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Idosos, cidade e moradia: Acolhimento ou confinamento?

Foto: Gal Oppido
Foto: Gal Oppido

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ADRIANA ROMEIRO DE ALMEIDA PRADO (1)
FLAVIA BONI LICHT (2)

RESUMO: 

De acordo com os dados da última pesquisa demográfica da Organização das Nações Unidas1, a expectativa de vida, que no ano 2000 apresentava como média mundial a idade de 65 anos, sobe para 76 anos em 2050. Essa variação indica um aumento percentual considerável na população de idosos, não só nos países da Europa e da América do Norte, onde a expectativa de vida atinge quase 83 anos, mas também nos países do 3º Mundo: na América Latina, os índices variam de 69 anos em 2000 para quase 78 anos em 2050. Para o Brasil, os dados dessa mesma fonte indicam que a porcentagem da população com mais de 60 anos sobe de 8% em 1999 para 22% em 2050.

Com essa acentuada e rápida mudança na composição etária da população, todos os campos do conhecimento humano começaram a incluir nas suas preocupações as exigências de um mundo que envelhece. Esse novo enfoque pode ser observado também nas áreas da arquitetura e do urbanismo, reforçando a idéia de que a qualidade de vida das pessoas depende, em grande parte, do meio em que vivem e se movem.

Num processo de urbanização bastante acelerado, fruto de planejamento ou de crescimento espontâneo, as cidades foram sendo edificadas com inúmeros obstáculos físicos que, assim como as barreiras econômicas, são importantes fatores de exclusão social, pois dificultam e, muitas vezes até, impedem a circulação autônoma e independente de um grande contingente de seus cidadãos, inclusive de muitos de seus cidadãos idosos.

E, no caso específico dos idosos, as barreiras físicas são apenas uma parte da problemática. A arquitetura e o urbanismo pensados para um mundo com cara de terceira idade devem ir muito mais além, absorvendo e contemplando a história dos indivíduos, potencializando sua autonomia física e segurança psíquica, o respeito à intimidade e à privacidade de cada um, bem como possibilitando o estabelecimento e a continuidade das relações sociais.

Palavras-chave: arquitetura; segregação; solidão

(1) Arquiteta e urbanista, mestre em gerontologia social na PUC/SP, coordenadora de projetos de acessibilidade na Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam.
(2) Arquiteta, especialista em habitação popular e inovação tecnológica, Docente do Curso de Especialização em Gerontologia Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.