Leia a edição de MAIO/25 da Revista E na íntegra
POR LUNA D’ALAMA
No ano em que o Brasil conquistou o Oscar de Melhor Filme Internacional, com Ainda estou aqui (2024), de Walter Salles, instituições culturais paulistanas iniciam, mantêm ou ampliam seus projetos audiovisuais. Em abril, o Museu do Ipiranga inaugurou o Cinema no Museu, iniciativa gratuita que busca promover, uma vez por semestre, a exibição, seguida de debate com os realizadores de filmes nacionais. Uma programação que pretende dialogar com que pretende dialogar com histórias, memórias e temáticas abordadas nas salas do museu.
Outras entidades culturais da cidade de São Paulo que reúnem mostras, retrospectivas e projetos de cinema e audiovisual são o Centro Cultural São Paulo (CCSP), a Biblioteca Mário de Andrade (Cine Mário), a Pinacoteca Luz [até julho, a Sala de Vídeo apresenta o curta Estás vendo coisas (2016), de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, sobre a música brega no Recife], e o novo prédio do Museu de Arte de São Paulo (Masp). No segundo andar do edifício Pietro Maria Bardi, onde funciona o Masp, o público pode conferir, até agosto, a videoinstalação em múltiplas telas Lina Bo Bardi – um maravilhoso emaranhado (2019), do artista e cineasta inglês Isaac Julien. A obra tem 39 minutos de duração, foi gravada em Salvador e São Paulo (em locais como o Sesc Pompeia, o Teatro Oficina e o próprio Masp) e é protagonizada por Fernanda Montenegro e Fernanda Torres, que interpretam a arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (1914-1992), com reflexões sobre as dimensões poéticas do legado de Lina.
Confira outras cinco instituições culturais da capital paulista com projetos audiovisuais.
MUDAR O IMAGINÁRIO
Lançado em abril de 2024, o Luz na Tela é uma ação do Museu da Língua Portuguesa, com produção e curadoria do Museu Soberano – Rua do Triunfo. As sessões são gratuitas, mensais e ocorrem sempre na última quinta-feira de cada mês, no Pátio B do Museu da Língua. Há, ainda, distribuição de pipoca e refrigerante. No dia 29 de maio, às 19h, o projeto exibirá o longa-metragem nacional Cine Holliúdy (2012), de Halder Gomes. Essa comédia celebra os filmes populares e a resistência dos cinemas de rua no Nordeste, nos anos 1970. Luz na Tela é uma forma de aproximar a instituição dos moradores e trabalhadores da região, proporcionando uma atividade cultural gratuita à noite, com uma linguagem popular. A iniciativa busca também integrar museus, memórias e histórias, oferecer títulos diversos e fortalecer a autoestima comunitária, contrapondo o imaginário social sobre esse território. A seleção inclui desde clássicos internacionais, como King Kong (1933), de Merian Cooper (1893-1973) e Ernest Schoedsack (1893-1979); até obras populares no país, como Super Xuxa contra o Baixo-Astral (1988), de Anna Penido.
Museu da Língua Portuguesa
Praça da Luz, s/nº, Centro Histórico, São Paulo (SP). Terça a domingo, das 9h às 16h30, com permanência até as 18h. Grátis aos sábados.
PROGRAMAÇÃO DIVERSA
Em suas unidades de São Paulo e Poços de Caldas (MG), o Instituto Moreira Salles mantém salas de cinema onde são apresentados lançamentos comerciais, filmes clássicos, raridades, mostras temáticas e retrospectivas de diretores(as) brasileiros(as) e estrangeiros(as). Na capital paulista, o espaço também sedia importantes festivais, como o É Tudo Verdade (dedicado a documentários) e a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. O IMS promove, ainda, seminários, cursos e debates eventuais sobre cinema e audiovisual. A curadoria é feita pelo cineasta Kleber Mendonça Filho. A sala do IMS Paulista dispõe de 150 lugares e conta com um sistema de projeção e som digital, além de projetores em 16mm e 35mm. Em Poços, a sala tem projeção 4K a laser. Para reunir sua programação de cinema e facilitar o acesso offline dos espectadores, o IMS lanca, regularmente, revistas que trazem a lista completa dos filmes exibidos nos dois estados, com datas e horários, além de ensaios e entrevistas.
Instituto Moreira Salles
Av. Paulista, 2424, Bela Vista, São Paulo (SP). Terça a domingo e feriados, das 10h às 20h. Fechado às segundas.
CINEMA DE RUA
Inaugurado em 1979, o CineSesc se destaca pela programação variada, incluindo mostras temáticas, bate-papos e palestras. Projeta filmes em diferentes formatos, como películas em 35 mm, a uma plateia de até 279 lugares, que também pode desfrutar de um bar dentro da sala de cinema.
De 7 a 21 de maio, realiza a terceira edição da mostra Amor ao Cinema, que propõe uma reflexão sobre a linguagem cinematográfica e as transformações que elas têm provocado nas narrativas e nos modos de fazer cinema nos últimos 130 anos. Na programação, filmes clássicos e contemporâneos que versam sobre cinefilia, metalinguagem, história da sétima arte, memória e subjetividades. Além das exibições, estão previstos debates, sessão em 35mm, entre outras atividades. Destaque para obras dirigidas por Billy Wilder (1906-2002), Ettore Scola (1931-2016), Bernardo Bertolucci (1941-2018), além dos brasileiros Walter Carvalho, João Jardim e Helena Solberg. Haverá, ainda, uma programação especial da mostra no Sesc Digital.
CineSesc
Rua Augusta, 2075, Cerqueira César, São Paulo (SP). Segunda a domingo, das 13h15 às 22h. Há sessões GRÁTIS, com retirada de ingressos 1h antes.
DO LIVRO À PSICANÁLISE
O Museu da Imagem e do Som (MIS) inclui, em sua programação mensal fixa, várias atividades de cinema – além de cursos sobre o tema. Uma terça-feira por mês, gratuitamente, ocorre o Ciclo de Cinema e Psicanálise, uma parceria entre o jornal Folha de S.Paulo, a Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo e a produtora O2 Filmes. Após a exibição, acontece um bate-papo mediado pela psicanalista Luciana Saddi, com transmissão ao vivo pelo canal do MIS no YouTube. Um domingo por mês, são realizados outros três projetos: Cine Kids, voltado à exibição de títulos infantis e infanto-juvenis; Cinematographo, que resgata o clima das antigas sessões, com trilha sonora executada ao vivo; e #CineCiência, com obras e debates de temas científicos, mediados pelo físico e professor universitário José Luiz Goldfarb. Além dessas ações, o museu promove o Clube do Filme do Livro, uma quinta-feira por mês. Após as sessões, que destacam adaptações de obras literárias, há um bate-papo com uma pessoa convidada. Já os fãs de documentários podem curtir o Doc.MIS, realizado, também, uma quinta-feira ao mês.
Museu da Imagem e do Som
Av. Europa, 158, Jd. Europa, São Paulo (SP). Terças a sextas, das 10h às 19h. Sábados, das 10h às 20h, e domingos, das 10h às 18h. Permanência até 1h após o último horário. Grátis às terças.
ESPERA NOS JARDINS
Em 1972, o Museu Lasar Segall passou a ceder espaço para a programação e o armazenamento de películas da Cinemateca Brasileira. Um ano depois, iniciou as projeções do Cine Segall – inicialmente, apenas para funcionários de uma empresa vizinha, no horário do almoço. Logo, as sessões se expandiram para o público geral, aos finais de semana. Hoje, o projeto conta com duas exibições diárias de filmes do circuito comercial ou de arte, com foco em produções brasileiras, latino-americanas e independentes. Aos sábados e domingos, há uma terceira faixa de horário, na qual são apresentados clássicos do cinema mundial, por R$ 4 – em maio, o foco serão os filmes noir dos anos 1950.
A programação também inclui mostras, como as já realizadas sobre o cinema marginal e sobre o diretor soviético Serguei Eisenstein (1898-1948). Em 2017, o Cine Segall passou por uma reforma, que incluiu a instalação de projetor e som digitais, assentos (a sala tem 80 lugares) e tela novos. Quem chegar com antecedência poderá aguardar as sessões nos arborizados jardins do museu – o de Esculturas e o do Ateliê de Gravura, onde o artista lituano Lasar Segall (1889-1957) trabalhou por quase três décadas. O público também pode aproveitar para conferir duas exposições em cartaz: Lasar Segall entre temas e técnicas e O Gabinete de Marcelo Grassmann.
Cine Lasar Segall
Rua Berta, 111, Vila Mariana, São Paulo (SP). Quarta a segunda, das 11h às 19h. Fechado às terças. O acesso ao museu é grátis, mas os ingressos para as sessões são pagas.
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