Por abordagens pedagógicas que promovam a interculturalidade – NEER – SME

04/12/2025

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Em 2025, o Sesc São Paulo completa 30 anos de trabalho social com pessoas refugiadas. Para celebrar e trazer diferentes pontos de vista sobre o tema, convidamos 13 pessoas impactadas por estas ações, além de 3 instituições parceiras, para relatar suas relações de cooperação e protagonismo no contexto do Sesc. Leia na sequência o texto do Núcleo de Educação para as Relações Étnico-Raciais – SME

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Fabiana Bezerra Nogueira  
Karine Evelyn Alves Carvalho
Núcleo de Educação para as Relações Étnico-Raciais (NEER)  – SME 

  

São Paulo, como maior receptora de migrantes internacionais no Brasil, destaca-se por ter sido o primeiro município a instituir uma política migratória própria, reconhecendo as pessoas migrantes como sujeitos de direitos1. A educação, nesse sentido, é central, não apenas para o acesso ao direito básico à escolarização, mas também para a promoção da cidadania, da inclusão social, do respeito à diversidade cultural e a porta de entrada para acesso a outros direitos. Abrigando uma das maiores redes de ensino do mundo, a cidade conta com mais de 1 milhão de estudantes e aproximadamente 80 mil educadoras e educadores atuando na rede direta2. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Educação (SME), em 2024 havia 12.4723 estudantes migrantes internacionais matriculados em unidades da rede, representando mais de 110 nacionalidades distintas. A maioria desses estudantes é oriunda da Bolívia, do Haiti, da Venezuela e de Angola, revelando um perfil majoritariamente latino-americano.  

Propondo abordagens pedagógicas que promovam a interculturalidade e a valorização da cultura de origem dos alunos migrantes ou filhos de migrantes, bem como fortalecer e ampliar programas de formação intercultural de profissionais da educação, busca-se a construção de uma educação mais inclusiva e plural. Neste sentido, em 2021 a Secretaria Municipal de Educação (SME) publicou o documento “Currículo da Cidade Povos Migrantes – Orientações Pedagógicas”, como resposta direta à demanda por diretrizes que orientem a atuação das escolas frente à crescente presença de estudantes migrantes na rede municipal. Além disso o investimento na formação continuada, contando com importantes parcerias como a celebrada com o SESC através do curso “Refúgios Humanos: direito à vida em um mundo sem fronteiras”, que possibilitou participação de parcela considerável de educadoras e educadores, em diálogos interculturais que apresentam caminhos possíveis e potentes.  

A efetivação de uma política educacional que respeite, acolha e valorize as pessoas migrantes é, antes de tudo, um projeto de sociedade mais justa, plural e democrática, que rompa com as estruturas da colonialidade.  

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Saiba mais sobre os 30 anos de trabalho social com pessoas refugiadas e leia os outros relatos aqui

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