Nos 469 anos da capital, passeie pelas miudezas arquitetônicas de São Paulo

31/12/2022

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Leia a edição de janeiro/23 da Revista E na íntegra
FOTOS ADRIANA VICHI

Nas miudezas arquitetônicas da cidade, passado e presente coabitam e inspiram  

Pelas esquinas de uma São Paulo que celebra, em 25 de janeiro, seus 469 anos de história, passado e presente dão-se as mãos e acenam para o que está por vir. A cidade que insiste em acelerar os passos dos que nela habitam e que compreende a transformação como inescapável vai se constituindo em sua multiplicidade tão característica, deixando rastros de suas contradições. “Porém com todo defeito / Te carrego no meu peito / São, São Paulo quanta dor / São, São Paulo meu amor”, declara-se Tom Zé.

Numa cidade onde o tempo não para, inevitavelmente, ontem e hoje cruzam miradas, percebidas nos detalhes de maçanetas, caixas de correspondências, portões, janelas e degraus. Outros detalhes da miscelânea arquitetônica convidam a repousar os olhos sobre uma margarida que desabrocha numa parede de concreto, ou a se perder na geometria de um piso salpicado de caquinhos vermelhos, amarelos e pretos.

Ontem e hoje, poetas, escritores, compositores, professores, amadores de toda sorte, seguem tentando decifrar suas linhas tortas, pirambeiras, torres, praças e vilas abraçadas às franjas do tempo. São Paulo dança com o que é duradouro e com o efêmero, estendendo-se, longeva.

Não me iludo

Tudo permanecerá do jeito que tem sido

Transcorrendo, transformando

Tempo e espaço navegando todos os sentidos

(Tempo Rei, Gilberto Gil)

Uma flor nasceu na rua!

Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.

Uma flor ainda desbotada

ilude a polícia, rompe o asfalto.

Façam completo silêncio, paralisem os negócios,

garanto que uma flor nasceu

(A Flor e a Náusea, Carlos Drummond de Andrade)

Venha nesse embalo, concrete, fax, telex

Igreja, Praça da Sé, faça logo sua prece

Quem vem pra São Paulo,
meu bem, jamais se esquece

Não tem intervalo, tudo depressa acontece

(Venha até São Paulo, Itamar Assumpção)

Tem os que passam

e tudo se passa

com passos já passados

tem os que partem

da pedra ao vidro

deixam tudo partido

e tem, ainda bem,

os que deixam

a vaga impressão

de ter ficado

(Vice Versos, Alice Ruiz)

O ônibus corria pela rua das Palmeiras, […] fechei os olhos pra não ler. Mas é tão desagradável andar de automóvel com os olhos vendados! Acorda a noção do perigo e não se ajusta mais o ser com a realidade. Abri de novo os olhos e fui vendo o que é viajar. Árvore, tabuleta, casa, rua (…)

(O terno itinerário ou trecho de antologia, Mário de Andrade)

A EDIÇÃO DE JANEIRO/23 DA REVISTA E ESTÁ NO AR!

No mês em que acontece o Sesc Verão 2023, discutimos a relação entre as tecnologias e a prática físico-esportiva. A reportagem principal desta edição defende que usar o tempo livre para atividades que não movimentam o corpo favorece o sedentarismo, além de elevar o risco de doenças crônicas. No entanto, o texto também aponta que, quando utilizado de maneira equilibrada, o tempo em frente às telas pode motivar a prática de atividades físicas, por meio do uso de aplicativos e aparelhos que medem frequência cardíaca, gasto calórico, qualidade do sono, entre outros indicadores.

Além disso, a Revista E de janeiro/23 traz outros conteúdos: uma reportagem que percorre os caminhos de gestação de uma obra literária, desde o surgimento da ideia original até chegar à mão dos leitores; uma entrevista com a escritora cubana Teresa Cárdenas, que conta sobre sua relação com a literatura brasileira, seu processo criativo e revela de que forma os antepassados guiam sua escrita; um depoimento com a cantora e compositora Ellen Oléria sobre música, teatro e afrofuturismo; um passeio visual por imagens que celebram o universo feminino indígena no universo das artes visuais; um perfil da médica Nise da Silveira (1905-1999), pioneira na humanização do atendimento psiquiátrico por meio da arte; um encontro com o jornalista Tiago Rogero, criador do projeto Querino, que fala sobre popularização de podcasts e luta antirracista no Brasil; um roteiro nostálgico pelas miudezas arquitetônicas de São Paulo, em celebração aos 469 anos da capital paulista; um conto inédito da escritora Natalia Timerman; e dois artigos que discutem a relação entre envelhecimento e inclusão digital.

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