
Em 2025, o Sesc São Paulo completa 30 anos de trabalho social com pessoas refugiadas. Para celebrar e trazer diferentes pontos de vista sobre o tema, convidamos 13 pessoas impactadas por estas ações, além de 3 instituições parceiras, para relatar suas relações de cooperação e protagonismo no contexto do Sesc. Leia na sequência o depoimento de C’ayu Tze .
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Cheguei no Brasil com minha família como uma pequena refugiada de 4 anos de idade e desde cedo o Sesc esteve muito presente em nossa aventura de replantar as raízes e sonhos que tinham sido cortados pela guerra.
No início nossa relação com o Sesc foi de acolhimento, tivemos acesso a alimentação, dentista e lazer em meio a uma situação em que parecia quase impossível reconstruir nossa história, em um território onde tudo era novo e muito diferente. Para mim e para minhas irmãs, ocupar esse espaço era sinônimo de diversão e tranquilidade, pois ali éramos respeitadas e aceitas tal qual nós éramos.
Com o passar do tempo e com muitos esforços da minha mãe, nossa vida foi melhorando em diferentes aspectos e a relação com o Sesc também se transformou. Fomos convidadas a participar de diferentes ações socioeducativas e institucionais que nos permitiram revisitar e refletir acerca de quem nós somos enquanto mulheres atravessadas pela experiência do refúgio. Ocupar esses espaços nos deu coragem para romper o silêncio e acreditar que nossas histórias merecem e devem ser contadas, em nome de todos aqueles que vieram antes de nós e pelos que ainda virão!
Hoje, além de contar minha história, o Sesc me dá a oportunidade de trabalhar contanto muitas outras histórias, ocupando um espaço de representatividade que dá voz a muitas outras crianças migrantes, lhes mostrando que é possível sim escrever uma nova narrativa, na qual a dor da perda pode se transformar em esperança, coragem e aceitação daquilo que se é.
C’ayu Tze
Exiliada colombiana, é atriz formada pelo Senac, oficineira e cofundadora do Coletivo Identidade Livre.
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Saiba mais sobre os 30 anos de trabalho social com pessoas refugiadas e leia os outros relatos aqui.
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