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Editorial

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Reiteradas vezes apontamos neste espaço a existência de um contingente numeroso de idosos e aposentados, excluídos de quaisquer chances de envolvimento com suas comunidades e, por conseguinte, alijados do mínimo exercício de cidadania. Por isso, temos denunciado sistematicamente a ausência de efetivas políticas sociais para esse segmento etário, nos níveis municipal, estadual e federal, sem nos esquecermos do papel decisivo da iniciativa privada, que não pode abdicar de suas responsabilidades sociais.

Nessa perspectiva, gratifica-nos representar uma entidade mantida por empresários conscientes de seus compromissos comunitários. O SESC atende a cerca de 50.000 idosos, no Estado de São Paulo, com seus programas de Escola Aberta para a Terceira Idade e Grupos de Convivência. Essa ação pioneira, que hoje se soma à contribuição de outras entidades, tem colaborado para uma mudança importante do comportamento do idoso brasileiro.

O perfil do idoso está se transformando. A um observador minimamente atento torna-se cada vez mais evidente a progressiva visibilidade social dos nossos velhos. A presença de pessoas idosas nos espaços públicos como ruas, praças, cinemas, teatros é notória. Obviamente, o expressivo crescimento da população idosa é um determinante fundamental para esse fenômeno.

Mas, não só. A participação social dos velhos, nas suas mais diversas formas, é também fator importante para torná-los mais visíveis socialmente. Parece-nos que, a despeito da desatenção das autoridades públicas, a Terceira Idade vem conquistando direitos graças a uma progressiva organização e mobilização de suas próprias forças. Nessa árdua empreitada, profissionais especializados e instituições têm jogado um importante papel. Os inúmeros encontros municipais, estaduais e nacionais de técnicos e de idosos, que o SESC de São Paulo promoveu ao longo das últimas décadas, criaram um expressivo ambiente de conscientização aos idosos e seus aliados. Como reflexo dessas discussões, Conselhos Municipais e Estaduais proliferam por todo o Brasil.

A propósito, nesta edição artigos de reconhecidos profissionais da gerontologia abordam várias possibilidades de inserção social dos mais velhos, como o trabalho profissional, o trabalho voluntário e o lazer. Finalmente, destacamos a entrevista com o cronista Rubem Alves. Filósofo e psicanalista, trata-se de alguém dotado de grande perspicácia e sensibilidade para extrair profícuas lições do cotidiano. Suas histórias além de tudo são sempre saborosas. Sexualidade e afeto, finitude e transcendência, vida produtiva e relacionamento de gerações são alguns dos temas dessa descontraída conversa.

DANILO SANTOS DE MIRANDA DIRETOR REGIONAL DO SESC/SP.