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Por e para elas: A presença da mulher no audiovisual ganha destaque na programação do Sesc Avenida Paulista

Entre 8 de setembro e 6 de outubro, o Sesc Avenida Paulista recebe o projeto Imagens, olhares e outras narrativas – Direção de fotografia para audiovisual por e para mulheres, com encontros teóricos, laboratório, e sessões comentadas com mulheres que compõem as equipes de direção de fotografia do audiovisual nacional, membras do DAFB - Coletivo das Diretoras de Fotografia do Brasil, grupo que se formou há dois anos, com o objetivo de fortalecer a presença das mulheres nessa função e transformar os números que indicam uma predominância masculina.

Dentro da extensa programação, destacam-se o laboratório de imersão cinematográfica, que selecionou vinte mulheres para uma experiência de cinco encontros com exercícios práticos e teóricos e a aula magna de encerramento do projeto, com a diretora de fotografia francesa Hélène Louvart, responsável pelas imagens de filmes como Pina (Dir. Win Wenders, 2011), As Maravilhas (Dir. Alice Rohrwacher, 2014) e As Praias de Agnès (Dir. Agnès Varda, 2008), dentre outros. Inscrições começam no dia 3/9.

 

Confira a programação completa:

 

LABORATÓRIO | IMERSÃO EM DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA PARA MULHERES

Por cinco sábados, vinte mulheres participarão do curso. Puderam se inscrever mulheres, cis e trans, homens trans e não binários, de qualquer idade maiores de 18 anos, interessadas e interessados em direção de fotografia, com ou sem experiência. As facilitadoras são mulheres que compõem as equipes de direção de fotografia do audiovisual no Brasil, atuantes nos segmentos de Cinema, Televisão, Publicidade e Mídia Ativismo.
A imersão tem como principal objetivo produzir e transmitir conhecimentos sobre direção de fotografia, por meio de exercícios práticos de criação. O resultado final desses encontros serão pequenos vídeo-exercícios produzidos pelas participantes, a partir de conceitos e ferramentas abordados na imersão, como: enquadramento, movimento, luz, corpo e olhar sensíveis e preparados para o ato de filmar.


ENCONTROS TEÓRICOS

Às sextas-feiras, sempre às 19h, membras do coletivo oferecerão quatro cursos teóricos acerca da direção de fotografia. São reflexões artísticas, históricas e políticas sobre o ofício, com encontros abertos ao público.


Dia 14/9, às 19h | Desenho da Memória na Luz

O desenho é um recurso de recuperação da memória. O encontro do indivíduo e seu reconhecimento como agente da própria vida. Através de memórias sensoriais e luminosas de cada participante, Julia Zakia e Karla da Costa se apropriarão dos conceitos básicos da fotografia, como fontes variadas de luz, recortes e intensidades, temperaturas de cor, exposição; introduzindo e aprofundando a cada mapa de luz esboçado.

 

Dia 21/9, às 19h | Negras em Telas

Levando inquietações sobre a representação e ressignificação da pessoa negra em telas, Mariane Nunes e Joyce Prado apresentam ao público reflexões embasadas em leituras teóricas, vivências profissionais e análise fílmica e audiovisual focadas na Direção de Fotografia.

 

 

Dia 28/9, às 19h | Fotografias do Espaço

Flora Dias e Camila Freitas falarão de abordagens do espaço em filmes em que o território e a paisagem são disparadores narrativos primordiais. Elas trarão ao público reflexões sobre a direção de fotografia enquanto instrumento de tradução de camadas materiais e imateriais - em linhas, volumes e formas narrativas - que constituem um espaço a ser filmado. A partir dos exemplos, abordarão noções como a paisagem enquanto personagem em filmes onde espaço e personagens são indissociáveis.

Dia 5/10, às 19h | Gênero na Direção de Fotografia

Opressão de gênero e capitalismo: o que a direção de fotografia tem a ver com isso? Abordando essa questão, Wilsa Esser e Nina Tedesco analisam a presença das mulheres no setor audiovisual, a situação brasileira, bem como marcas de gênero nas técnicas de captação de imagens e as organizações de fotógrafas para combater o machismo.


SESSÕES COMENTADAS

Aos domingos, sempre às 14h30, haverá exibição de filmes e vídeos brasileiros fotografados por mulheres. Após as sessões, vão ocorrer conversas com a presença das diretoras de fotografia, uma membra do coletivo e uma convidada. As sessões e o debate são abertos ao público. Distribuição de ingressos com 1h de antecedência. 30 lugares.


Dia 9/9, às 14h30 | A Via Láctea (Dir. de Lina Chamie, Brasil, 2007, 88’)

Sinopse: Heitor e Júlia namoram há algum tempo. É entardecer na cidade de São Paulo e o casal tem uma violenta discussão por telefone. Angustiado, ele pega seu carro e vai em direção à casa da namorada. Durante o trajeto pelas ruas de São Paulo, no rush-hour do início da noite, o trânsito, os engarrafamentos, os pedestres, os meninos nas esquinas, os bares, a paisagem urbana, tudo interage com Heitor e suas digressões amorosas. Nesse espaço indefinível, os limites entre vida e morte, espaço e tempo, são da classe das  estrelas e dos sóis: explodem anos luz de distância para brilhar uma noite sobre São Paulo e inspirar um terno beijo de amor. Ou de morte.
A exibição será seguida de uma conversa com Kátia Coelho, diretora de fotografia do filme, Julia Zakia e Beatriz Seigner.

 

Dia 16/9, às 14h30 | Corpo Elétrico (Dir. Marcelo Caetano, 2017, Brasil, 94’)

Sinopse: Elias trabalha como assistente da estilista Diana em uma confecção de roupa feminina. Ele se apaixona por Filipe, um imigrante africano que trabalha na linha de produção, e começa a organizar festas para ter motivos extras para encontrar o garoto.
A exibição será seguida de uma conversa com Andrea Capella, diretora de fotografia do filme, Wilsa Esser e Nina Kopko.

 

 

Dia 23/9, às 14h30 | Vai e Vem (Dir: Louise Botkay, Brasil, 2017, 31’) e Um Filme para Ehuana (Dir. Louise Botkay, Brasil, 2018, 31’)

Vai e Vem foi realizado com povo Hunikui do Rio Jordão, aldeia São Joaquim e Novo Segredo, no sul do Acre, na fronteira do Brasil com o Peru. O filme é uma viagem por essa cultura milenar, que, renunciando ao exotismo fácil das imagens estandardizadas, constrói um olhar experimental e contemporâneo sobre o cotidiano da floresta. O filme se desenvolve em forma de tríptico, uma colagem, uma teia constituída por uma série de planos sequência mostrados simultaneamente.

Um Filme para Ehuana é um documentário-ensaio livre do universo feminino Yanomami. Acompanhando o cotidiano de Ehuana Yara Yanomami que vive na comunidade de Davi Kopenawa, em Roraima, o documentário fortalece a mensagem sobre a preservação dos povos indígenas no Brasil e no mundo.
A exibição será seguida de uma conversa com Louise Botkay, diretora e diretora de fotografia dos filmes, Flora Dias e Beatriz Lemos.

 

Dia 30/9, às 14h30 | Sessão de Curtas, Vídeoclipes, Webséries e Docs

Coloridas (Videoclipe de Nayra Lays, Dir. Coletivo Gleba do Pêssego, Brasil, 2018, 4’). Direção de Fotografia: Tatiane Ursulino e Joyce Santos.
Menarca (Dir. Asaph Luccas e Guilherme Candido, Brasil, 2016 17’).Direção de Fotografia: Tatiane Ursulino.
Lalá (Videoclipe de Karol Conka, Dir. Camila Cornelsen e Vera Egito, Brasil, 2017, 3’)
Direção de Fotografia: Camila Cornelsen.

O Retorno da Terra Tupinambá (Dir. Daniela Alarcon, Brasil, 2015, 24’). Direção de Fotografia e Montagem: Fernanda Ligabue.

Nossa História Invisível (Websérie, Episódio 09: Bia Mattos, Dir. Direção Coletivo Representapreta, Brasil, 2017, 9’).
Direção de Fotografia: Camila Izidio, Carol Rocha e Karoline Maia.

 

Dia 6/10, às 20h | Aula Magna com Hélène Louvart (França)

Aula Magna com a diretora de fotografia francesa Hélène Louvart. Formada no Louis-Lumiere Collège e membra da Sociedade Francesa de Cinematografia (AFC), Louvart trabalhou com diversos diretores internacionalmente consagrados como Wim Wenders, Agnès Varda, Claire Denis, Christophe Honoré, Jacques Doillon. Em sua cinematografia como fotógrafa destacam-se Pina (Dir. Win Wenders, 2011), As Maravilhas (Dir. Alice Rohrwacher, 2014) e As Praias de Agnès (Dir. Agnès Varda, 2008).