Autores brasileiros e portugueses refletem sobre as características da vertente literária de Eça de Queirós, em livro que traz também uma antologia de seus textos não ficcionais
Em edição revista e ampliada, o livro Ecos do Brasil: Eça de Queirós, leituras brasileiras e portuguesas reúne nove artigos de estudiosos brasileiros e portugueses sobre a obra do escritor. Na segunda parte, apresenta uma antologia de textos não ficcionais do autor, organizadas pelo docente português Carlos Reis. A obra conta, ainda, com uma breve cronologia e caricaturas de Eça de Queirós.
Os artigos buscam refletir sobre as características pelas quais a obra eciana é mais comumente conhecida: o naturalismo, o realismo, sua elegante mordacidade, a visão crítica e a composição minuciosa de tipos, comportamentos, grupos sociais e da atmosfera burguesa de Portugal.
No primeiro artigo, “Eça de Queirós, passado e presente”, o sociólogo, crítico literário, professor e escritor Antonio Candido – fazendo, em parte, um exercício autobiográfico – aponta a importância do autor para a sua geração. Já em “Leitores brasileiros de Eça de Queirós: algumas reflexões”, Carlos Reis, professor catedrático da Universidade de Coimbra, analisa as diferentes perspectivas de críticos literários brasileiros que se debruçaram sobre a obra do autor ao longo do século XX.
Em perspectivas diversas, os textos seguintes abrangem outros aspectos da obra de Eça de Queirós, entre eles sua trajetória como jornalista, abordando suas colaborações para publicações europeias e, no Brasil, para a Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro. Outro tema que ganha espaço no livro é a crítica de Machado de Assis sobre o romance O primo Basílio, episódio que é objeto de dois artigos.
No texto de apresentação do livro, o diretor regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda, destaca que os câmbios estabelecidos alcançam também nações do continente africano e afirma que o conjunto da obra “evidencia a existência de elos entre países ativados não só pela língua, mas, sobretudo, por leitores”.
Ao final do livro, há uma preciosa antologia de textos ecianos sobre o Brasil, organizada por Carlos Reis. E também uma breve cronologia intitulada “Marcos biográficos do autor”, dividida em três partes: “Primeiros Anos”, desde seu nascimento até a entrada na faculdade; “Vida Estudantil”, sobre o período acadêmico; e “Pelo Mundo”, quando desenvolveu sua carreira fora de Portugal.
Sobre o organizador
Benjamin Abdala Junior é professor titular sênior de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa da FFLCH/USP, foi por dois mandatos representante de Letras e das áreas de Humanidades, no Conselho Técnico- Científico do Ensino Superior da Capes/MEC e também por dois mandatos, coordenador de Letras do CNPQ, onde é pesquisador IA.
Foi um dos fundadores de associações, entre elas a Abralic e a Afrolic, além de chefe do DLCV/ FFLCH/ USP e do Celp, do qual foi fundador. Dirigiu várias séries editoriais, entre as quais as séries Princípios e Fundamentos, da Editora Ática. Publicou 38 títulos, entre livros autorais, coletâneas e paradidáticos, tendo editado mais de quatrocentos títulos.
Entre seus livros publicados destacam-se: A escrita neorrealista; Literatura, história e política; De voos e ilhas: literatura e comunitarismos; Literatura comparada e relações comunitárias, hoje; Graciliano Ramos: muros sociais e aberturas artísticas; e Um mundo coberto de jovens.
Veja também:
:: trecho do livro
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