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Desde sua primeira edição, em maio de 2013, o CIRCOS – Festival Internacional Sesc de Circo reflete e age num panorama diverso, mapeando a linguagem circense na cena contemporânea. Em sua estreia, a curadoria partiu da ideia de dramaturgia, reunindo sob esse pretexto seis companhias internacionais e 18 nacionais, que ocuparam sete Unidades da Grande São Paulo.

O programa já trazia atividades formativas teóricas e práticas, além de encontros entre artistas, o que se tornaria uma característica do evento. Nos palcos, apresentaram-se Intrépida Trupe (RJ), Circo Amarillo (SP), Cia. Nós no Bambu (DF), La Mínima (SP), Nau de Ícaros (SP), Cia. Laitrum Teatre (Espanha), Strut & Fret (Austrália) e Cie BaroloSolo (França), entre outros.

Numa reverência aos mestres, ocorreram homenagens ao Circo Nerino, que comemorou cem anos com um show de Roger Avanzi (1922-2018), o Palhaço Picolino, filho do fundador da trupe; e ao Circo Piolin, que completou quatro décadas lembrando Abelardo Pinto, o palhaço Piolin (1887-1973). Num espaço a céu aberto, no pátio do Sesc Belenzinho, o Circo Piolin fez história, ao trazer ao picadeiro Franco Alves Monteiro, o Palhaço Xuxu, último companheiro de cena de Piolin.  

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O ineditismo e representatividade da arte circense orientaram a edição de 2014 do CIRCOS – Festival Internacional Sesc de Circo, que se espalhou por 13 unidades do Sesc em São Paulo. Nesse contexto, ampliou-se também o número de atrações e atividades: foram 23 espetáculos – oito internacionais e 15 nacionais –, intervenções, exposição, workshop, debates e exibições de documentários.   

O projeto curatorial baseou-se no conceito [des]virtuose, ao propor uma análise sobre as possibilidades da arte circense e revelar os bastidores e o cotidiano fora do picadeiro, tendo como suporte a presença iminente do risco – “perspectiva que leva o artista a uma concepção fluida da noção de erro, que aponta para descobertas, mas também faz irromper campo pleno de incertezas”. 

O programa compreendeu montagens transnacionais como Belonging, do grupo britânico Graeae Theatre Company e os brasileiros do Circo Crescer e Viver; Fecha de Caducidad, da Organización Efímera, com integrantes do México, da Argentina, Irlanda e Espanha; e o Na esquina, do franco brasileiro Coletivo Na Esquina. Entre as novidades, o projeto Circo no Beco promoveu intercâmbio de artistas na Praça do Beco, na Vila Madalena, bairro na região oeste de São Paulo.     

As novidades e transformações políticas, econômicas e de criação com as quais se confrontavam a arte circense foi o mote da terceira edição do CIRCOS – Festival Internacional Sesc de Circo – que, em 2015, passa a ser bienal. O programa, por sua vez, pulou de 13 para 15 unidades do Sesc na grande São Paulo, com 28 espetáculos e ampla participação de outros países: foram 15 atrações internacionais, e 13 nacionais.

Em destaque, a Suíça compareceu com cinco montagens: A Costureira, da palhaça Gardi Hutter; Clockwork, do trio Sisters (formado por um espanhol, um francês e um dinamarquês); Confusion, da Cie. Les Fusains; Extreme Symbiosis, da dupla Henrik e Louise; e Underart, da trupe Cirkus Cirkör. A programação abarcou ainda companhias como Circolombia (Colômbia), Hazmereir (Argentina), Palestinian Circus School (Palestina), Nadère Performing Art (Canadá), Cie. La Scabreuse (França) e a Cia. Ciclícus (Espanha). A diversidade esteve também na escolha de brasileiros como a Cia. Frita (RJ), Rapha Santacruz (PE) e LuMineiro (MG). 

No âmbito reflexivo foram enfatizados os caminhos profissionais e  perspectivas de desenvolvimento do circo no Brasil, bem como as transformações sociais promovidas por essa linguagem artística.

Em 2017, o CIRCOS – Festival Internacional Sesc de Circo retrata a maturidade adquirida em edições anteriores, nas quais a curadoria aprofundou temas como dramaturgia circense; risco e virtuose; territórios e identidades, caminhos e perspectivas do circo contemporâneo. 

Em sua quarta edição, o CIRCOS partiu de dois eixos de investigação: um deles com foco em antigos e atuais locais de encontros – onde se configuravam aprendizados e trocas – e outro investigando as formas contemporâneas de ensino em circo no mundo e as estéticas surgidas a partir dessas experiências. Nesse cenário, o festival se tornou um lugar de trocas e diálogos com mais de trinta atrações – 18 nacionais e 13 internacionais –, em 14 unidades do Sesc, e uma variedade ainda maior de representações geográficas. 

Pela primeira vez, houve a participação de uma companhia asiática, o Nouveau Cirque du Vietnam, que abriu o evento com o espetáculo A O Lang Pho / O Vilarejo e A Cidade. A diversidade foi representada também na atuação de grupos como La Cascata Cia. Cômica (São José dos Campos), Coletivo Baiano de Circo (BA) e Teatro Lá nos Fundos (SC). Entre os destaques, o paulistano Noite da Rose ocupou a Praça Roosevelt, no centro da cidade, com números de acrobacia, trapézio e malabarismo, palhaçaria.

A quinta edição do CIRCOS – Festival Internacional Sesc de Circo foi concebida a partir de diálogos entre a equipe da instituição e artistas brasileiros, com o objetivo de pensar a definição de circo e quais considerações importantes às artes circenses naquele momento. Essas ponderações levaram à escolha de 23 espetáculos que trouxeram para a cena a questão da interdisciplinaridade entre o circo e outras linguagens artísticas. Nesta edição, foram dez internacionais e 13 obras nacionais.

Música, teatro, dança e outras fusões artístíicas estiveram presentes em montagens como Smashed, do grupo britânico Gandini Juggling, cujo desenho de movimento inspirava-se em trabalhos da coreógrafa alemã Pina Bausch; ou Das Cinzas Coração, da companhia gaúcha Quimera Criações Artísticas e Teatro Ateliê, com um trabalho de palhaçaria que simulava o cinema mudo no palco.

Entre as montagens, foram encenadas ainda Babel, Glöm, do Kaaos Kaamos, formado por acrobatas da Suécia, Finlândia, Alemanha e França; Backbone, em que o grupo australiano Gravity & Other Myths, cuja virtuose dos artistas construía figuras coletivas que remetem à rigidez e maleabilidade da coluna vertebral humana; e Halka, do marroquino Groupe Acrobatique de Tanger, também focado em desafiar as fronteiras da acrobacia, trazendo a ancestralidade do circo tradicional marroquino.    

A sexta edição do CIRCOS – Festival Internacional Sesc de Circo ocorreu exclusivamente online, em função da pandemia de covid-19. O desafio da edição foi manter a chama acesa mesmo sem presencialidade. Na ocasião, o riso e a alegria assumiram o ofício de ferramenta coletiva de resistência. Além de 11 espetáculos transmitidos ao vivo dos teatros das unidades do Sesc, houve exibição de ações formativas, debates de profissionais da área, cursos e encontro de programadores.  

A intersecção do circo com a música estava evidente em ao menos duas  montagens: A caravana do tempo, do grupo Unidos do Swing, em números circenses encenados ao som de standards do jazz e de composições contemporâneas; e Retumbantes, show-espetáculo realizado por Lívia Mattos, Livia Nestrovski, Rafé e Tomás Oliveira. 

Demandas sociais de movimentos de mulheres e pessoas negras pautaram atrações como Prot{agô}nistas – O Movimento Negro no Picadeiro, do Coletivo Prot{agô}nistas, que reuniu mais de duas dezenas de artistas, revezando-se em esquetes de palhaçaria, dança, música, acrobacias e malabarismo; e Ela – Em Todos os Lugares, da Troupe Guezá, coletivo formado apenas por mulheres acrobatas. 

As atividades formativas concentraram-se em cursos e oficinas diversos como malabares, mágica, palhaçaria, bambolê, maquiagem circense, crítica circense, produção artística e design de som.átio do Sesc Belenzinho, o Circo Piolin fez história, ao trazer ao picadeiro Franco Alves Monteiro, o Palhaço Xuxu, último companheiro de cena de Piolin.  

A conjuntura pandêmica e pós-pandêmica e seu impacto na produção circense, junto às discussões sobre gênero, raça, sexualidade e diversidade de corpos, ganharam destaque na sétima e mais recente edição do CIRCOS – Festival Internacional Sesc de Circo. Foram apresentados 22 espetáculos, além de intervenções, ações formativas, mesas e encontros, entre outras atividades características da trajetória do evento. 

Conectada aos debates contemporâneos, a programação trouxe montagens como King Kong Fran, em que a atriz e palhaça Rafaela Azevedo recupera o clássico número da mulher-gorila para subverter a lógica patriarcal de exploração do corpo da mulher; e Fio forte, do Circo de Ébanos, que trazia na dramaturgia as narrativas corpóreas da primeira companhia circense de São Paulo composta exclusivamente por pessoas negras. 

Já as colaborações desenvolvidas remotamente durante a pandemia ganharam os palcos em atrações como Colibri – Uma fábula circense latino-americana, parceria iniciada em 2020 pelo Coletivo Um Café da Manhã com artistas da Colômbia, do México e do Peru; e na então inédita instalação interativa CTRL+Z, de Chico Toledo, Mauro Cosenza e Thiago Capella, que une os universos físico e digital, possibilitando ao público a experimentação real e virtual do universo malabarístico.

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