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Ilustração: Leandro Shesko
Ilustração: Leandro Shesko

Por: JORGE LEÃO TEIXEIRA

Cão na recepção

Uma pequena loja de cigarros em Tóquio, que encerrou suas atividades em outubro do ano passado, se viu na obrigação de aposentar Shiba, o funcionário mais assíduo do estabelecimento (nunca faltou ao trabalho) e que vinha prestando serviço ali desde 2012. Shiba não dizia uma única palavra, apenas latia. Cão de estimação do dono daquele comércio, era ele que recepcionava os clientes, uma ocupação diária que se estendia das 9 às 17 horas. Ao ouvir o toque da campainha no balcão, Shiba pulava da cama e corria para abrir uma janela de correr, dando o ar de sua graça como uma espécie de boas-vindas aos fregueses. Expediente que rendia para o animal uma guloseima como gratificação cada vez que entrava em ação.

Chocólatras felizes

Viciados em chocolate tem uma multidão de pessoas nos quatro cantos do mundo. Você, por exemplo, pode ser um deles, assim como a publicitária carioca Claudia Zurli Bravo, uma chocólatra de longa data. Certa noite, diante da falta em casa do cobiçado derivado do cacau, ela e os filhos Raissa e Rafael tiveram uma brilhante ideia: montar um delivery de emergência para chocolates. Delírio? Não! O negócio, que acabou saindo do papel, se revelou tão promissor que já leva jeito de que pode virar franquia. Foi assim que nasceu um empreendimento dedicado a atender pedidos feitos diretamente no site da empresa, um comércio online que ganha corpo e cresce a olhos vistos.
“Somos uma família de chocólatras que entende que a abstinência de chocolate é uma necessidade imediata”, diz a empresa em sua página oficial na internet. O delivery dos Bravo atende, por ora, a zona sul da cidade do Rio de Janeiro.

Escrivão zeloso

Uma turista francesa passeava despreocupadamente pelas ruas de Porto Alegre quando, zump, um “trombadão” levou o seu iPhone 5S. Isso aconteceu no período da Copa do Mundo, em 2014, no exato dia em que a seleção de seu país se preparava para jogar contra o time oficial de Honduras. Jade Thomassine retornou dias depois à terra natal com a certeza de que nunca mais poria as mãos em seu precioso celular.
Quase um ano depois, o gatuno foi pego e o aparelho entregue à polícia civil para as devidas providências. Coube, então, ao escrivão Paulo Nunes ligar para Jade. Num primeiro momento ela achou que fosse trote, mas, vários telefonemas depois, certificou-se de que a pessoa do outro lado da linha falava a verdade. Nunes tirou R$ 70 do próprio bolso para o pagamento das taxas e selos a fim de liberar o embarque do celular à França. E o que parecia um caso sem solução terminou bem. “Uma pequena história que encanta o meu coração”, escreveu a francesa em sua página no Facebook.

Um pincel diferente

Tim Patch é um pintor de qualidade, e suas obras fazem sucesso por onde ele passa. Especializado em quadros que retratam as caras de pessoas comuns e famosas, esse artista australiano tem entre seus milhares de trabalhos os rostos do ex-presidente americano George W. Bush, do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair e do cantor Michael Jackson, falecido em 2009. Patch, que também atende por “Pricasso”, está na estrada há exatos 10 anos, e em suas seções de pinturas ele está sempre despido, sem nenhuma peça de roupa, tal qual veio ao mundo.
Não daria para ser de outro jeito, considerando que o extrovertido pintor não coloca seus traços na tela da maneira tradicional, com o emprego de pincel. O instrumento de trabalho de Patch é, pasmem, seu pênis. Em recente depoimento à imprensa o Adão australiano relatou que toma certos cuidados para não ferir seu ganha-pão, lançando mão, quando é preciso, de creme anestésico e antisséptico.

O Jesus gabonense

No Gabão, país africano banhado pelo Oceano Atlântico e com 70% de seu território coberto por florestas, uma experiência malsucedida de um pastor mostrou ao mundo que existem pessoas carentes de bom senso que procuram se igualar a Jesus em alguns de seus feitos milagrosos – um sonho inalcançável. Decidido a provar aos fiéis de sua igreja que a fé inabalável o faria andar sobre as águas – assim como o Messias, de acordo com o relatado nos Evangelhos de João, Marcos e Mateus –, ele e seus seguidores foram à praia de Libreville. Dali o pastor foi levado de barco até um ponto pré-determinado, navegando por 20 minutos. Lá chegando, saltou da embarcação convencido que poderia imitar Jesus. O pobre homem, que não sabia nadar, afundou e, segundo um jornal local, “nunca mais voltou”.