Cinco centros culturais paulistanos ampliam seus espaços e acervos de artes visuais

30/12/2023

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PARA ATRAIR UM PÚBLICO CADA VEZ MAIS DIVERSO, CASA DAS ROSAS, PINACOTECA, SESC, MASP E CCBB-SP APOSTAM EM PROJETOS DE EXPANSÃO

Por Luna D’Alama

Leia a edição de JANEIRO/24 da Revista E na íntegra

Desde o ano passado, instituições culturais da cidade de São Paulo têm aumentado seus espaços físicos e acervos de obras de arte, para receber um público cada vez mais amplo e diverso. As novas estruturas de museus e das recém-abertas unidades do Sesc São Paulo (Casa Verde e 14 Bis) atendem a necessidades de inclusão, acessibilidade e integração entre as pessoas – e delas com o entorno. Essa ampliação de lugares e de acesso se reflete em uma maior pluralidade de visitantes e programações, em uma metrópole de 12 milhões de habitantes que é referência internacional em cultura, mas que ainda demanda mais opções gratuitas de lazer. Alternativas capazes de atrair e reter as novas e próximas gerações. Bom passeio!

CASA-MUSEU

Após permanecer fechada por dois anos para reforma, a Casa das Rosas reabriu ao público em outubro de 2023, recuperando suas características de 1935, com arquitetura em estilo clássico francês. Um dos últimos casarões remanescentes da Avenida Paulista, o local ganhou maior acessibilidade para pessoas com deficiência e novos papéis de parede, revelados com a retirada de várias camadas de tinta e reproduzidos fielmente – um dos originais, inclusive, pôde ser restaurado. Na programação cultural, além das já tradicionais ações de literatura e poesia, o casarão ampliou suas linguagens artísticas, com destaque para as artes visuais, música e performance. Até 20 de fevereiro, o museu apresenta a exposição Sempre Fui Forte, em homenagem aos 60 anos da Mônica, famosa personagem criada por Mauricio de Sousa. Composta por 12 salas, além de ilustrações e personagens da turma na área externa, a mostra traz a trajetória completa da “baixinha” de vestido vermelho que não vive sem seu coelho Sansão. De março a maio, será a vez da exposição nomeio o nome, individual do mexicano Bosco Sodi com obras que se apoiam em temas como ancestralidade e etnobotânica e que estabelece um diálogo com a poesia concretista de Haroldo de Campos (1929-2003), patrono do casarão. Confira a agenda de janeiro.

Casa das Rosas | Av. Paulista, 37, Bela Vista, São Paulo (SP). Terça a domingo, das 10h às 17h30. O jardim funciona de segunda a domingo, das 7h às 22h. GRÁTIS. 

Exposição “Sempre Fui Forte”, em homenagem aos 60 anos da Mônica, vai até 20/2 na Casa das Rosas. Foto: Mauricio de Sousa Produções

COMPLEXO DE ARTES

Inaugurada em março de 2023, a Pina Contemporânea soma-se à Pinacoteca do Estado de São Paulo e à Pina Estação para formar um dos maiores conjuntos museológicos da América Latina. Com mais de 22 mil metros quadrados de área e capacidade para receber até 1 milhão de visitantes por ano, o terreno fica ao redor de uma grande praça, dá acesso ao centenário Parque da Luz e permite a livre circulação do público, no limite entre os bairros da Luz e do Bom Retiro. Concebida a partir de um projeto que valoriza a inclusão, a acessibilidade e a integração social, a terceira Pina tem como foco a experimentação da arte contemporânea, dividindo-se em espaços expositivos como a Galeria Praça (pavilhão principal) e a Grande Galeria (subsolo). Na programação deste ano, destacam-se exposições do brasiliense Antonio Obá (até 18/2) e da chinesa Cao Fei (até 14/4), além de estarem previstas a primeira retrospectiva individual da chilena Cecilia Vicuña (de 16/5 a 15/9), uma mostra da indígena Sallisa Rosa (de 16/3 a 28/7), de Goiânia, e outra do fluminense Gabriel Massan (de 31/8 a fevereiro de 2025).

Pina Contemporânea | Av. Tiradentes, 273, Luz, São Paulo (SP). Acesso à Pina Luz pela Praça da Luz, 2. Quarta a segunda, das 10h às 18h. GRÁTIS aos sábados.

Pavilhão da Pina Contemporânea. Foto: Manuel Sá

NOVAS UNIDADES

Em outubro de 2023, o Sesc São Paulo abriu as portas do Sesc 14 Bis, na Bela Vista, e do Sesc Casa Verde, no bairro homônimo da Zona Norte da capital, com exposições de arte em ambas. Na unidade da região central, a mostra inédita Constelação Celestina reúne imagens de Wagner Celestino, fotógrafo reconhecido pelo registro histórico da memória do samba e de outras expressões culturais afro-brasileiras em São Paulo. Fica em cartaz até 7 de abril. Já na Casa Verde, Festas, Sambas e outros Carnavais celebra as festividades brasileiras e enaltece o samba como elemento fundante da identidade do país, com 200 obras de 70 artistas. Pode ser visitada até 18 de fevereiro. Ao longo da próxima década, a instituição planeja a inauguração de ao menos dez unidades em todo o estado, além da reforma e ampliação de outras sete.

Sesc Casa Verde | Av. Casa Verde, 327, Jardim São Bento, São Paulo (SP). Terça a sexta, das 10h às 19h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h. GRÁTIS.

Sesc 14 Bis | Rua Dr. Plínio Barreto, 285, Bela Vista, São Paulo (SP). Terça a sábado, das 10h às 21h. Domingos e feriados, das 10h às 19h. GRÁTIS.

Em cartaz no Sesc 14 Bis até 7/4, exposição reúne obras do fotógrafo Wagner Celestino. Foto: Fernanda Baldo

CONEXÃO SUBTERRÂNEA

Depois de 56 anos funcionando no mais popular cartão-postal da Avenida Paulista, o Museu de Arte de São Paulo (Masp) Assis Chateaubriand planeja sua ampliação, com um prédio anexo de 14 andares – e ligação subterrânea – a ser inaugurado até o fim de 2024. Batizado de Pietro Maria Bardi (1900-1999), em homenagem ao primeiro diretor artístico da instituição, o novo edifício vai reunir galerias, espaços de eventos, salas de aula, laboratório de restauro, espaço para armazenamento do acervo, restaurante e loja. Já a construção principal – que detém o acervo de arte europeia mais importante do Hemisfério Sul – receberá o nome da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (1914-1992), responsável por ter projetado o Masp e seu vão livre de 74 metros. O anexo terá quase 7 mil metros quadrados de área útil, o que representa um aumento de 66% do espaço expositivo. Ao todo, o complexo ostentará 17.680 metros quadrados, tornando-se uma das maiores infraestruturas museológicas da América Latina. Quem quiser visitar o museu neste mês poderá conferir as exposições Melissa Cody: Céus tramados (até 21/1), que reúne 26 obras têxteis dessa artista da etnia navajo, e Histórias indígenas (até 25/2). Além disso, com programação prevista até abril de 2025, Histórias da diversidade LGBTQIA+ propõem uma série de atividades (exposições, cursos, palestras, oficinas, seminários e publicações) para abordar e debater temas como o ativismo e a representatividade queer e os movimentos sociais LGBTQIA+ em conexão com a cultura visual e as práticas artísticas. Entre os destaques, estarão Gran Fury: arte não é o bastante (de 23/2 a 9/6), Francis Bacon: a beleza da carne (de 22/3 a 28/7) e Mário de Andrade: duas vidas (de 22/3 a 9/6), primeira exposição a tratar do olhar queer do escritor e colecionador, a partir de uma seleção das obras e imagens sacras por ele reunidas.

Masp | Av. Paulista, 1578, Bela Vista, São Paulo (SP). Quarta a domingo, das 10 às 18h. GRÁTIS às terças, das 10h às 20h.

Com previsão de abertura até o fim de 2024, prédio anexo ao Masp terá 14 andares de galerias e outros espaços. Foto: Metro Arquitetos

ANEXO MULTIUSO

Em junho do ano passado, a unidade paulistana do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) inaugurou seu prédio anexo, com 300 metros quadrados distribuídos em um espaço multiuso de dois andares. O edifício reúne espaços expositivos, salas técnicas e camarim. O novo ambiente abriu as portas com duas obras dos artistas holandeses Ralph Nauta e Lonneke Gordijn, cuja mostra Studio Drift – Vida em Coisas ficou em cartaz nos dois prédios do CCBB até agosto de 2023. Segundo a instituição, o local pode tanto funcionar como extensão de alguma exposição quanto ter uma programação independente, além de receber atividades educativas, rodas de conversa, performances, espetáculos de dança e peças teatrais. Até 29 de janeiro, o anexo é ocupado pela mostra BIENALSUR – Signos na paisagem, com trabalhos de artistas sul-americanos, europeus e árabes que propõem reflexões sobre meio ambiente, gênero e democracia. Já nos cinco andares do prédio principal, o CCBB-SP exibe até 18 de março a exposição Encruzilhadas da Arte Afro-brasileira, com cerca de 150 obras produzidas por 61 artistas negros, de diferentes regiões do país, nos últimos dois séculos.

Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) | Rua da Quitanda, 80, Centro, São Paulo (SP). Acesso ao prédio principal pela Rua Álvares Penteado, 112. Quarta a segunda, das 9h às 20h. GRÁTIS. O CCBB também oferece van gratuita até o metrô República, a partir das 12h.

Prédio anexo (à esq.) ao lado do edifício histórico do CCBB-SP. Foto: Divulgação/CCBB

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