Sesc SP

postado em 12/09/2017

A Poesia de Aldir Blanc - Maria João

Detalhe da embalagem do CD A Poesia de Aldir Blanc, de Maria João e convidados
Detalhe da embalagem do CD A Poesia de Aldir Blanc, de Maria João e convidados

Maria João e um seleto time de músicos convidados releem a obra de Aldir Blanc para homenagear as composições deste mestre das letras da canção popular brasileira. O lançamento de "A poesia de Aldir Blanc" aconteceu com apresentações no Sesc 24 de Maio - 23 e 24/9 - e no Sesc São Carlos - 21/9. Você pode ouvir o disco todo lá no fim do texto do Trajano - antes, porém, conteúdos que você não vê em nenhum outro lugar sobre este disco - viva, Aldir Blanc! Viva, Maria João! 

 

 


Aldir, Aldir, Aldir...

O nome dele chacoalhava minha cabeça antes de entregar esse texto.

Aldir, Aldir, Aldir...

Já escreveram tudo sobre ele, o que terei mais a dizer?

“Aldir é compositor carioca, poeta da vida, do amor, da cidade. É aquele que sabe como ninguém retratar o fato e o sonho. Traduz a malícia, a graça e a malandragem. Se sabe de ginga sabe de samba no pé. Estamos falando do ourives do palavreado, estamos falando de poesia verdadeira. Todo mundo é carioca, mas Aldir Blanc é carioca mesmo.” (Dorival Caymmi)

 

 

 

Aldir, Aldir, Aldir...

“As crônicas do Aldir têm o sentido trágico de Nelson Rodrigues, o humor pícaro-carioca de Sérgio Porto e o estilo seguro, o respeito pela palavra certa do grande Rubem Braga.” ( Fausto Wolff)

Aldir, Aldir, Aldir...

Maria João devia pensar a mesma coisa. Tanta gente importante gravou músicas dele, como devo fazer?

“Aldir Blanc é uma glória/das letras cariocas/Bom de se ler e ouvir/bom de esbaldar de rir/bom de se aldir.” (Chico Buarque)

Aldir, Aldir, Aldir...

A louca Maria João achou a maneira. Talvez inspirada num trecho do hino do Vasco, time da paixão do cara, ‘és um traço da união Brasil-Portugal’, juntou duos e trios separadamente, todos portugueses, à exceção do pianista André Mehmari e decidiu comemorar do seu jeito peculiar os 70 anos do Aldir, completados ano passado.

Escolheu quatro músicas da parceria dele com João Bosco, quatro com Guinga e três inéditas, duas com o português Carlos Paredes e uma com André Mehmari. E ousou até não poder mais nos arranjos e interpretações.

Com a ginga de Sabará, a petulância de Almir Pernambuquinho, a potência do chute do Pinga, atacantes supercampeões de 1958, Maria João não se intimidou. E mandou ver. O ‘Coco do Coco’ tem acompanhamento apenas de tuba e percussão. A ‘Dois pra lá, dois pra cá’ ganhou roupagem eletrônica. E por aí vai. Cada faixa é surpresa, porrada, estranheza gostosa.

 

 

Aldir, Aldir, Aldir...

O que vou dizer do ‘Bardo da Muda’, como o chama o grande amigo Edu Goldenberg?

Aldir merecia a emocionante homenagem que vem de Portugal, mas merecia coisa parecida por aqui.

Maria João fez sua parte com ‘A poesia de Aldir Blanc, por Maria João e convidados’. Parabéns a ela e a ele.

Não consigo seguir. A emoção não permite. Forte abraço, velho amigo tijucano.

Aldir, Aldir, Aldir.

 

José Trajano

 

 

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