
Com abertura ao público no dia 9 de outubro de 2025, às 19h, e período de visitação de 10 outubro de 2025 até 05 de abril de 2026, a exposição Letras & Filetes: Memória Afetiva e Latinidades celebra o universo vibrante e multicolorido das letras pintadas à mão dos cartazes de mercado, das carrocerias de caminhões e das embarcações ornamentadas. Com curadoria de Filipe Grimaldi e Thiago Nevs, a mostra, que reúne trabalhos de cerca de 60 artistas, propõe um mergulho na cultura visual popular do Brasil e de países como Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru, valorizando saberes que atravessam gerações.
Exaltando personagens que atuam no anonimato, a exposição destaca como o gesto manual e a inventividade popular transformaram letras, palavras e ornamentos em expressões identitárias a partir do trabalho de cartazistas, abridores de letras, letristas profissionais e mestres filetadores cujas criações ultrapassam a função comercial para revelar narrativas de pertencimento, resistência e memória coletiva.

Organizada em núcleos temáticos, a mostra retrata sobretudo, a diversidade de estilos da letra popular brasileira e latino-americana. Do improviso popular à precisão de profissionais que transformaram fachadas e muros em espaços de fruição artística, a exposição apresenta ao visitante expressões que vão desde a letra decorativa amazônica, presente nos barcos ribeirinhos, até os cartazes de mercado, com seu humor, urgência e cores vibrantes, além dos filetes em caminhões, tradição que percorre estradas brasileiras e dialoga com o fileteado portenho argentino em conexões gráficas também evidenciadas no projeto curatorial.

“A exposição amplia seu escopo para além do Brasil, colocando em diálogo tradições latino-americanas. O fileteado portenho argentino, a rotulación mexicana, os cartazes chilenos, a letra chicha peruana e as chivas colombianas compartilham com a letra popular brasileira a ornamentação excessiva, o traço espontâneo e o vínculo direto com o cotidiano. Esses encontros traçam uma rede de latinidades gráficas que revela formas comuns de criar, comunicar e resistir”, explica Filipe Grimaldi.
Ao reconhecer os traços, cores e ornamentos criados fora dos cânones da arte visual, Letras & Filetes: Memória Afetiva e Latinidades convida o público a refletir sobre a importância da manualidade e da experimentação como patrimônio cultural.
“São linguagens que revelam identidades regionais e modos de vida. A cada letra pintada, a cada filete, há uma afirmação de pertencimento e de criatividade popular que merece ser vista, compreendida e valorizada”, conclui o curador.
No espaço dedicado à memória da letra popular brasileira, a mostra apresenta fotos do acervo do Instituto Moreira Salles (IMS) e também trabalhos da fotógrafa Stefania Bril.
No núcleo dedicado aos filetes de caminhão são exibidas fotos ampliadas do livro A Arte do Caminhão (1981), de Stefania Bril e Bob Wolfenson, além de dez obras produzidas especialmente para a mostra feitas por mestres e uma charrete filetada por Paulinho Mazuco. Com ênfase na presença feminina neste universo criativo do cotidiano, a mostra apresenta o filme “As Cartazistas” de Clara Izabela do Handpainted Brasil.
Por fim, o espaço Latinidades estabelece diálogos continentais, exibindo obras da argentina Ainelén Blanes, do chileno Zenen Vargas, dos colombianos Irmãos Serna, da mexicana Alina Kiliwa e de Alinder e Azucena que formam a dupla Carga Maxima, direto do Peru.
Ao longo de sua duração, Letras & Filetes: Memória Afetiva e Latinidades oferece uma programação integrada para públicos de todas as faixas etárias, incluindo performances, oficinas, vivências e ações educativas que dialogam com o tema. As atividades marcam a realização da mostra, em cartaz no Sesc Ipiranga e permitem uma imersão na cultura visual popular do Brasil e nas tradições da América Latina.
Com entrada gratuita e livre para todas as idades, a exposição dispõe de dispositivos de acessibilidade como audiodescrições, objetos táteis, mapa tátil, braille e dupla leitura, videolibras e legendagem LSE, e oferece visitas educativas para grupos com agendamento prévio.
Filipe Grimaldi é artista visual, pesquisador e curador, com trajetória dedicada à investigação das linguagens gráficas populares brasileiras e latino-americanas. Ministrou o curso “O Pintor Letrista” disponível na plataforma de conteúdo do Sesc São Paulo, o Sesc Digital, em que apresentou os ensinamentos básicos do seu ofício: a pintura de letras. O curso trabalha as habilidades manuais e cognitivas, ao mesmo tempo em que incentiva a prática do faça-você-mesmo, e está voltado para todas as faixas de público. Parte desse conteúdo compõe o acervo da mostra.
Thiago Nevs é artista visual e letrista, estuda a gráfica vernacular no Brasil e na américa latina, atua na valorização de expressões visuais populares e práticas de preservação. Participou da 15ª Bienal Naïfs do Brasil – Idéias para adiar o fim da arte ( Sesc Piracicaba, 2020), onde recebeu a Menção Especial do júri pela obra “Alma da Estrada”, junto ao seu programa educacional, ocasião em que realizou o curso “Filetagem Tradicional Brasileira” A arte na carroceria do caminhão.
Ainelén Blanes, Alejandro Serna, Alessandro Bala, Alexandro Marques, Alina Kiliwa, Alice Brill, Ana Vitoria, Apolo Torres, Artur Hermisdorf, Atelier Sinlogo, Audrei Joelson, Beto Serna, Bob Wolfenson, Bruna Serifa, Caio Ferreira, Carina Oliveira, Carga Máxima, Carrocerias Ribeiro, Chama no Giz, Clara Izabela, Cláudio Cartazista, Cristiano Kiki, Daniel Oliveira, Daniela Brandão, Duda Hermisdorf, Fernando Art’s, Filipe Grimaldi, Gabriel Free Hands, Gabrielle Paiva, Guaru Artes, Guezo Rocha, Hanna dos Santos, Idaias Freitas, Ivanno José Brabo, José Anchieta, José Moacir, Josy Antunes, Junior Maia, Karina Kosugue, Lagarto, Lili Pintor, Luis Junior, Luis Sousa, Neto Pintor, Odir Abreu, Patrick Letrista, Paulinho Mazuco, Pedro Dropinho, Pedro Lameiros, Pedro Vizioli, Priscila Richter, Reynaldo Kpricho, Roi Nascimento, Rudy Dutra, Simão Sandes, Stefania Bril, Stronzo, Thiago Nevs, Uriel Santos, Van Designer, Vicenzo Pastore, Wilton Carvalho, Yara Forte, Zeck Letrista, Zenén Vargas.
.
Abertura: dia 9 de outubro, às 19h
Visitação: 10 de outubro de 2025 a 5 de abril de 2026
Terça a sexta, das 9h às 21h30. Sábados, das 10h às 20h. Domingos e feriados, das 10h às 18h30.
Recursos de acessibilidade: audiodescrições, objetos táteis, mapa tátil, braille e dupla leitura, legendagem LSE e videolibras.
Agendamento de grupos: agendamento.ipiranga@sescsp.org.br
Entrada gratuita e livre a todos os públicos
Cartazista
Performance com Carina Oliveira
A cartazista Carina Oliveira realiza uma performance na qual cria cartazes de rua, revelando ao público os gestos e processos que dão forma a esse ofício.
Dia 9/10, quinta, 19h
Livre. Grátis.
Letra Amazônica
Performance com o mestre Luís Junior
Direto do Pará, o pintor Luiz Junior realiza uma demonstração aberta de pintura, mostrando ao público seu domínio na arte de abrir letras em embarcações amazônicas. A atividade permitirá que os visitantes acompanhem de perto a técnica, os gestos e os detalhes desse ofício tradicional.
Dia 9/10, quinta, 19h.
Livre. Grátis.
Letra Peruana Chicha
Oficina com Carga Máxima (Alinder Spada & Azucena Del Carmen)
A dupla peruana Carga Máxima compartilha sua experiência com a letra chicha, tradição gráfica popular do Peru, conhecida pelo uso vibrante da cor, da tipografia e da composição. Uma oportunidade de mergulhar na prática latino-americana da pintura de letras em sua forma mais expressiva.
Dia 10/10, sexta, 14h.
Local: Espaço de Tecnologias e Artes. Grátis. A partir de 16 anos.
Retirada de ingressos com 30 minutos de antecedência na bilheteria da unidade.
Fileteado Colombiano
Oficina com Irmãos Serna
Os Irmãos Serna, mestres do “filete” colombiano presente nas famosas Chivas, conduzem uma aula teórica e intuitiva com demonstrações e explicações sobre essa linguagem ornamental andina. Um encontro direto com a tradição popular gráfica da Colômbia, cheia de curvas, brilhos e simbolismos.
Dia 11/10, sábado, 14h.
Local: Espaço de tecnologias e Artes. Grátis. A partir de 16 anos.
Retirada de ingressos com 30 minutos de antecedência na bilheteria da unidade.
O Fileteado Portenho
Bate-papo com Ainelén Blanes
A artista argentina Ainelén Blanes apresenta a história, os traços e os simbolismos do fileteado portenho, linguagem gráfica tradicional de Buenos Aires. A conversa conecta estética, memória e identidade, oferecendo um panorama técnico e cultural dessa arte declarada Patrimônio Imaterial pela Unesco.
Dia 11/10, sábado, 17h.
Local: Área de Convivência. Grátis. A partir de 16 anos.
Confira a cartilha digital da exposição clicando aqui.
Utilizamos cookies essenciais para personalizar e aprimorar sua experiência neste site. Ao continuar navegando você concorda com estas condições, detalhadas na nossa Política de Cookies de acordo com a nossa Política de Privacidade.