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Pelos caminhos da leitura

foto: Divulgação
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Projetos de incentivo ao contato com o universo dos livros permitem o acesso de um público variado, incluindo estudantes, viajantes, trabalhadores e comunidades carentes, ao acervo de bibliotecas


O incentivo ao hábito de leitura é uma ação consolidada no cotidiano do Sesc. As unidades Araraquara, Belenzinho, Bertioga, Bom Retiro, Campinas, Carmo, Pompeia, Ribeirão Preto, Rio Preto, São Carlos, Santo Amaro, Santo André e Sorocaba possuem bibliotecas e as demais geralmente contam com salas de leitura ou espaços alternativos onde são disponibilizados periódicos e livros para consulta.


Para realizar o empréstimo, é necessário que a pessoa interessada faça um cadastro, apresentando documento de identidade (ou cartão de matrícula) e comprovante de residência atualizado. As bibliotecas ainda “promovem atividades voltadas à mediação de leitura, contação de histórias, encontros com escritores, oficinas e workshops, intervenções e atividades que envolvem outras mídias e suportes, sempre com o objetivo de mediar o acervo, aproximando livros e leitores”, explica a técnica de Literatura e Bibliotecas da Gerência de Ação Cultural do Sesc São Paulo, Ana Luisa Sirota.


O acervo diversificado permite ao leitor ter acesso a obras nacionais, estrangeiras, clássicas e contemporâneas, que abarcam os gêneros romance, poesia, crônicas, contos, novelas e quadrinhos, além de periódicos, tendo por objetivo atender a todas as faixas etárias. Tendo isso em vista, Sirota explica que busca equilibrar a oferta das unidades com expectativas e indicações do público. “A partir de 2014, algumas unidades estudam a inserção de e-readers e tablets para acesso a e-livros e outros conteúdos nos espaços das bibliotecas”, afirma.



BiblioSesc



Buscando oferecer o acesso à literatura além das fronteiras de suas unidades, o Sesc criou bibliotecas móveis, como é o caso do projeto BiblioSesc. A iniciativa do Departamento Nacional do Sesc, criada em 2001, em parceria com os departamentos regionais da instituição, “destina-se a promover a leitura através da ampliação e facilitação das condições de acesso ao livro nas localidades periféricas onde o Sesc atua, encurtando a distância entre o leitor e o livro, principalmente para o segmento da população carente de acesso aos bens culturais”, explica a técnica responsável pela coordenação nacional do Projeto BiblioSesc, da Gerência de Cultura do Departamento Nacional do Sesc, Lisyane Wanderley.


Para a realização desse trabalho, cada biblioteca volante conta com um bibliotecário, um auxiliar de biblioteca e um motorista, que atuam como mediadores do acervo. Os bairros atendidos são selecionados conforme a carência de bibliotecas ou de outros equipamentos culturais e recebem visitas quinzenais, sempre no mesmo dia da semana. O intervalo entre as visitas corresponde ao prazo do empréstimo dos livros que, para ser realizado, necessita da apresentação do documento de identidade e um comprovante de residência.


O projeto, que tem atendimento gratuito, é direcionado ao público jovem, e suas 54 unidades volantes já atingiram Pernambuco, Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, entre outros estados, totalizando 250 localidades em todo o Brasil. “São três mil publicações ¿diferentes, cuidadosamente escolhidas e atualizadas em: literatura brasileira e estrangeira traduzida, de ficção e não ficção, para crianças, jovens e adultos; livros de complementação escolar e de interesse geral; jornais, revistas e gibis”, esclarece Lisyane. Segundo ela, o índice de extravio é menor do que 1% do total de empréstimos.



Mala do autor



Outra iniciativa de apoio à leitura organizada pela instituição é o Mala do Autor, projeto iniciado em 2013 que faz ponte entre bibliotecas e escolas localizadas principalmente no entorno do Sesc Interlagos. A programação propõe “rechear” uma mala com obras de um autor escolhido para a atividade, além de livros de escritores consagrados que o influenciaram, somando 30 volumes. “Além do incentivo à leitura, o projeto visa divulgar as atividades da biblioteca móvel da unidade Interlagos e possibilitar o acesso de forma mais ampla para os escolares e seus familiares”, explica o bibliotecário do Sesc Interlagos João Doescher.


Desde o início do projeto, as malas montadas por dois autores (Marcelo Maluf e Ferréz – nome artístico de Reginaldo Ferreira da Silva) já foram entregues em oito escolas – entre elas, a Presidente João Goulart, a Ibrahim Nobre e a Professor Vicente Rao, que receberam a mala do escritor Marcelo Maluf, em março de 2013 –, junto com um manual de possibilidades de utilização para nortear os professores. Após o uso do material por um período médio de um mês, é organizado um encontro com o autor selecionado. Para setembro deste ano, já é cotada a participação da dupla literária Lalau e Laura Beatriz (escritor e ilustradora). Apesar das sugestões do Sesc, cada escola tem a opção de explorar as obras da maneira que lhe convém. “A proposta é que seja uma utilização livre de obrigações. Assim, o projeto pode ser incorporado às necessidades da escola”, esclarece Doescher.



Baú de Letras



Com o objetivo de aproximar e ampliar o universo literário dos trabalhadores do comércio surgiu o projeto Baú de Letras, que começou há mais de cinco anos. Acervos móveis compostos por 80 a 100 livros ficam à disposição dos profissionais interessados por romances, contos, crônicas, poesias, biografias, entre outros gêneros, e em alguns casos, títulos infanto-juvenis, destinados às famílias dos funcionários, contemplando escritores brasileiros e estrangeiros, clássicos e contemporâneos.


“A ideia surgiu da possibilidade da extensão deste atendimento às empresas do comércio da região devido à proximidade física destes locais, e pelo foco no atendimento a comerciários, premissa da missão do Sesc”, conta a bibliotecária do Sesc Carmo Luciana Florindo. A interação literária com os estabelecimentos comerciais se dá nas unidades Bom Retiro, Carmo, Bauru, Araraquara, Catanduva e Ribeirão Preto.



Meus Livros de Viagens



O Sesc mostra que é possível viajar por meio da leitura com o projeto iniciado em 2008 no Sesc Consolação, chamado Meus Livros de Viagens. Por meio da oferta de pequenos acervos depositados em quatro “malas viajantes” nos transportes com destino aos roteiros preparados pelo Programa de Turismo Social, os viajantes são convidados a acessar conteúdos em formato de livros que podem estar relacionados ao lugar de destino – como guias de viagens, obras literárias e outras publicações que abordam os aspectos culturais, a gastronomia, os patrimônios históricos e as personalidades dos locais visitados –, variando de tamanho conforme a duração da viagem.


Ao longo do trajeto, o guia de turismo tem a missão de incentivar o conhecimento do projeto. Os volumes “também abordam as peculiaridades das regiões a serem visitadas e seus ecossistemas, como a região pantaneira, as obras de Machado de Assis inspiradas na cidade do Rio de Janeiro e as poesias de Mario Quintana baseadas no ato de viajar. Mas as obras literárias e publicações diversas podem ou não estar ligadas aos destinos visitados, com o objetivo de simplesmente enriquecer a experiência da viagem”, afirma a técnica da área de Turismo Social do Sesc Consolação Ana Cristina de Souza. Ela ainda esclarece que os viajantes têm uma ótima adesão ao projeto e, no momento do embarque, a mala é logo reconhecida e desperta o interesse pela leitura.
 




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