Oswaldo Corrêa Gonçalves: arquiteto cidadão

19/01/2022

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Professor engajado, intelectual questionador, gestor cultural e ativista em prol da profissão, um dos precursores da arquitetura moderna brasileira tem trajetória traçada em livro

O arquiteto Oswaldo Corrêa Gonçalves (1917-2005) é um dos grandes personagens da historiografia do urbanismo do Brasil. Formado engenheiro-arquiteto em 1941 e engenheiro civil em 1944 pela Escola Politécnica de São Paulo (USP), dedicou-se à militância em entidades de classe – foi presidente da seção paulista do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e vice-presidente do IAB nacional –, participou da criação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (da qual foi professor) e idealizou a Faculdade de Arquitetura de Santos (SP), que dirigiu durante várias gestões. Foi ainda diretor da seção de arquitetura da Bienal de Artes de São Paulo e coordenador da Bienal Internacional de Arquitetura.

Organizado pelos também arquitetos Gino Caldatto Barbosa e Ruy Eduardo Debs Franco, o livro Oswaldo Corrêa Gonçalves: arquiteto cidadão apresenta os vários papéis assumidos por uma figura relativamente esquecida, mas de suma importância, na história da arquitetura moderna brasileira: professor engajado, intelectual questionador, gestor cultural e um grande ativista em prol da profissão.


Oswaldo em seu escritório, em 1975 | Foto: acervo O.C.G.

Com uma trajetória profissional marcada pelo compromisso com as questões humanas, Oswaldo figura entre os expoentes de uma geração de profissionais alinhados com o ideal moderno de pensar o edifício e a cidade como instrumentos transformadores da realidade coletiva. Entre seus projetos estão residências, postos de abastecimento, escolas, prédios institucionais, edifícios esportivos, o Teatro Municipal de Santos e as primeiras unidades compartilhadas entre o Sesc e o Senac, nas décadas de 1950 e 1960, nas cidades de Santos, Marília, Bauru, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto – esta última abrigando atualmente o Sesc Ribeirão Preto – além da sede compartilhada à época pelas duas entidades (atual sede do Senac), na cidade de São Paulo.


Casa de praia João Roberto Harfers, no Guarujá | Maquete do Instituto de Geriatria de Santos


Posto Texaco no centro de Santos, em 1957 | Maquete do Clube Atlético Santista


Maquete do anteprojeto para o Teatro Municipal de Santos, apresentado à prefeitura em 1961 | O edifíco em 2010.


Fachada Sesc/Senac Bauru, em 1958

Como urbanista, colaborou na elaboração do Plano Diretor de Santos, no projeto de urbanização da Riviera de São Lourenço, em Bertioga, e na vila habitacional de Barra Bonita, todos municípios do Estado de São Paulo.


Pré-plano para o projeto urbanístico da Riviera de São Lourenço.

Com um farto material iconográfico (dividido entre fotografias, desenhos maquetes e croquis), o livro Oswaldo Corrêa Gonçalves: arquiteto cidadão conta com textos de Ney Caldatto, Christiane Costa Ferreira e Fabio Eduardo Serrano, além dos próprios organizadores. Na obra é possível acompanhar a formação acadêmica e a atuação institucional de Oswaldo, suas mais significativas realizações como arquiteto e urbanista, além de sua atuação como professor. Uma linha do tempo oferece um amplo panorama sobre a vida do arquiteto, e ao final uma bibliografia permite ao leitor aprofundar a pesquisa sobre a atuação pessoal e profissional de um dos precursores da arquitetura moderna brasileira.

:: Trecho do livro

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