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postado em 20/08/2018

Livros e índios

Índio araweté. Foto: Eduardo Viveiros de Castro.
Índio araweté. Foto: Eduardo Viveiros de Castro.

      


Leia e releia publicações marcantes que retratam, resgatam e preservam a cultura e histórias de diferentes povos no Brasil

 

Antes dos europeus desembarcarem por aqui, eles eram os únicos, espalhados pelo vasto território que viria a ser chamado Brasil. Sim, estamos falando sobre os índios.

Depois da chegada dos colonizadores e por inúmeros motivos diferentes, estima-se que 90% deles foram dizimados. E, para piorar, passados mais de cinco séculos, muitos dos povos sobreviventes continuam sob constante ameaça de latifundiários, mineradoras e usinas.

Outros tantos, por sua vez, conseguiram se posicionar diante um mundo globalizado usando seus conhecimentos profundos da natureza e do artesanato. Em diferentes regiões do país, especialmente no Norte, garantem assim o dinheiro para a manutenção da existência, comercializando, por exemplo, castanhas, cogumelos, mel e pimentas.

E como os livros são grandes meios mantenedores de memórias, fizemos uma lista de cinco publicações que, por diferentes abordagens, contam e preservam a história de grupos étnicos indígenas, narrando seus cotidianos, a formação de suas sociedades, medos e desejos frente ao mundo do século XXI.

 

Araweté: um povo tupi da Amazônia (2017)
Durante a década de 1980, o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro ganhou autorização da Funai para conviver com os índios araweté, localizados no igarapé Ipixuna, afluente do Médio Xingu. O estudo resultou nesse livro, lançado originalmente em 1992, e que chegou à sua terceira edição, dessa vez com textos complementares de Camila de Caux e Guilherme Orlandini Heurich. Trata-se de um livro fundamental para se entender a cultura, formação social dessa etnia e a luta pela sobrevivência. Saiba mais | Comprar

Fala de bicho, fala de gente: cantigas de ninar do povo juruna (2017)
Já são trinta anos desde que a mestre em Linguística, Cristina Martins Fargetti, estuda a língua do povo juruna. Em outra frente de pesquisa, diferente do habitual, a professora faz com este livro um mergulho profundo na história da etnia, por meio de 49 cantigas de ninar, preservadas pelas mulheres da tribo, que as cantam para embalar o sono dos filhos e netos. Saiba mais | Comprar

Baré: povo do rio (2016)
Marina Herrero e Ulysses Fernandes são os organizadores desse livro, em segunda edição e primordial para se compreender os danos causados pela colonização europeia e como é difícil para os índios lidarem com o processo massivo de globalização contemporâneo. Localizado em uma região precária amazonense, próximo aos municípios de Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, o povo Baré enfrenta uma desestruturação social fortíssima e vê um alto número de pessoas negando a própria identidade. Para piorar, são marcados pelo alto número de suicídio praticado especialmente pelos jovens. Saiba mais | Comprar

Memórias sertanistas: cem anos de indigenismo no Brasil (2015)
São muitos os nomes dos sertanistas que se impuseram diante o Estado e da própria sociedade da qual fazem parte para defender os direitos dos povos indígenas. Sem o trabalho deles, maiores atrocidades ainda aconteceriam contra as etnias, motivadas quase sempre por uma expansão econômica. Em 2010, no Teatro Sesc Anchieta, tais sertanistas se reuniram para discutir o assunto. E são as experiências vividas por cada um que esse livro, organizado por Felipe Milanez, narra. Saiba mais | Comprar

A história dos caxinauás por eles mesmos (2013)
São sempre muito ricos os estudos realizados por antropólogos e outros estudiosos a respeito dos povos indígenas. Contudo, ouvir membros de uma etnia contar sua própria história é por demais marcante. É isso o que acontece nesse livro, organizado por Eliane Camargo e Diego Villar. Em mais de trezentas páginas, os próprios indígenas dessa tribo, que vivem entre o Brasil e o Peru, relatam características de sua cultura, língua e pensamento. Saiba mais | Comprar

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