Livro mostra como as artes visuais influenciaram a construção do pensamento crítico e literário de Oswald de Andrade
Por Tadeu Chiarelli*
A publicação de Um Boxeur na Arena: Oswald de Andrade e as Artes Visuais no Brasil (1915-1945), de Thiago Gil de Oliveira Virava, vem preencher uma lacuna importante dentro da bibliografia sobre o Modernismo em São Paulo: o quanto as artes visuais foram elementos constitutivos do pensamento crítico e literário de Oswald de Andrade, posição até este estudo eclipsada pelo interesse (aliás muito justo) que as outras facetas de Oswald exerciam sobre seus exegetas.
Neste livro, Virava produz uma espécie de biografia intelectual de Oswald de Andrade, tendo como eixo o interesse do intelectual pelas artes visuais, demonstrando aspectos até então inéditos ou pouco divulgados sobre a obra do modernista. Dentre eles, penso que poderá interessar a crítica bem estruturada sobre o processo de absorção, por parte de Oswald, das questões relativas às diversas vertentes da arte moderna. Absorção que, inicialmente tímida, na sequência passa a ser acometida de uma sofreguidão quase impensável, contaminando não apenas seus textos sobre arte e cultura, mas também a própria estruturação de seus poemas e romances.
De fato, Um Boxeur na Arena interessa não apenas por demonstrar o quanto as artes visuais foram fundamentais para que Oswald de Andrade estruturasse seu pensamento enquanto crítico, poeta e romancista, mas também por inserir nessa reflexão o papel que os trabalhos de sua esposa, Tarsila do Amaral, tiveram para sua efetiva realização.
*Tadeu Chiarelli, professor de Artes Visuais da USP e autor, entre outros, de livros sobre os artistas brasileiros Leda Catunda e Nelson Leirner. Este texto foi originalmente publicado na orelha do livro.
:: Trecho do livro
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