Zona Norte em festa!

20/10/2023

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É em clima de festa que o Sesc inicia no próximo dia 27 de outubro as atividades em mais uma unidade na capital, desta vez na Zona Norte. O Sesc Casa Verde abre as portas para se tornar uma nova referência em cultura, lazer e esporte na cidade em diálogo permanente com a comunidade local.

Cachoeirinha, Bairro do Limão, Jardim São Bento e Parque Peruche, entre outros, compõem o entorno da Casa Verde, uma das áreas mais antigas de São Paulo, que começou a ser ocupada ainda no século 17 por sítios e chácaras, beneficiadas pela proximidade de nascentes e do próprio rio Tietê.

A Casa Verde realmente existiu, era a sede de um sítio cujo primeiro proprietário foi o bandeirante Amador Bueno (1584-1649), que administrava a Capitania de São Vicente. Depois, a propriedade passou para o militar José Arouche de Toledo Rendon (1756-1834), descendente de Bueno. Em 1795, as terras produziam café e foi nesse mesmo período que ganhou o apelido de “sítio das moças da casa verde”, em referência às sete irmãs de Rendon.

Muita água correu, o curso do Tietê foi retificado e pontes de concreto substituíram as de madeira, ligando a outra margem do rio ao centro. Em meados do século 20, com a metrópole em crescimento, uma nova leva de residentes se instalou no Parque Peruche, vizinho à Casa Verde. Era um novo contingente de famílias negras, vindas tanto de outras partes do país, como deslocadas pela especulação imobiliária na capital.

A chegada dos novos moradores foi acompanhada por uma grande articulação sociocultural, fundamental para a formação de uma forte identidade negra nesse território. Não à toa, a região se tornou uma Pequena África, onde se firmaram ilês de candomblé, templos de umbanda, grupos de capoeira e afoxés. Foi sobre essa base que a Casa Verde se constituiu como o epicentro da cultura carnavalesca paulistana, abrigando três agremiações: a Império de Casa Verde, a Morro da Casa Verde e a Unidos do Peruche – esta, aliás, a primeira casa de muitos sambistas que formaram outras escolas importantes, como a Camisa Verde e Branco, a Mocidade Alegre e a Nenê da Vila Matilde. Coroando essa tradição, em 1991, foi inaugurado o Sambódromo do Anhembi, um projeto de Oscar Niemeyer que consolidou de vez esse pedaço da cidade como território do samba.

Porta-bandeira Giovanna e o mestre-sala Natanael Hauzenberg, da Escola de Samba Morro da Casa Verde, na nova unidade do Sesc | Foto: Matheus José Maria

Para somar a tudo isso, uma nova unidade do Sesc está chegando trazendo ainda mais cultura, lazer e esporte para a região. Neste primeiro momento, o Sesc Casa Verde ocupará aproximadamente 12 mil m² de uma ampla área – no total, são 45 mil m² – que, gradualmente, será toda aproveitada. Uma grande exposição sobre as festas populares brasileiras, destacando as contribuições dos artistas da Casa Verde, comemora esse início de atividades. É uma forma do Sesc dialogar e reverenciar o bairro, reconhecendo e valorizando a população e a cultura local.

Venha visitar a nova casa do Sesc na Zona Norte e conheça um pouco mais dessa rica história! A nova unidade inicia as atividades no próximo dia 27 de outubro e você pode ficar por dentro de tudo o que ela oferece em sescsp.org.br/casaverde

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