SP: Terra indígena

30/03/2022

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O Abril Indígena – ação em rede do Sesc São Paulo que valoriza e difunde a diversidade dos povos indígenas no Brasil – chega a sua quarta edição em 2022, reunindo bate-papos, oficinas, atividades artísticas, séries, documentários e apresentações presenciais e online durante o mês inteiro, em diversas unidades. 

Com o tema SP: Terra indígena, o projeto busca visibilizar a presença indígena nos territórios do estado de São Paulo, estimulando o protagonismo de indígenas provenientes tanto de aldeias, comunidades e Terras Indígenas, quanto de contextos urbanos. Conheça a programação aqui.

a foto mostra uma mulher indígena com camiseta colorida e colares, gesticulando e segurando um microfone.
Jera Guarani participa da atividade Alimentação Sagrada Guarani M’Bya e Exposição de Milho e Batata Doce, que acontece no dia 21/04, às 16h, no Sesc Campo Limpo. 

De acordo com o Censo do IBGE de 2010, há 305 etnias indígenas no Brasil, falantes de 274 línguas, somando uma população de cerca de 900 mil pessoas. Este estudo apontou que 5% dessa população habita o estado de São Paulo, contabilizando 41.794 indígenas. A maior parte desse contingente (91%) vive em zonas urbanas, em territórios fora de Terras Indígenas – sendo marcante a migração de etnias oriundas do Nordeste. O restante, cerca de 6.963 pessoas, reside em Terras Indígenas localizadas na faixa litorânea, no Vale do Ribeira, no oeste do estado e também na região metropolitana de São Paulo.

Os indígenas viviam e circulavam no estado de São Paulo muito antes da região se tornar o maior polo de desenvolvimento econômico do país, sendo evidente que o dito “progresso” os colocou em situação de extrema vulnerabilidade, sobretudo, por terem sido expropriados de suas terras ou, no máximo, confinados a diminutas Terras Indígenas, insuficientes para garantia da sobrevivência física e cultural. São nos centros urbanos que os territórios indígenas são mais prejudicados pela ausência ou morosidade de procedimentos de regularização fundiária, bem como são mais intensos os impactos da urbanização e de grandes empreendimentos (públicos ou privados).

Apesar da violência da colonização, os indígenas seguem circulando e atualizando seus saberes e fazeres em SP. Nesse sentido, o Abril Indígena deste ano pretende colaborar para a desconstrução da ideia estereotipada do indígena selvagem e isolado que vive em terras distantes incrustadas nas florestas, revelando a atualidade e dimensão local de suas existências, resistências, demandas, saberes e fazeres. 

Ainda que a história oficial tenha invisibilizado a contribuição indígena para a construção do que hoje conhecemos como estado de São Paulo, é impossível não notar a marca das populações autóctones desses territórios nos nomes de rios, ruas, relevos, etc. Assim, SP é, sim, Terra Indígena.

A identidade visual desta edição do Abril Indígena traz a obra “Brasil Terra Indígena”, gentilmente cedida pelo artista Denilson Baniwa. Você pode saber mais sobre ela aqui.

Conheça a programação completa do projeto em www.sescsp.org.br/abrilindigena 

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