
Em 2025, o Sesc São Paulo completa 30 anos de trabalho social com pessoas refugiadas. Para celebrar e trazer diferentes pontos de vista sobre o tema, convidamos 13 pessoas impactadas por estas ações, além de 3 instituições parceiras, para relatar suas relações de cooperação e protagonismo no contexto do Sesc. Leia na sequência o depoimento de Leonardo Matumona.
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Cheguei ao Brasil no final de 2012, em meio a muita desinformação sobre o que significava ser refugiado. Muitos confundiam o termo com “foragido”, e isso tornava minha integração ainda mais difícil. Naquele momento, trabalhar com arte parecia algo distante, embora fosse um sonho guardado em mim. Fundei o grupo Os Escolhidos apenas para matar a saudade do meu país, mas em 2013 conheci uma instituição que mudou tudo: o Sesc.
Ali percebi que não se tratava apenas de saudade, mas de partilha. No palco, encontrei a liberdade de cantar nas minhas línguas, falar da minha cultura e me expressar sem censura, preconceito ou discriminação. O Sesc me ofereceu estrutura profissional, acolhimento e, sobretudo, confiança para acreditar que a arte poderia ser o meu caminho de vida.
Hoje posso dizer que meu sonho se tornou realidade. O Sesc não apenas abriu portas para minha carreira, mas mostrou que é possível recomeçar. Suas ações de acolhimento, cursos de idioma e atividades culturais oferecem aos refugiados algo essencial: esperança. Esperança de reconstruir a vida, de transformar a dor em criação e de mostrar que, mesmo longe de casa, é possível florescer.
Leonardo Matumona
Refugiado da República Democrática do Congo, Leonardo Matumona vive no Brasil desde a adolescência. Músico que canta em várias línguas africanas.
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