
Em 2025, o Sesc São Paulo completa 30 anos de trabalho social com pessoas refugiadas. Para celebrar e trazer diferentes pontos de vista sobre o tema, convidamos 13 pessoas impactadas por estas ações, além de 3 instituições parceiras, para relatar suas relações de cooperação e protagonismo no contexto do Sesc. Leia na sequência o depoimento de Anas Obaid.
**
A partir da minha experiência com o Sesc São Paulo, compreendi que o refúgio não é apenas um deslocamento geográfico, mas um verdadeiro teste aos valores da justiça e da dignidade humana.
Nos espaços do Sesc encontrei o significado concreto dos direitos humanos quando eles deixam de ser apenas discurso e se transformam em prática — quando a palavra se torna gesto de acolhimento e responsabilidade.
Ali, o refugiado não é visto como uma exceção, mas como parte do tecido humano que enriquece a sociedade com sua experiência, sua voz e sua memória.
A metodologia que essa instituição adota em seu trabalho voltado aos direitos humanos, ao refúgio e à migração baseia-se no respeito, na escuta e na construção de pontes de confiança mútua.
Em suas atividades, o refugiado não é questionado sobre o que perdeu, mas sobre o que pode oferecer e compartilhar. Essa visão reafirma que o deslocamento não deve ser uma ruptura, mas uma continuidade da vida — uma oportunidade de reconstruir a si mesmo e olhar para o futuro com mais clareza e dignidade.
Como um dos fundadores do coletivo Ponto Zero do Refúgio, vejo na parceria com o Sesc um exemplo do que as instituições podem ser quando colocam o ser humano no centro. O espaço que o Sesc nos oferece não é um apoio temporário, mas a expressão viva de uma sociedade mais justa, diversa e inclusiva, onde a dignidade é preservada e as vozes que vêm de longe podem ser ouvidas.
Anas Obaid
Jornalista, ator e ativista de direitos humanos nascido na Síria. Fugiu da guerra civil, vive no Brasil desde 2015. No Brasil, Anas se dedica à causa migratória: é coordenador de eventos no Instituto ADUS e cofundador do coletivo Ponto Zero do Refúgio, com o objetivo de promover acolhimento, direitos, visibilidade e integração para pessoas em situação de refúgio.
**
Saiba mais sobre os 30 anos de trabalho social com pessoas refugiadas e leia os outros relatos aqui.
Utilizamos cookies essenciais para personalizar e aprimorar sua experiência neste site. Ao continuar navegando você concorda com estas condições, detalhadas na nossa Política de Cookies de acordo com a nossa Política de Privacidade.