Durante duas semanas, em ocasião do projeto em rede Experimenta! Comida, saúde e cultura, a comedoria do Sesc Rio Preto apresenta dois cardápios temáticos, em sintonia com a programação da unidade nesta 9ª edição do evento, que convida o público a refletir sobre o vasto universo da alimentação, sobre os processos de produção, e o acesso da população à comida de qualidade.

É certo que na prática do dia a dia, os desafios da alimentação adequada e saudável são muitos! A presença maciça da oferta dos ultraprocessados, o custo dos alimentos de qualidade, as dificuldades dos produtores menores de colocar seus produtos no mercado, a divisão desigual do trabalho de quem cozinha nas famílias, a falta de tempo e muitas outras questões. Por isso que o projeto traz uma diversidade de atrações no Sesc Rio Preto, todas ligadas à alimentação, à saúde e aos nossos hábitos e cultura, para que público e convidados (estudiosos, cozinheiros, nutricionistas, produtores etc.), possam dialogar, trocar experiências e saberes, tecnologias e informações importantes, no intuito de melhorar cada vez mais a qualidade de toda cadeia da alimentação – da semente ao alimento servido no prato, e consequentemente, da nossa saúde.

Além das programações do Experimenta! que acontecem no Sesc Rio Preto de 15 a 18 de outubro, por aqui as atrações se estendem para a comedoria: o público vai poder degustar de opções preparadas com hortaliças, legumes, verduras e frutas orgânicas, adquiridas da empresa familiar Orgânicos Novo Mundo, que produzem e comercializam diretamente ao público seus produtos.

Conheça aqui o que o Sesc Rio Preto preparou além da programação:

Sobre os Orgânicos Novo Mundo

É interessante conhecer a história dos alimentos que estão no nosso prato. Já se perguntou quem os plantam, ou o caminho que eles fizeram até nós? Saber mais sobre os impactos desses alimentos na nossa saúde, a sustentabilidade econômica e ambiental, e como é toda cadeia de produção, do início ao fim.

A relação de Aline e Wellington com a produção orgânica é de longa data e muito interessante. Hoje, são ao todo dez membros da família deles envolvidos em produzir e comercializar os produtos, mas isso nem sempre foi assim. Eles possuem uma propriedade em Urupês onde cultivavam plantações convencionais.

Depois de sofrer uma intoxicação devido ao uso de venenos que eram utilizados para pulverização, Wellington e Aline, marido e mulher, decidiram que aquela prática não poderia mais acontecer. Foi depois desse incidente que mudaram de rota e partiram para uma produção orgânica. Foi uma longa estrada de mudanças, investimentos, muito trabalho e complexas certificações para chegar na produção de alimentos sem veneno, que ao todo durou dois anos de conversão, da agricultura convencional para a orgânica. São certificados desde 2010. A certificação IBD (Instituto Biodinâmico) é direcionada para propriedades agrícolas e processos produtivos desse segmento, sendo emitida com uma importante comprovação de que os produtos gerados nesses locais são produzidos e/ou processados conforme normas orgânicas e biodinâmicas.

Os insumos usados hoje nas plantações da família são apenas defensivos e não têm nenhum índice de toxidade.

A agricultura orgânica é sem dúvida muito saudável, porém para o produtor é também desafiadora. O clima, as mudanças bruscas de temperatura, os custos de mão de obra (muitos cuidados são demandados) e as perdas de produção são apenas alguns impactos no custo final, considerando, claro, que a produtividade é menor se comparada aos métodos convencionais aplicados.

Quer um exemplo prático? Veja só: um pé de tomate convencional chega a produzir de 10 a 12 quilos por pé; na agricultura orgânica, esse número cai para 4 a 5 quilos!

A legislação para os orgânicos inclui insumos, controle de vizinhos, água, derivas, rastreamento de sementes, rastreamento de insumos e tantos outros controles, ou seja, é um árduo trabalho que o produtor precisa apresentar para obter a certificação.

Talvez ainda seja difícil para muita gente buscar uma alimentação mais natural por inúmeros fatores, mas com pequenos passos, algumas mudanças já criam um impacto muito positivo em nossa saúde e em toda cadeia produtiva. Como por exemplo, procurar pequenos produtores locais, incentivando a economia do seu bairro/região; interessar-se pela biodiversidade alimentar que o Brasil possui e experimentar sair da rotina com o imenso o patrimônio cultural alimentar que possuímos, buscar compartilhar as tarefas alimentares em casa com todos os membros da família, aproveitar os espaços dos jardins ou floreiras de casa para produzir alimentos, que podem ser desde hortaliças e temperos até frutas e verduras para quem dispõe de espaços maiores; explorar a alimentação usando as PANCS, estimular ou participar de hortas comunitárias, e tantas outras atitudes que ampliam nossas experiencias culinárias para muito além do prato.

O Sesc Rio Preto faz o convite a todos os públicos a participar das oficinas, vivências e atividades do Experimenta, e degustar os sabores orgânicos dos menus temáticos de nossa comedoria em ocasião do projeto!

SERVIÇO – Experimenta! Comida, Saúde e Cultura 

De 15 a 18 de outubro de 2025 - no Sesc Rio Preto. Programação completa disponível em sescsp.org.br/experimenta

Sesc Rio Preto

Avenida Francisco das Chagas Oliveira, 1333, Chácara Municipal
Horário de Funcionamento: Ter a Sex, das 13h às 22h. Sáb, dom e feriados, das 9h30 às 19h.