Sesc SP

postado em 25/09/2017

Filmar o que não se vê

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O cineasta Patricio Guzmán apresenta suas experiências desenvolvidas na produção de documentários, apoiando-se no cinema de autor e discorrendo sobre os parâmetros que orientaram os seus trabalhos

 

O diretor de cinema chileno Patricio Guzmán notabilizou-se por seus documentários e concepções cinematográficas bastante elaboradas sobre os métodos de criação e produção nesse gênero. Sua obra abrange cinco décadas, tendo começado em 1972 com El primer año, sobre o primeiro ano do governo de Salvador Allende, e já conta 22 filmes. Nestes, o tema recorrente é a política, em especial sua atuação na promoção e na defesa dos direitos humanos.

Em Filmar o que não se vê, Guzmán compartilha sua teoria de produção de documentários, baseada em sua prática profissional, apoiando-se no cinema de autor e discorrendo sobre os parâmetros que orientaram seus trabalhos, tais como os conceitos de ponto de vista (opinião do diretor), distanciamento (viabilizado a partir da criação de territórios de criação e pesquisa), subjetividade (reafirmando a parcialidade das produções audiovisuais) e escrita de roteiros (técnicas de criação).

Entre seus longas mais conhecidos, destacam-se A batalha do Chile (1975-8) e Nostalgia da luz (2010). Vencedor de diversos prêmios, este último mostra o deserto do Atacama como base para a realização de pesquisas astronômicas e, simultaneamente, como campo de buscas por desaparecidos políticos. O longa faz parte da lista dos melhores documentários de todos os tempos da prestigiada revista britânica Sight & Sound, em décimo segundo lugar.

Identificado com a luta contra regimes políticos opressivos, especialmente a ditatura militar chilena, Guzmán produziu outros filmes que abordam o tema, como O Botão de pérola (2015), pelo qual ganhou o prêmio de melhor roteiro no Festival de Berlim. A esse reconhecimento somam-se ainda prêmios em diversos festivais – Grenoble, Miami, Havana, Los Angeles, São Paulo.

Em 2012, o Instituto Vladimir Herzog organizou, com o Sesc São Paulo e a Cinemateca Brasileira, a mostra de cinema Memória e transformação: o documentário político na América Latina ontem e hoje, que apresentou 49 filmes documentários sobre o cenário sociopolítico latino-americano, com a realização de palestras e cursos e ministrados por Patricio Guzmán.

Em 2017, mais uma vez o Sesc apoia a iniciativa do Instituto Vladimir Herzog de realizar exibições de filmes e palestras do cineasta no CineSesc. Nessa ocasião, as Edições Sesc São Paulo publicam Filmar o que não se vê, este que é o livro mais recente do diretor, dedicado aos amantes de cinema. Guzmán explica que não se trata de um livro teórico: “É um texto sobre o coração artístico de um filme, especialmente sobre os tijolos, a matéria, os átomos; os elementos de criação que dão vida a uma obra cinematográfica.”

 

Veja também:

:: O Estado de S. Paulo | Documentarista chileno Patricio Guzmán lança livro no Brasil. Por Luiz Zanin Oricchio

:: Vídeo

:: Trecho do livro

 

 

*Serviços:

o que:

Lançamento do livro Filmar o que não se vê

Sessão de autógrafos com Patrício Guzmán a partir das 18h até as 20h, seguida da exibição dos filmes Chile, a memória obstinada (1997 -  60') e Chile, uma galáxia de problemas (2010, 32’) e conversa do diretor com Maria do Rosário Caetano.

onde:

CineSesc | Rua Augusta, 2075, Cerqueira César - São Paulo / SP

quando:

16 de outubro de 2017 - segunda-feira, a partir das 18h.

quanto:

Grátis. Retirada de ingressos no local com 1h de antecedência

 

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