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Virando a mesa

Há uma dimensão de gênero muito importante no retrato do envelhecimento da humanidade no Brasil e no mundo. Sabemos hoje que as mulheres são maioria entre os idosos brasileiros de 60 anos e mais, num contexto no qual o segmento etário que mais  cresce na população é o dos idosos. O contingente feminino é tanto mais expressivo quanto mais idoso é o segmento, principalmente nas áreas urbanas.

Em quase todas as partes do mundo, as mulheres vivem mais que os homens, têm mais probabilidades de serem pobres na velhice, correm um risco mais alto de sofrer de enfermidades crônicas e incapacidades e de serem objetos de discriminação e marginalização. As mulheres também se ocupam mais de cuidar dos outros e muitas vezes são confrontadas com uma responsabilidade tripla: cuidar dos filhos, cuidar dos pais e atender a seu próprio bem-estar.

Porém, mudanças observadas na sociedade e na estrutura familiar contemporânea anunciam que o avanço da idade não elimina dos idosos a capacidade de individualizar-se e dar significados às suas próprias vidas. Sob o olhar de uma nova ética, baseada nos princípios da realização pessoal, muitas mulheres idosas estão transformando sua relação com a família e a sociedade e deixando de lado obrigações e deveres que expressavam uma lógica eminemente social com vistas à harmonização do indivíduo com o todo. Padrões e modelos tradicionais do papel feminino estão ultrapassados.

O tema da individualização feminina na velhice é destacado no artigo de Cristiane Leal R. Soares, que realizou uma pesquisa com mulheres com mais de 60 anos, na cidade de João Pessoa/PB, na tentativa de revelar a velhice como um período de construção e novas conquistas.

Também, nesta edição, estão publicados os artigos: “Perfil dos cuidadores de pacientes com Demência de Alzheimer”, de Regina
Claúdia da Silva Rodrigues, Bruna Cristina Cardoso Martins, Mirian Parente Monteiro e Eudiana Vale Francelino, destacando o perfil
socioeconômico dos cuidadores de pessoas com Demência de Alzheimer (DA) e aspectos de vida e saúde por meio de pesquisa realizada em um hospital de Fortaleza/CE; “Contribuição da Atividade Física em Idosos com Demência”, de Carla Lúcia Penha Cardoso e Kleyton Costa Silva, objetivando identificar qual a correlação atual da prática de exercícios físicos com a demência; “Parasitoses em idosos e seus animais de estimação: implicações na educação para a saúde”, de Luísa Scheer Ely, mirando a possibilidade de uma reflexão interdisciplinar entre as áreas da Gerontologia Biomédica, Biologia e Educação; e “Análise do bemestar de idosos no Centro de Convivência da Terceira Idade”, de Maria Alice de Lima Albuquerque e Valéria Conceição Passos de Carvalho, demonstrando a atuação fisioterapêutica preventiva em um Centro de Convivência do município de Lagoa do Itaenga, em Pernambuco.

Danilo Santos de Miranda
Diretor Regional