Tocadora de zabumba desde criança, Mestra Penha aprendeu a cantar ciranda e aboiar versos indo trabalhar na roça. Sempre na companhia de seu pai e mestre que a levava para todas as festas da região, Penha passou a ser uma das maiores referências de zabumbeiras, ainda na adolescência.
Vinda de família de cirandeiros, coquistas e compositores, Penha passeava por diversas manifestações culturais na Paraíba, dentre elas a Jurema Sagrada, religião de matriz indígena muito cultuada em seu estado. É dessa vivência que tira boa parte da composição de seus versos.
É com essa bagagem que Mestra Penha Cirandeira faz a apresentação “Paraíba profunda”, trazendo consigo os encantamentos aprendidos ao longo da vida e que ainda estão presentes nos ensinamentos de sua família. Entre cocos, toadas, cirandas e pontos de Jurema, Penha e seus filhos trazem a voz potente de uma mulher mestra, mãe e rezadeira que nunca pisou numa escola, mas que é herdeira de uma pedagogia ancestral.
Acompanha a mestra Zé Silva, tocador e representante da cultura paraibana, pesquisador e ativista na universidade sobre os encantamentos, os mestres, do coco e da ciranda, sua ponte com as aldeias indígenas da região. Também estará presente Mestre Jurandir, hoje um dos mais experientes sabedores dos toques de Gaita de Índio, e também de Zabumba, dentro da Folia de Índio. O Mestre brinca desde criança nas Tribos carnavalescas das periferias e matas de João Pessoa (PB).