Ações solidárias combatem cenário de fome no país

30/09/2022

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Leia a edição de outubro/22 da Revista E na íntegra

CONHEÇA INICIATIVAS SOCIAIS QUE COMBATEM A INSEGURANÇA ALIMENTAR POR MEIO DE ARRECADAÇÕES E DOAÇÕES

Manhã fria de domingo. Nem a garoa fina nem os termômetros marcando 11 graus desanimam um menino e uma menina que se deixam flagrar num momento único de criação. Lápis colorido nas mãos pequenas de crianças, ele e ela se dedicam a preencher a cartolina. Olhares compenetrados, alheios aos ruídos e movimentos ao redor, a dupla vai dando formas e cores à mensagem que transpõe para o papel e que, em instantes, estará exposta a um público de desconhecidos. No lugar de uma mesa, porém, é a mureta que margeia o riacho do Ipiranga, no cruzamento da avenida Ricardo Jafet e rua Vergueiro, na Zona Sul de São Paulo, que dá apoio para as crianças desenharem. Às vésperas das celebrações pelo bicentenário da Independência, no início de setembro, e às margens do mesmo rio que simbolicamente marca o país como uma nação, a palavra que desenham e enfeitam sintetiza o grito calado que elas estampam como mensagem e apelo: FOME!

A cena se repete em metrópoles e rincões do Brasil, onde mais de 33 milhões de pessoas convivem com a falta do que comer, situação agravada pela pandemia. Segundo dados do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (II Vigisan), desenvolvido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PENSSAN), mais da metade dos domicílios (58,7%), o que representa 125,2 milhões de brasileiros, não tem acesso pleno e permanente a alimentos. Condição que se acentua nos lares com crianças de até dez anos de idade, em que a fome, como mostra essa mesma pesquisa, é uma realidade de uma em cada três famílias.

Em busca de alternativas para combater essa escassez, a sociedade civil vem se organizando de diversas formas – desde pequenos grupos de bairros que realizam arrecadações e doações de alimentos, bem como itens de limpeza e higiene, até o trabalho articulado por instituições sociais e organizações não governamentais, como destacamos na matéria Fome pede Ação, na Revista E nº 296, de junho de 2021

A chef Tia Nice, matriarca da Agência Solano Trindade, e o filho Thiago Vinícius estão à frente do restaurante Organicamente Rango: refeições preparadas com alimentos cultivados por pequenos produtores próximos do Campo Limpo, Zona Sul da cidade, e com insumos vendidos pela própria comunidade. Foto: Thiago Vinicius.
A chef Tia Nice, matriarca da Agência Solano Trindade, e o filho Thiago Vinícius estão à frente do restaurante Organicamente Rango: refeições preparadas com alimentos cultivados por pequenos produtores próximos do Campo Limpo, Zona Sul da cidade, e com insumos vendidos pela própria comunidade. Foto: Thiago Vinicius.

Iniciativas e negócios sociais em regiões periféricas da cidade de São Paulo também estão à frente desse movimento e somam esforços numa rede de solidariedade que promove o acesso à alimentação. Aberto em 2019, o restaurante Organicamente Rango, criado pelo empreendedor social Thiago Vinícius e sua mãe, a chef Tia Nice, em Campo Limpo, Zona Sul da cidade, distribui marmitas a famílias em situação de vulnerabilidade na região. A iniciativa é braço gastronômico da Agência Solano Trindade, também criada e dirigida por mãe e filho, entre outros parceiros, com base nos conceitos de economia solidária, economia criativa e geração de renda.

“Na pandemia, começamos com 200 marmitas por dia e esse número foi aumentando. Hoje a gente consegue entregar 16 mil marmitas por mês, de graça, na periferia. Essa operação começa bem cedo: fazemos e entregamos, de segunda à sexta, 800 marmitas, que atendem 200 famílias da região. Preparamos a comida do restaurante com insumos que compramos na própria comunidade. Nosso modelo de negócio é: quem tem dinheiro come, quem não tem come também”, explica Thiago Vinícius. 

No mesmo espaço onde funciona o Organicamente Rango, há um coworking para os empreendedores da região e, a poucos metros, o Armazém Orgânico, onde moradores e visitantes podem comprar verduras, legumes e frutas cultivadas por mais de 30 pequenos produtores de cidades próximas, como Juquitiba. Toda semana, é feita uma lista dos alimentos que estarão disponíveis no armazém, e os compradores podem escolher, segundo Thiago Vinícius, “se querem comprar 10 reais, 15 reais, 20 reais ou até mesmo 100 reais de comida”. 

E complementa: “A gente vê o que está acontecendo no nosso país: a fome, a questão da subnutrição, da obesidade, de doenças cardiovasculares, doenças que são conectadas à alimentação, à falta de alimentação ou à má alimentação. E comida é saúde. Por isso, nosso trabalho também é tentar combater os desertos alimentares que, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), são aqueles lugares em que a pessoa tem que andar muito para encontrar um alface, para encontrar alimento in natura”. 

O projeto Organicamente Rango faz a doação de 16 mil marmitas por mês, na Zona Sul de São Paulo. Foto: Renato Stockler/Agência Solano Trindade – TOFF

Outra iniciativa social que também direciona esforços para a doação de alimentos às populações mais vulneráveis da cidade é a Gastronomia Periférica. Negócio social criado pelo chef Edson Leite e pela psicóloga Adélia Rodrigues, a GP – como também é conhecida – levanta a bandeira do aproveitamento total dos alimentos, da profissionalização e da possibilidade de empreender e ser protagonista no mercado.   

Ao todo, 14 organizações e ocupações em diferentes regiões da cidade passaram a receber cestas básicas, desde 2020, pela intermediação realizada pela GP entre quem quer doar e quem realiza um trabalho diretamente nos territórios de enfrentamento da fome, mas não teria visibilidade para alcançar essas doações. “A gente conseguiu estruturar as doações de um jeito que fosse positivo para as 14 organizações. Ouvimos o que as pessoas precisavam em vez de ‘vai ter isso na cesta, porque eu acho que você precisa de fubá’. Mas, e quando a pessoa não sabe usar o fubá? Tinha gente que precisava de mais arroz, de leite ou de outros itens, como absorvente e fralda”, recorda Adélia. 

MULTIPLICAR AGENTES

Para além do ato de doação, o conceito de solidariedade abarca outro significado, o da responsabilidade recíproca entre os membros de uma comunidade. “Você não pode só repetir o processo da caridade, porque isso não traz transformação social”, defende a sócia-fundadora da Gastronomia Periférica. Tendo essa questão como norte, acrescenta Adélia: “Além de pensar na emergência de agora, que é o comer, pensamos em como as pessoas podem se formar na Escola de Gastronomia Periférica e voltar ao mercado de trabalho. Ou seja, tentamos equilibrar presente e futuro”. 

Edson Leite e Adélia Rodrigues, gestores do projeto Gastronomia Perfiérica. Foto: Adriana Vichi.

De 2018 para cá, a escola já formou mil participantes – a maioria, mulheres negras que moram nas periferias da cidade –, número que deve crescer depois da criação da plataforma de Ensino a Distância (EAD), em 2021. Dessa forma, alunos de outros estados podem se inscrever. “Neste ano, a gente está com o curso EAD no Brasil todo, além da versão híbrida. Teremos uma parte presencial, neste mês, em Dourados (MT), e ainda neste ano, uma parte presencial em Heliópolis. Fora isso, temos cursos livres numa plataforma própria com todas as aulas gravadas”, conta Adélia. Enquanto as aulas são gratuitas, a internet e os insumos utilizados pelos alunos para os cursos são fornecidos pela escola. 

Depois da formação, os participantes fazem um estágio em restaurantes parceiros e, desde setembro, no restaurante Da Quebrada, da Gastronomia Periférica, aberto no bairro da Vila Madalena, Zona Oeste da cidade. No cardápio, ingredientes sazonais e receitas com aproveitamento total dos alimentos. Estagiária no Da Quebrada, a estudante de gastronomia Larissa Santos começou a fazer o curso em abril deste ano. “Todos os restaurantes pedem experiência e eu não tinha. Como eu ia entrar numa cozinha? Pela escola eu já fiz um estágio num evento da Gastronomia Periférica e agora estou no Da Quebrada. Isso aqui abriu a minha cabeça para tudo que eu posso conseguir”, compartilha Larissa, que mora no Jabaquara, Zona Sul da cidade. 

Também inaugurada em setembro, a Organicamente Escola, fruto da Agência Solano Trindade e do restaurante Organicamente Rango, visa a formação de jovens das periferias para trabalhar ou empreender na área da gastronomia, considerando todos os aspectos sociais, culturais, ambientais, econômicos e políticos da alimentação. Dividida em quatro módulos, Terra, Pensamento Crítico e Direito à Cidade, Gastronomia e Empreendedorismo, o curso se encerra em maio do próximo ano e, por enquanto, vai atender um grupo de 10 alunos.

“A gente começa o curso com o módulo Terra, e leva esses jovens para plantar e compostar, para que eles possam compreender que comida não nasce na prateleira do mercado, que tudo que está no mercado nasceu da terra, de alguma forma. A partir desse processo, a gente pode entender a importância da preservação do meio ambiente e do contato desse jovem com a terra, uma vez que a periferia é muito urbana e você não tem tantos espaços para plantar”, conta Thiago.  

DE DENTRO PRA FORA

A voz e as ações desse protagonismo social também reverberam discussões e apontam caminhos. Criada em 2021, a Cátedra Josué de Castro de Sistemas Alimentares Saudáveis e Sustentáveis, da Universidade de São Paulo (USP), é um espaço aberto e participativo que busca ampliar o encontro de diversos atores e saberes, além de incentivar ações que transformem o sistema alimentar brasileiro. “Iniciativas sociais são fundamentais para evitar um desastre social, uma situação muito frágil e muito perigosa em relação à população mais vulnerável”, observa Ana Paula Bortoletto Martins, pesquisadora da Cátedra e do Nupens-USP (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo)

A pesquisadora também acredita que essas iniciativas podem incidir, e favorecer, o desenvolvimento de políticas públicas. “Primeiro, sobre políticas municipais, por exemplo, que poderiam partir do trabalho que já está sendo desenvolvido para que possa ser expandido, fortalecido e adotado em outras regiões, a depender da situação. E também, eventualmente, até influenciar medidas de outros níveis. Algumas organizações podem ajudar, por exemplo, a apontar caminhos de quais são as necessidades para a política de abastecimento de alimentos”, sugere Bortoletto. 

Essa última contribuição também foi levantada pelo coordenador da Rede PENSANN, Renato Maluf, pesquisador e professor titular do Departamento de Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (DDAS-UFRRJ). “Eu participei de um projeto de mapeamento de iniciativas da sociedade relacionadas com o abastecimento. Iniciativas para aproximar produtores de consumidores, e você conta centenas pelo Brasil”, disse à Revista E, na seção Encontros, publicada em agosto deste ano. Ouça, em formato podcast, a conversa de Renato Maluf com a Revista E:

RENATO MALUF esteve presente na reunião virtual do Conselho Editorial da Revista E, no dia 30 de junho de 2022.

Os pesquisadores alertam, no entanto, que o protagonismo da sociedade não pode ser a solução para a mudança do cenário de insegurança alimentar no país. Afinal, pontua a pesquisadora Bortoletto, “as pessoas deveriam ter o direito à alimentação garantido, independentemente de ações de solidariedade ou não”, algo que se alcança com políticas públicas a longo prazo. Esse ponto de vista é compartilhado por Maluf: “Tem um lado bastante bom na sociedade brasileira que se manifesta por meio das ações de solidariedade. Nem de longe eu desvalorizo ou tiro o mérito dessas ações, mas não aposto nelas [como uma solução permanente à fome]”, afirma.

Diante desse contexto, o sociólogo e diretor do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda, reforçou a necessidade de políticas públicas e o protagonismo da sociedade nessa direção, em coluna publicada no jornal O Estado de S.Paulo, em agosto de 2022. “A reação é a mobilização permanente de cidadãos e organizações da sociedade civil no sentido da garantia de direitos inegociáveis: o atendimento das necessidades fundamentais, sem o qual o ser humano torna-se apenas um tênue esboço do que pode vir a ser.”

(Por Maria Julia Lledó. Colaborou Adriana Reis Paulics)

NUTRIR CONEXÕES

Vivências, oficinas, palestras e outras atividades do projeto Experimenta! reúnem diferentes protagonistas que atuam no cultivo, distribuição e valorização do alimento e da cultura alimentar.

Entre os dias 15 e 23/10, em celebração ao Dia Mundial da Alimentação (16/10), o Sesc São Paulo realiza a 6ª edição do Experimenta! Comida, Saúde e Cultura, convidando o público a refletir sobre as diversas características e cenários da alimentação em uma programação com diversas atividades. Criado em 2017, o Experimenta! busca promover a alimentação adequada e saudável, bem como ampliar a autonomia da sociedade em torno das escolhas alimentares a partir de sete eixos norteadores: Comer é cultura; A saúde está na mesa; Diversidade no prato: Sabores da natureza; Aqui se planta, aqui se come; Se está na época, tem feira; Cozinhar é preciso; e Conexão comida.

Identidade visual do projeto Experimenta!

“O Experimenta! – Comida, saúde e cultura é um convite a descobrir novos sabores e saberes, a partilhar descobertas e a resgatar tradições. Na programação, buscamos promover a alimentação adequada e saudável, valorizando as culturas alimentares e sensibilizando o público sobre os efeitos sociais, políticos, nutricionais, ambientais e econômicos das nossas escolhas”, explica Marcia Aparecida Bonetti Agostinho Sumares, gerente da Gerência de Alimentação e Segurança Alimentar do Sesc São Paulo.

Confira alguns destaques da programação:

FEIRA
Mostra Agroecológica
Conheça os trabalhos, produtos e ideias de diferentes grupos voltados para alimentação, agroecologia e sustentabilidade. Ainda haverá comercialização de alimentos frescos e sazonais. Participam: Mulheres do GAU, grupo de imigrantes nordestinas que trabalham com agricultura agroflorestal e culinária no Viveiro Escola União de Vila Nova, em São Miguel Paulista; Frente Alimenta, iniciativa da sociedade civil que conecta a produção agroecológica a cozinhas comunitárias nas periferias de São Paulo, fornecendo refeições a pessoas em situação de insegurança alimentar; e Associação de Agricultores da Zona Leste, que agrega agricultores da região e atua como um instrumento de apoio mútuo entre produtores de Itaquera, Guaianases, São Miguel Paulista e São Mateus. (Dias 15 e 16/10, das 11h às 16h, no Sesc Itaquera.)

VIVÊNCIA
Preparar, Plantar, Colher e Comer
De onde vêm as frutas, ervas, legumes e verduras que compramos em feiras, mercados e quitandas? Nesta atividade realizada por representantes da organização não governamental Cidades Sem Fome, criada em 2004, os participantes fazem uma expedição guiada em uma das hortas da ONG, na Zona Leste de São Paulo, com apresentação de temas sobre a produção de alimentos, princípios da agroecologia, ciclos da natureza e compostagem. (Dia 15/10, das 9h às 16h, no Sesc Belenzinho – local de encontro. Inscrições a partir do dia 8/10).

PASSEIO
Visita à agrofloresta
Os participantes conhecem a atuação do coletivo Do Estradão, que atua no Jardim Filhos da Terra, na Zona Norte de São Paulo, bem como a história da comunidade. Durante a caminhada pelo terreno que hoje abriga uma agrofloresta, mas que já foi um terreno baldio, utilizado como depósito de lixo e de entulho, haverá o reconhecimento de Pancs (plantas alimentícias não convencionais), ervas medicinais e árvores nativas. Também serão apresentadas técnicas de permacultura adaptadas para o meio urbano-periférico. O almoço será produzido pelo coletivo. (Dias 16/10, das 10h às 18h; e 23/10, para crianças acompanhadas por responsáveis, das 10h às 15h, no Sesc Santana – local de encontro. Inscrições a partir do dia 14/10).

PALESTRA
Diversidade na Mesa – Temos Comida!
Palestra que aborda questões relacionadas à fome e às atitudes para um futuro em que todos tenham acesso a uma alimentação saudável. Adriana Salay, criadora do Quebrada Alimentada – projeto que, em parceria com o restaurante Mocotó, busca promover a assistência alimentar na pandemia –, fala sobre aspectos relacionados à diversidade alimentar nas diferentes regiões do Brasil, seus biomas e práticas. (Dia 19/10, das 19h às 20h30, no Sesc 24 de Maio. Sem retirada de ingressos).

A EDIÇÃO DE OUTUBRO/22 DA REVISTA E ESTÁ NO AR!

Neste mês, celebramos as ações solidárias organizadas pela sociedade civil para o combate à fome no país. Na reportagem “Alimentar a mudança”, divulgamos dados alarmantes sobre o cenário de insegurança alimentar no Brasil e indicamos iniciativas e projetos transformadores para enfrentar essa situação, como o Organicamente Rango, a Gastronomia Periférica e o Experimenta!

Além disso, a Revista E de outubro traz outros destaques: uma reportagem que destaca a força do jazz enquanto música afrodiaspórica, diversa e combativa; uma entrevista sobre música, literatura e sociedade com Adriana Calcanhotto; um depoimento de Cassio Scapin sobre a força da comédia e o despertar dos musicais brasileiros; um passeio visual pelas obras da exposição Desvairar 22, em cartaz no Sesc Pinheiros; um perfil de Dias Gomes (1922-1999), nome primordial da dramaturgia brasileira; um encontro com o coordenador da Agência Lupa Chico Marés, que fala sobre checagem de informações; um roteiro por 6 espaços que propõem atividades artísticas para aguçar a sensibilidade das crianças, em outubro; poemas inéditos do escritor Paulo Scott; e dois artigos que destacam a importância da educação midiática para o combate à desinformação.

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