Editorial

Mantenham as luzes acesas!

Final de ano é tempo de acender as luzes de Natal. Coloridas, piscam enroladas nas árvores, na fachada das casas, na varanda dos prédios e das lojas, envolvendo a cidade em uma dança luminosa. No Sesc, as luzes também se mantêm acesas para uma programação para lá de especial. Lazzo Matumbi, ex-vocalista do bloco Ilê Aiyê, canta os grandes sucessos de Luiz Melodia, entre eles, “Juventude Transviada”, “Pérola Negra” e “Negro Gato”.

O violonista piracicabano Alessandro Penezzi lança seu mais recente álbum – Sonhos – revelando sua criatividade e sensibilidade ao transformar experiências oníricas em linguagem musical. Pá Moreno também lança seu novo trabalho, que propõe para o público um mergulho afetivo em suas canções, que falam de encontros, raízes e da força de “Ser mulher”. E a Banda Garotos Podres, representante do punk rock do país, relança o álbum “Mais Podres do que Nunca”. mostrando que o grupo se mantém afiado e áspero nesses 43 anos de estrada.

Nas telas do cinema, as luzes contam histórias de produtores independentes do Estado de São Paulo. É a 8ª Mostra Sesc de Cinema de SP, que traz uma seleção de 11 curtas e 2 longas-metragens. Entre eles, o último filme de Jorge Bodanzky, As cores e amores de Lore. Um panorama interessante pra quem quer conhecer o cinema nacional para além do circuito de exibições tradicional.

Há também programação voltada à defesa da paz no mundo, tema cativante para esse período natalino. A Mostra de fotografias “Direito à paz”, com fotos de Arlete de Jesus Brito, José Raimundo Gonçalves da Silva e Xosé Abad, retrata a paz através de imagens de pessoas, lugares e situações. Uma oficina de “Bordado pela paz”, ensina as crianças a bordar, através da contação de histórias e a exibição do documentário vencedor do Oscar, Sem chão, produzido por um coletivo palestino-israelense discute a situação do conflito naquela região. Após a exibição ocorre um debate com Emir Murad (Secretário Geral da Confederação Palestina Latino Americana y del Caribe).

Teimando em se manterem acesas, as luzes ainda iluminam a trajetória da icônica Madrinha Eunice, fundadora da escola de samba paulista mais antiga em atividade, a Lavapés. O Festival Curau – Cultura Regional e Arte Urbana, em parceria com o Sesc traz palestra do professor vencedor do prêmio Jabuti, Luiz Antônio Simas e uma Meditação Sonora produzida por flauta étnica e tigelas tibetanas, explora frequências sonoras, conseguidas pelo toque das tigelas tibetanas (singing bowls), criando momentos de introspecção e reequilíbrio.  Que no apagar das luzes do ano, todas as luzes se mantenham acessas. Bom Natal e Feliz Ano Novo!