O período de transição do século XIX foi especialmente importante para o violão pois é nele que as guitarras barrocas de quatro e cinco ordens (com ordens duplas, afinação reentrante e cordas de uma mesma ordem afinadas frequentemente em 2 oitavas) dão lugar à guitarra romântica, com seis ordens simples, maior tamanho, comprimento de cordas mais longo, maior tessitura e no padrão de afinação que se usa até hoje. Por causa dessa afinação, a guitarra romântica apresenta uma sonoridade mais homogênea e menos ressonante que a de seus predecessores. Por conseguir realizar bem os ideais musicais desses períodos, a guitarra clássica/romântica tem uma fase de grande prestígio, considerada uma Era de Ouro. Para ilustrar esses períodos, convidamos o violonista Bruno Madeira, que apresentará o repertório clássico/romântico em um instrumento de época.

Para contrastar com esse repertório, focamos a segunda parte do programa no momento histórico por volta da metade do século XX, em que duas tendências começam a ser observadas no violão brasileiro: uma ligada à tradição popular, que teve grande sucesso na era do rádio, da qual fazem parte Dilermando Reis e Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto; e outra voltada para música de concerto, mas que frequentemente não deixa de lado referências populares, simbolizada, nesse programa, por César Guerra-Peixe. Para interpretar obras deste grande compositor brasileiro, convidamos o violonista Eduardo Meirinhos, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG).