SP SUBTERRÂNEA | Dicas de passeios para conhecer a cidade por outros ângulos

01/05/2023

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Por Luna D’Alama

Metros abaixo da superfície da maior cidade da América Latina, bem distante do trânsito caótico, das buzinas e do vai e vem apressado das pessoas, “escondem-se” mausoléus, túneis e espaços culturais que guardam parte da história e das memórias de São Paulo. São locais subterrâneos, onde é possível respirar literatura, ouvir música clássica, conferir apresentações artísticas, conhecer diferentes estilos arquitetônicos e até túmulos de figuras importantes sepultadas ali. Neste Almanaque, listamos seis desses lugares submersos para se visitar e aprender sobre o passado – e o interior profundo – da capital paulista. Bom passeio!

No subterrâneo do mais alto monumento da capital paulista, o Obelisco do Ibirapuera, é possível fazer um passeio por entre restos mortais de mais de 800 figuras históricas. Fotos: Adriana Vichi

MAUSOLÉU DE COMBATENTES

Para os antigos egípcios, um obelisco era um monumento erguido em adoração a Rá, o Deus Sol, e também sinônimo de proteção contra energias negativas. Essa construção imponente se proliferou por grandes cidades modernas, como Washington, nos EUA, Buenos Aires, na Argentina, e em São Paulo. Aqui, o Obelisco Mausoléu aos Heróis de 32, mais conhecido como Obelisco do Ibirapuera, é o mais alto monumento da capital paulista, com 72 metros de altura e quase 2 mil metros quadrados. Inaugurado em 9 de julho de 1955, homenageia os combatentes que morreram na Revolução Constitucionalista, um levante paulista contra o governo de Getúlio Vargas (1882-1954). O obelisco em mármore foi projetado pelo escultor ítalo-brasileiro Galileo Emendabili (1898-1974).  Na parte subterrânea, fica um mausoléu com os restos mortais de mais de 800 combatentes, entre estudantes, soldados, mártires e o governador da época, Pedro de Toledo (1860-1935).

Obelisco do Ibirapuera

Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n°, Parque Ibirapuera, São Paulo (SP). GRÁTIS. Visitas diárias, das 9h às 17h.

O espaço cultural Passagem Literária Consolação vende livros e promove saraus musicais e exposições. Foto: Adriana Vichi

ARTE PEDE PASSAGEM

Quem cruza a Avenida Paulista com a Rua da Consolação pode não imaginar que, sob o asfalto, há uma passagem subterrânea ligando os dois lados da rua – um deles, ao lado do cinema Belas Artes, e o outro, em frente ao histórico Riviera Bar. Cercado por grafites e cartazes, o espaço cultural Passagem Literária Consolação vende livros e promove saraus musicais e exposições temporárias de fotografia e pintura. Aberto na década de 1970, o espaço é administrado por Dona Odete Machado e recebe doações de títulos literários. Aos pedestres que confundem aquelas escadarias com a entrada do metrô, um aviso: “Não é metrô…porque é grátis e te leva mais longe!”.

Passagem Literária da Consolação

Rua da Consolação, s/nº (ao lado do nº 2.423), São Paulo (SP). GRÁTIS. Segunda a sexta, das 10h30 às 19h. Sábado, das 11h às 19h.

Espaço cultural Centro da Terra. Fotos: Divulgação

VIAGEM AO CENTRO DA TERRA

Em setembro de 2001, após uma década de escavações no quarto e quinto subsolos de um prédio em Perdizes, zona oeste de São Paulo, foi inaugurado o espaço cultural Centro da Terra. Gerenciado por Ricardo Karman, da Kompanhia do Centro da Terra, o local sem fins lucrativos – situado 12 metros abaixo da superfície – apresenta espetáculos teatrais, musicais e de dança, além de fomentar a cena cultural independente e autoral. O nome do lugar (e da trupe) vem de um espetáculo multimídia realizado em 1992 pelos atores, sob o rio Pinheiros, e também inspirado na obra clássica de ficção científica de Júlio Verne (1828-1905), publicada em 1864. As instalações do Centro da Terra incluem um teatro com palco italiano, uma praça de convivência com café, um ateliê, um terraço e salas multiuso.

Centro da Terra

Rua Piracuama, 19, Perdizes, São Paulo (SP). Espetáculos de segunda a sexta, às 20h.

Sob a Praça da Sé, a Cripta da Catedral Metropolitana recebe concertos de música clássica e visitas guiadas ao público. Foto: Divulgação

SONS DA CRIPTA

Inaugurada há 104 anos, a Cripta da Catedral Metropolitana de São Paulo, mais conhecida como Catedral da Sé, abriga 30 câmaras mortuárias sete metros abaixo do nível da praça. No local, projetado em formato de cruz num espaço de 365 metros quadrados, ficam os túmulos de bispos que viveram na cidade entre 1745 e 1908, além do regente do Império, Diogo Feijó (1784-1843), do líder indígena Tibiriçá (?-1562) e do arcebispo Dom Paulo Evaristo Arns (1921-2016). As visitas diárias narram fatos históricos, detalhes sobre a arquitetura e curiosidades do santuário. Em junho deste ano, o local abre as portas para a série Concertos Cripta, com obras clássicas do século 15 ao 21.

Cripta da Catedral da Sé

Praça da Sé, s/nº, Sé, São Paulo (SP). GRÁTIS (todos os concertos) e R$10 (tour guiado). Visitas: segunda a sábado, das 9h às 17h. Domingos, das 12h30 às 16h15.

Casa das Caldeiras. Foto: Catarina Schiesari

CULTURA A TODO VAPOR

De longe é possível avistar três chaminés monumentais com 30 metros de altura e tijolos aparentes. De perto, a centenária Casa das Caldeiras – criada para fornecer energia ao complexo industrial do empresário italiano Francesco Matarazzo (1854-1937) – abriga túneis, janelões e um pé-direito de nove metros de altura. No térreo, tombado em 1986 e restaurado em 1999, dividem espaço um ateliê, uma cervejaria artesanal, uma coquetelaria e uma hamburgueria, com a proposta de integrar gastronomia e arte. Além de exposições e oficinas, o público pode conferir apresentações de jazz realizadas periodicamente, bem como participar de visitas guiadas mensais.

Casa das Caldeiras

Av. Francisco Matarazzo, 2000, Água Branca, São Paulo (SP). GRÁTIS (entrada e visitas guiadas). Café com jazz e eventos fechados são pagos.

Quinta, das 18h às 23h.

Sexta, das 18h às 2h.
Sábado, das 12h às 2h;
e domingo, das 12h às 23h.

No interior do Altar da Pátria, no Museu do Ipiranga, fica a Cripta Imperial. Foto: Divulgação

ALTAR REAL

Cerca de 130 peças de bronze formam o Monumento à Independência (ou Altar da Pátria), instalado no Parque da Independência, no bairro do Ipiranga, sobre uma ampla base de granito e mármore. A obra do artista italiano Ettore Ximenes (1855-1926) foi inaugurada em 7 de setembro de 1922. A construção de 12 metros de altura representa fatos e personalidades importantes da história do Brasil. Em 1953, começou a ser construída no interior do monumento a Capela ou Cripta Imperial, que reúne os restos mortais de Dom Pedro I (1798-1834), da imperatriz Maria Leopoldina (1797-1826) e da segunda imperatriz brasileira, Dona Amélia de Leuchtenberg (1812-1834). Em 2000, o espaço subterrâneo foi aberto ao público, mas atualmente está fechado para reforma, com reabertura prevista para junho deste ano. 

Monumento à Independência e Capela Imperial

Parque da Independência (acesso pela Rua dos Patriotas, 20), Ipiranga, São Paulo (SP). GRÁTIS.

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