Sesc SP

Matérias da edição

Postado em

Alana Moraes; Henrique Z. M. Parra

RESUMO
Apresentamos uma sistematização provisória e em movimento sobre a experiência do Laboratório do Comum, entendido enquanto prática de uma dupla experimentação, simultaneamente ontoepistêmica e política, dispositivo de pesquisa e intervenção. Apontamos algumas definições que o caracterizam como uma prática de investigação coletiva de produção de conhecimento que se pretende, ao mesmo tempo que situada, produtora de outras possibilidades de modos de existências. Em seguida apresentamos algumas delimitações sobre o Comum, fundamento ontológico e princípio político que orienta as práticas do Laboratório. A partir da experiência de criação do Laboratório do Comum Campos Elíseos (bairro da região central de São Paulo), desenvolvemos reflexões sobre uma ciência aberta e implicada, sobre a passagem de uma política da reivindicação para outra da experimentação, sobre a fabricação de uma comunidade provisória ontoepistêmica habitada por saberes minoritários em relaçãoa um território, sobre a criação de arranjos sociotécnicos e infraestruturas que permitem experimentar um conjunto de práticas e saberes orientados para a criação e sustentação dos Comuns urbanos. O Laboratório do Comum é um espaço de experimentação democrática fundado na cumplicidade entre diferenças, atuando para conferir a devida centralidade ao trabalho de visibilização do terreno sempre pressuposto, e ainda assim oculto, que sustenta toda prática política e também científica: corpos e suas marcas, uma ética do cuidado que cria e sustenta relações.

Palavras-chave: Laboratório do Comum. Ontoepistemologia. Ciência implicada. Experiência; Arranjos sociotécnicos.

ABSTRACT
We present a provisional and moving systematization about the experience of the Laboratory of the Commons, understood as practice of a double experimentation, simultaneously ontoepistemic and political, a research and intervention apparatus. We point out some definitions that characterize it as a situated practice of a collective knowledge production investigation that aims to produce other possibilities of modes of existence. Then we present some delimitations on the Commons, the ontological foundation and political principle that guides the Laboratory’s practices. Based on the experience of creating the Laboratory of the Commons Campos Eli´seos (a neighborhood in the central region of Sa~o Paulo), we developed reflections on an open and implicated science, on the transition from a politics of protest and claim to a politics of experimentation, on the fabrication of a provisional ontoepistemic community inhabited by minority knowledge in relation to a territory, on the creation of sociotechnical arrangements and infrastructures that allow to experience a set of practices and knowledge oriented to the creation and support of urban Commons. The Laboratory of the Commons is a place for democratic experimentation founded on the complicity between differences, acting to give due impor- tance to the work always presupposed and yet hidden which sustains all political and also scientific practice: bodies and their marks, an ethics of care that creates and sustains relations.

Keywords: Laboratory of the Commons. Ontoepistemic. Implicated Science. Experience. Sociotechnical Systems.

Para ler o artigo completo, clique aqui.