No livro Maquiavel, a democracia e o Brasil, uma coedição das Edições Sesc e editora Estação Liberdade, Renato Janine Ribeiro traz referências históricas e atuais, desde a ciência política até as artes trágicas, para analisar a dinâmica de poder dos representantes do Executivo brasileiro, concentrando-se nos governos democráticos pós ditadura civil-militar
Os conceitos de virtude (virtù) e fortuna postulados por Maquiavel orientam toda a reflexão do autor, sendo que virtude representa as ações possíveis para um governante, aquilo de que é capaz, o que consegue realizar e desempenhar, enquanto a fortuna é o que lhe escapa, é a sorte, o imprevisível, o acaso. A noção central de Maquiavel é que a ação política e a manutenção do poder se baseiam ora na virtude, ora na fortuna.
Na obra, composta por sete ensaios filosóficos, Ribeiro tece reflexões no campo da filosofia política, indo desde O príncipe, de Maquiavel, até Édipo rei, de Sófocles, e cria, assim, uma contraposição que coloca em jogo a capacidade de governar e, mais que isso, de ascender ao poder e nele continuar.
Ribeiro ainda recorre a Marx, Freud, Perry Anderson e traz à luz o legado de “príncipes”, tais como Júlio César, articulando conhecimento histórico e filosófico na formulação de suas interpretações de Maquiavel e democracia no Brasil. Nesse sentido, o livro ganha em profundidade intelectual e experiência concreta na análise dos períodos políticos da história brasileira.
:: Trecho do livro
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