Curadoria é a resposta para um mundo de excessos?

29/04/2020

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Novo livro de Michael Bhaskar é chave para se abrir espaço em uma sociedade saturada de conteúdo, informações e produtos

Vivemos em um mundo de excessos, como acredita o escritor e editor inglês Michael Bhaskar. Para ele e para tantos outros pesquisadores da contemporaneidade, a sociedade vive saturada de conteúdo, informações, marcas, produtos. Nesse imbróglio, se faz mais do que essencial aquilo que se resume a uma palavra: curadoria.

Curadoria: o poder da seleção no mundo do excesso, aliás, é o nome do livro de Bhaskar que chega ao público brasileiro pelas mãos das Edições Sesc São Paulo, tanto em versão impressa como em e-book. “Hoje somos todos curadores, quer estejamos ‘curando’ nosso visual, nosso próximo feriado prolongado ou o que vamos assistir à noite”, escreve ele ao introduzir a publicação. “O jornalista e investidor Robert Scoble diz que a curadoria é ‘a mais nova oportunidade de fazer bilhões’. Barack Obama era considerado o ‘curador-mor’ do legado de George W. Bush, ao passo que, em contextos bem diferentes, a eminência parda da política russa e o primeiro-ministro italiano também eram chamados de curadores. O técnico Pep Guardiola foi chamado de curador do Bayern de Munique. Leonardo DiCaprio é curador de um leilão de arte beneficente. O Financial Times tem um Diretor de Curadoria de Conteúdo, enquanto a revista Wired refere-se a um geneticista como ‘curador de genes’”, continua.

Entrevista com o autor Michael Bhaskar

O livro é dividido em três partes – O problema, A resposta, A realidade – com capítulos que avançam nas origens, princípios e efeitos da curadoria, assim como no fazer curatorial da cultura, da internet, dos negócios e de si próprio, por exemplo. E a orelha, assinada por Martin Grossmann, professor da USP e coordenador do Fórum Permanente, define com precisão os caminhos e meandros da obra e do “surgimento” da curadoria em si, que, segundo ele, teria se dado nos anos 1960, impulsionada pelos movimentos da arte moderna. Nesse período os centros culturais ganharam forma e algumas formas de expressão artística cresceram exponencialmente, como instalações, performances e happenings. “Esta expansão e diversidade da ação artística gerou uma complexidade suscitando novas formas de mediação, em destaque, a curadoria”, atesta Grossmann.

Assim, no ciclone de transformações mundiais que a sociedade contemporânea experimenta diariamente, a curadoria não é só o caminho, mas a solução. E a Curadoria, de Michael Bhaskar, é uma ótima bússola a se manter na mente e nas mãos.


Trecho do livro

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