
Em Espeleosofias, Charles Feitosa revisita a alegoria da caverna de Platão e propõe novas leituras para a filosofia no presente
Na tradição filosófica ocidental, a caverna é frequentemente associada à ignorância, ao confinamento e à ilusão — uma imagem consagrada por Platão em sua célebre alegoria. Mas e se, em vez de um espaço a ser abandonado, a caverna fosse um lugar a ser habitado, explorado e ressignificado?
Essa é a provocação central do livro Espeleosofias, de Charles Feitosa, publicado pelas Edições Sesc e pela Editora Nós, parte da Coleção Pop Filosofia. A obra convida o leitor a repensar a caverna não como prisão, mas como território fértil para o pensamento, a liberdade e a criação de novos sentidos.
Em tempos marcados por bolhas digitais, algoritmos que moldam percepções e uma constante busca por “verdades” rápidas, a metáfora da caverna ganha novos contornos. Vivemos em cavernas contemporâneas — espaços de reclusão voluntária, onde o mundo é filtrado por telas e discursos. Mas, como sugere Feitosa, talvez seja justamente nesses espaços que possamos encontrar novas formas de ver, sentir e pensar.
Espeleosofias propõe uma filosofia que emerge da escuridão, que escava sentidos e ilumina possibilidades. Ao cruzar referências da filosofia clássica com o cinema, a literatura e a cultura pop, o autor constrói uma narrativa acessível e instigante, fiel ao espírito da coleção: tornar a filosofia uma ferramenta viva para compreender o mundo ao nosso redor.
A caverna, nesse contexto, deixa de ser um símbolo de ignorância e passa a ser um convite à introspecção, à escuta e à imaginação. Um lugar onde o pensamento pode ecoar livremente, longe das luzes ofuscantes da superficialidade.
Veja também:
:: trecho do livro
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