Silvia Rivera Cusicanqui abre Sendarias, programa público da 4ª edição de Frestas no Sesc Sorocaba  

06/09/2025

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O Sesc Sorocaba recebeu na noite de terça-feira, 19 de agosto, a socióloga boliviana de ancestralidade aymara e sefardita Silvia Rivera Cusicanqui, referência internacional nos debates sobre colonialismo e resistência indígena, para a abertura do Sendarias, programa público da 4ª edição de Frestas – Trienal de Artes. O encontro reuniu dezenas de pessoas no teatro da unidade e contou com mediação da pesquisadora e integrante da curadoria da Trienal, Luciara Ribeiro, além de comentários do sociólogo Eduardo Schwartzberg, integrante da Colectiva Ch’ixi. 

Reconhecida internacionalmente nos debates sobre colonialismo, modernidade e resistência indígena na América Latina, Silvia apresentou reflexões sobre o “pensamento Ch’ixi”, conceito inspirado nas cosmovisões andinas que propõe a convivência entre elementos contraditórios sem apagá-los, numa relação de tensão produtiva. A perspectiva integra o tema desta edição da Trienal, “do caminho um rezo”, que articula arte, espiritualidade e política em uma abordagem anticolonial. 

O público acompanhou atentamente as reflexões da intelectual boliviana, que defendeu a importância de recuperar e atualizar saberes ancestrais na luta contra as formas de opressão impostas pela modernidade e pelo colonialismo. Para Silvia, a arte, a espiritualidade e os modos de vida comunitários são caminhos de resistência e invenção de futuros.   

A abertura do Sendarias – palavra inspirada em “sendas”, que remete a caminhos e atalhos, e que se articula ao projeto curatorial do caminho um rezo – marca o primeiro de três encontros que compõem o programa. Estruturado como um percurso em “começo, meio e começo”, o ciclo contará ainda com a participação de outros pensadores. 

Desde 2014, Frestas – Trienal de Artes ocupa Sorocaba com artistas do Brasil e do exterior, consolidando-se como uma das principais plataformas de arte contemporânea no interior paulista. Em sua quarta edição, sob a curadoria de Luciara Ribeiro, Naine Terena e Khadyg Fares, propondo uma escuta aos saberes de povos indígenas, quilombolas e outras comunidades tradicionais, inspirando-se em cosmovisões Kaingangs, andinas e nas Confluências Afropindorâmicas para pensar os caminhos e rezos como gestos espirituais, políticos e de construção de conhecimento em diálogo com a arte e a educação. 

>>>Assista a conversa na íntegra:

Acesse sescsp.org.br/frestas para conhecer mais sobre Frestas – Trienal de Artes e participe dos próximos encontros.

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