquanto Filipe Espindola transcreve fragmentos da fala em suas costas utilizando uma máquina de tatuar sem tinta. No processo de escarificar, as palavras brotam sanguíneas no tecido vivo e geram um novo texto a partir do exercício da escuta em meio à verborragia e cacofonia.
Simultaneamente, Panamby produz camadas e texturas sonoras a partir da voz, looping, da captação do som da máquina de tatuar na pele através de microfones de contato DIY conectados ao corpo, e áudios de parentes de Panamby: Maria do Carmo, José Manoel e Rita Maria. Como um importante aspecto de presença, o som é fio condutor de toda a ação.
Nesta versão do trabalho, serão condensados recortes de seu livro Cavalo Bípede e o Futuro Soprando Atrás da Nuca, compreendendo gestos autobiográficos e inscrições de memórias coletivas: revoltas de 2013 até o golpe fascista; gestação-parto-puerpério e o escuro; emaranhar-se em águas de breu e mata densa; pandemia da COVID-19 e futurologias abissais. Histórias para atravessar a carne, desadormecer os sentidos. Feitiços lançados no tempo que alimentam a boca vermelha e preta do universo.
Um texto revelado pelo sangue que brota da pele através da escarificação, sulcos no tecido inscrevendo recortes da memória nele contida. Inscrever na carne as histórias silenciadas pelo punho de aço dos sistemas que nos regem. Texto-colcha-de-retalhos que surge em fragmentos do que é dito, o texto falado entrecortado pelo ritmo próprio da escrita na pele. Tendo como ideia central o conceito de palimpsesto, as narrativas, autoficções, poesias, vômitos, rezas, dobram-se e se sobrepõem em jogos de opacidade e translucidez que alteram a todo momento os sentidos.
Panamby é artista, desensinadore, mãe/mamão. Bacharel em Comunicação das Artes do Corpo pela PUC-SP, mestre e doutore em Artes pelo PPGARTES-UERJ. Nascide na periferia sul de SãoPaulo/SP, morou por 6 anos no Rio de Janeiro/RJ (2011 a 2017) e em SãoLuís/MA de 2016 a 2023. Desenvolve trabalhos em múltiplas linguagens desde 2008, dedicando-se à pesquisa e criação a partir de limites psicofísicos atrelados a práticas de modificação corporal em experiências rituais, aparições, vultos e visagens. Segue suturando na vida após a pós e trilhando caminhos de cura anti-cis-tema transitando entre territórios (SP/RJ/MA). Passou a gerar sonoridades como prática poética no/do escuro, principalmente a partir de 2015, como tentativa de tanger o invisível e comunicar em outras línguas/linguagens. Em 2024, lançou seu primeiro livro, Cavalo Bípede e o Futuro Soprando Atrás da Nuca, pela editora Borboleta Azul.
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