Em novo livro, Drauzio Varella compartilha relatos de viagens ao rio Negro (AM) e chama a atenção para a exuberância e a fragilidade da floresta amazônica e para as histórias da população local (foto: Michel Souza)
Leia a edição de JULHO/25 da Revista E na íntegra
POR RACHEL SCIRÉ
O rio Negro, no Amazonas, é considerado sagrado pelos povos indígenas da região, por ter sido a morada de ancestrais e de espíritos que transmitem sabedoria. Em rituais, os xamãs do Alto Rio Negro entram nas águas para se comunicar com o mundo espiritual, ter acesso aos mistérios da natureza e do universo, descobrir como curar males do corpo e da mente. Para eles, os rios físicos refletem os rios espirituais.
Ao navegar por essas águas pela primeira vez em 1992, o médico Drauzio Varella também se encantou por esse “espelho imenso que reflete os céus e as árvores, em imagens virtuais indistinguíveis das que lhes deram origem”. Depois de mais de 30 anos de viagens à região, pesquisando plantas para a descoberta de medicamentos, Varella resolveu compartilhar as belezas que lhe ofuscam os sentidos a cada visita, e contar as histórias de alguns dos 30 milhões de habitantes da Amazônia. O resultado é o livro O sentido das águas – Histórias do Rio Negro (2025), lançado pela Companhia das Letras.
Na obra, sua prosa apurada ganha amplitude na descrição do esplendor da floresta amazônica e na apresentação de um conjunto de relatos sensíveis de ribeirinhos, indígenas, garimpeiros, missionários, pesquisadores, desmatadores, entre outros personagens com “histórias muito mais ricas do que qualquer ficção”, segundo o autor. O estilo narrativo é o mesmo do livro de estreia, Estação Carandiru (1999), vencedor do Prêmio Jabuti de Não Ficção e Livro do Ano.
O sentido das águas é baseado no olhar poético do autor e em seu interesse genuíno pelas pessoas e situações. A obra também se apoia em estudos de historiadores, indigenistas, antropólogos, arqueólogos e outros pesquisadores que investigam a bacia do rio Negro desde o século 18. Esse é o vigésimo livro publicado pelo médico cancerologista, formado pela Universidade de São Paulo (USP), que nasceu no ano de 1943, em uma família pobre no então bairro operário do Brás. Ainda na faculdade, Varella começou a dar aulas no cursinho 9 de Julho, e depois fundou junto a João Carlos di Genio o Cursinho Objetivo, onde lecionou física e química durante muitos anos. Essa amizade sustenta também pesquisas na Amazônia, iniciativa realizada pelos laboratórios da Universidade Paulista (UNIP) em colaboração com o Hospital Sírio-Libanês e apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Entre os destaques da trajetória profissional, Drauzio Varella atuou por mais de 20 anos na direção do Serviço de Imunologia do Hospital do Câncer e foi referência no tratamento de AIDS no Brasil, durante a epidemia dos anos 1980. Na época, também começou a difundir informações sobre saúde no rádio e ganhou popularidade ao chegar à televisão, à mídia impressa e, mais recentemente, às mídias digitais. O médico, que há 30 anos se tornou maratonista, ainda segue com o atendimento voluntário em penitenciárias, hoje, no Centro de Detenção Provisória do bairro do Belém, na cidade de São Paulo, e com frequência se reúne com um grupo de amigos carcereiros.
Nesta Entrevista, doutor Drauzio, como é carinhosamente conhecido no país, revela seu deslumbramento diante da exuberância da natureza e da população amazônica. Também fala sobre seu processo de escrita, a vocação para a medicina, o papel de comunicador e sua atuação na saúde pública.
O senhor já disse que se ressente por ter demorado quase 50 anos para conhecer a Amazônia. Esse novo livro é uma forma de se desculpar em relação a isso?
Realmente, eu conheci o rio Negro tarde, aos 49 anos. A Amazônia é tão espetacular e, particularmente, o rio Negro. Me senti meio pobre intelectualmente por já ter conhecido vários lugares no mundo, como eu já conhecia naquela época, mas por não ter visto aquilo no país ao qual eu devo tudo. Venho colecionando essas histórias há tempos, mas nunca me sentia preparado para contá-las. A realidade daquela parte do país é tão complexa que eu sempre achei que precisava entender melhor para escrever ou ficaria um relato de um viajante que passou por lá, mas não teve a dimensão do que era o lugar. Agora eu passei dos 80 anos e achei que podia escrever sobre as coisas que eu ouvi e que podem interessar a outras pessoas. Começar a contar aquelas histórias me levou a estudar melhor a região. Li relatos de outros viajantes que passaram por lá, mais preparados, porque eram naturalistas, arqueólogos, indigenistas, antropólogos. Não quero ser uma autoridade, falar da floresta e da preservação como os especialistas, mas contar a história de um viajante ocasional que foi mais de cem vezes para lá. Fiz um livro para leigos, para chamar a atenção para esses lugares, e acredito que as pessoas terão interesse em conhecer um pouco melhor essa parte do país que desconhecem.
O que mais lhe encantou quando visitou o rio Negro pela primeira vez, e o que encanta nesse rio até hoje?
O impacto da paisagem. Toda vez que eu chego no rio Negro, olho aquelas águas e falo: “Nossa Senhora!”. O deslumbre não acaba. Porque, de repente, você vê o rio paradão, refletindo o céu, as nuvens, as margens e a floresta, como se fosse um espelho. No tempo em que a gente tirava fotos e revelava, era até difícil saber qual a posição correta da imagem. E à medida em que você vai entrando na floresta e conhece as entranhas, os igapós, aquelas árvores, com orquídeas, bromélias, as copas gigantes, os cipós pendurados, vai descobrindo detalhes que são de uma infinita beleza. A realidade amazônica é tão rica que tudo depende de onde você fixa o olhar, cada canto revela uma floresta diferente. E as pessoas de lá são tão particulares, tão diferentes de outras áreas do país, que você entra em outro universo, com dificuldade até de separar o que real do que é imaginário. Também é fascinante ver como vivem os indígenas, ainda mais quando se toma consciência de que eles estão habitando a Amazônia há 12 mil anos, sendo que a civilização ocidental tem só dois mil anos.
Os textos foram redigidos durante as viagens ou já de volta a São Paulo? E como foi a escolha das histórias que entrariam no livro?
Algumas coisas foram escritas lá, mas a maioria, aqui. Tem momentos da vida, em geral carregados de emoção, que você não esquece nunca mais. Então, essas histórias mais contundentes, do ponto de vista emocional, eu escrevia, às vezes, bem depois, porque eu me lembrava dos detalhes. Se elas me causaram esse impacto, poderiam interessar outras pessoas. Eu não sou ficcionista, não tenho a menor capacidade, mas gosto de contar história, relatos verdadeiros, pessoais. Tenho prazer em fazer isso. Um olhar de sofrimento, de alegria, de regozijo, que te encanta por alguma razão. Eu conto uma história de uma indígena que tinha um olhar profundamente triste. Em outro momento, fiquei impressionado com a história de um chá que os indígenas acreditam que quem toma vira bicho, vira onça. A linguagem daquele ribeirinho se confundia com a do personagem do conto “Meu tio o Iauaretê”, do Guimarães Rosa (1908-1967). São associações assim que penso que poderiam interessar às pessoas.
Como é o seu processo de escrita?
Eu escrevo bastante, tenho uma coluna no jornal Folha de S.Paulo, outra na revista Carta Capital, então, é difícil encontrar tempo. Mas de repente, eu me lembrava de algo e resolvia descrever aquilo que tinha visto. Ou visões que tive do avião, que me deixaram absorto e eu me empenhava em registrar. Às vezes, eu fotografava a floresta lá de cima, para não esquecer os detalhes, e fazia a descrição depois, com a impressão que eu tive naquele momento e os detalhes da realidade lá embaixo. Descrever é sempre muito difícil, mas aprendi quando criança. Lembro que a professora da escola primária colocava um tripé da editora Melhoramentos com algumas imagens para a gente descrever, por exemplo, um sapateiro olhando para um sapato furado, sem saber o que fazer, e uma menina maltrapilha ao lado. Os alunos odiavam, mas eu gostava. Vez ou outra, a professora elogiou meus textos e eu guardei o incentivo. A descrição é difícil porque pode ficar muito chata. Por outro lado, pode ser muito criativa. Com poucas palavras, um escritor descreve um personagem ou uma paisagem de um jeito que provoca impacto.
Na escrita de Estação Carandiru (1999) também foi assim?
Foi um processo um pouco diferente, porque eu não era escritor naquela época. Comecei a realizar atendimento médico na cadeia, uma atividade que realizo até hoje, e fiquei muito impactado por aquela realidade, mas evitava comentar os assuntos em casa ou no ambiente social. Por outro lado, eram histórias muito interessantes, inclusive as que eu ouvia do grupo de carcereiros, dos quais me tornei amigo e convivo até hoje. Pensei em fazer uma coluna policial no [jornal] Notícias Populares, mas quando estava começando a escrever, me atrapalhei. Se eu citasse o Pavilhão 8 [um dos espaços mais temidos na Casa de Detenção de São Paulo, também conhecida como Carandiru, por abrigar presos reincidentes], ninguém saberia do que se tratava. Cada vez que eu mencionasse um espaço, teria que explicar para o público leigo e isso me paralisou. Então, resolvi descrever toda cadeia para entender o que eu tinha, o que fez com que eu a enxergasse com olhos de escritor. Senti que cada pavilhão tinha um determinado grupo de presos, uma cultura local, uma forma de comportamento e seria possível fazer um livro a partir daquilo. Acho que esse método serviu de modelo para os livros que fiz depois.
Suas obras revelam um olhar poético dirigido a pessoas que costumam ser marginalizadas pela sociedade, como presidiários, pessoas que vivem com HIV ou, no livro mais recente, garimpeiros e desmatadores. De onde vem essa sensibilidade?
A minha formação médica me leva a esse tipo de olhar. Um cirurgião pode achar que a função da medicina é operar; um clínico pode imaginar que é curar um doente. Tem gente que se ilude. A função da medicina é aliviar o sofrimento humano. A profissão não existe para curar – não se cura hipertensão, diabetes, tantas doenças. E você só consegue fazer medicina de verdade quando está aberto ao outro, sem julgar. Você recebe uma pessoa que pode ter dado um golpe financeiro e trata. Na cadeia, eu não fico perguntando o que a pessoa fez. Nunca fiz isso. Mas a medicina proporciona uma aproximação, não é possível ser um bom médico sem escutar e enxergar o paciente. Quando você tem uma abertura para o outro, fica muito interessado naquela pessoa. Eu sou assim, fico tentando entender cada um. E essas situações-limite, como é o caso da cadeia, que eu frequento há 36 anos, ou da epidemia da AIDS nos anos 1980, ensinam tanto sobre o comportamento humano, sobre como as pessoas lidam com as diferenças e com a morte, que é a contradição fundamental da vida. Sempre me interessou aprender como lidam com esses momentos, não por razões intelectuais, mas do ponto de vista prático, de prestar atenção nas pessoas que vivem assim. Tem uma música do Caetano Veloso que diz que “de perto, ninguém é normal”. Eu penso o contrário, todos são iguais. Por exemplo, um assassino chega doente, eu trato, começo a conversar e percebo que as paixões humanas são limitadas: amor, ódio, generosidade, vaidade… Todos os seres humanos têm isso. Vão dizer que um garimpeiro, pobre coitado, trabalhando em condições sub-humanas, é um monstro? Eu quero ouvir as histórias que ele tem para contar, porque a realidade que ele vive, eu nunca vivi e nunca viverei. E são histórias muito mais ricas do que qualquer ficção.
“A função da medicina é aliviar o sofrimento humano. A profissão não existe para curar – não se cura hipertensão, diabetes, tantas doenças. E você só consegue fazer medicina de verdade quando está aberto ao outro, sem julgar.”
(foto: Michel Souza)
Em paralelo à atuação médica, o senhor sempre se dedicou a um trabalho de comunicador, que começou no rádio, chegou à televisão, à mídia impressa e, nos últimos anos, tem crescido nas mídias digitais. Está mais desafiador realizar esse trabalho em um cenário de desinformação e fake news?
Em um país como o nosso, estudar é uma questão de privilégio. Então, você tem que ensinar os outros e pronto. Eu tenho obrigação de transferir conhecimento, de tentar comunicar e tenho acesso à mídia, estou há 26 anos no Fantástico [programa da Rede Globo]. Dá para acreditar que durante a pandemia, no auge daquela tragédia, quando chegamos a perder quase quatro mil pessoas por dia no país, alguém pudesse ser contra o uso de máscara e contra vacinas? Eu chamo essas pessoas de criminosas, porque usavam os meios de comunicação para contrariar medidas que salvam vidas. Se naquela hora eu não me manifestasse diante do absurdo que estava acontecendo no país, não me perdoaria. Imagina amanhã, uma neta ou bisneta dizer: “Vocês estavam vendo aquilo e não falaram nada?”. Tive uma atitude dura e firme, porque era a minha obrigação, e fiz isso na internet e na televisão. Isso gerou uma inimizade, pessoas me xingando, mas apesar de ter essa presença forte nas redes digitais, eu não vejo, não quero saber, nem mesmo aprender a mexer, para não perder meu tempo, ainda mais na minha idade.
Como lida com casos que fazem uso da sua imagem por meio da Inteligência Artificial, para propagar mentiras?
Então, tudo o que veio por essa marginália que vive no esgoto da internet, que quer te paralisar, não chega até mim. Mas eu movo ação contra a plataforma digital e tenho denúncia no Ministério Público, para esses casos em que pegam a minha imagem e a minha voz para divulgar medicamentos sem comprovação científica. Isso é crime contra a saúde pública e a plataforma que publica é cúmplice. O que me dói é que às vezes eu estou na rua e passa uma senhora, com uma sacola pesada, e fala: “Ah, doutor Drauzio, estou tomando aquele remédio do senhor para dor no joelho”. Essa pessoa gastou o dinheiro de uma necessidade para pagar quadrilhas de criminosos e golpistas.
Sobre o trabalho de bioprospecção com plantas da Amazônia, realizado há mais de 30 anos, como ele avançou até hoje?
Pegamos os espécimes, folhas, cascas, frutos etc., moemos, diluímos em dois solventes, então transformamos aquela solução em um pó e colocamos em um freezer. Temos cerca de 2500 extratos nos freezers da Universidade Paulista (UNIP), no momento. Vou morrer, provavelmente você também, e não vamos concluir o potencial de análise desses extratos todos. Nós começamos testando contra bactérias resistentes a antibióticos e contra células malignas. Temos cinco extratos com atividade importante para células malignas e 10 a 15 para bactérias resistentes. E aí, você tem que selecionar aquele extrato que tem maior atividade. O extrato é uma espécie de chá que você preparou, jogou aquele pozinho na água, e ali tem várias substâncias. O objetivo é mostrar qual delas é a responsável pela atividade, separando frações, testando tudo de novo. Depois de descoberta, essa fração responsável pelo efeito, ainda precisa ser testada em animais, para entender como a droga se distribui, em quais órgãos ela aparece, em qual quantidade. Só depois disso, vem a testagem em humanos, que é um longo processo. Então, nada pode ser descoberto de uma hora para a outra. Quando ouvir dizer que alguém tem um tratamento milagroso, isso não existe. Hoje, estamos mais fixados em mecanismos, por exemplo, que permitem testar se a droga tem uma ação anti-inflamatória. Se ela age no processo inflamatório, pode ter ação em pneumonia, em infarto do miocárdio, em uma série enorme de patologias reumatológicas. Então, a demonstração do efeito em um determinado mecanismo abre muito o leque das aplicações. Mas é sempre um processo lento.
No livro mais recente, o senhor destaca histórias de pessoas com conhecimentos tradicionais, como dona Elisabel, parteira que depois foi contratada pelo SUS para trabalhar no Hospital Geral de Barcelos (AM). Como o senhor enxerga a incorporação de medicinais tradicionais e saberes na saúde pública?
No caso específico dessa parteira, ela fez mais de dois mil partos! Se você engravidar, se tiver uma gravidez normal, melhor fazer um parto com ela do que com um médico que acabou de sair da residência, durante a qual ele fez 40 partos. É importante pensar como o serviço de saúde absorve essa pessoa, que precisa ser preparada da melhor forma possível, ela não pode depender só do que aprendeu com outras parteiras. O objetivo da saúde pública é melhorar a vida das pessoas, evitar o sofrimento. Está errado chamar isso de assistência médica, é uma assistência à saúde, muito mais ampla do que o atendimento médico. No Brasil, se juntarmos os agentes comunitários de saúde, esses que vão de porta em porta, conhecendo as famílias, com os agentes das endemias rurais, por exemplo, os que matam o mosquito da dengue, temos 400 mil pessoas. Se você me perguntar qual o profissional mais importante na saúde pública, eu diria o agente comunitário, depois, a enfermagem e, por último, o médico.
Qual o papel, então, do agente comunitário na saúde pública?
Aquele agente que bate na porta, ele explica para o Seu João que a pressão alta pode provocar um enfarte, um derrame cerebral, e o convence a tomar o medicamento. Ele consegue algo muito maior do que um médico para tratar um enfarto ou derrame. Estou começando a fazer um trabalho voluntário para o Ministério da Saúde, de ministrar aulas online para os agentes comunitários, com o objetivo de explicar o que precisam saber desse trabalho “de porta em porta”, quais os controles que podem fazer com a população. No Brasil, temos 44 mil unidades básicas de saúde e mais de 90 mil farmácias. Não tem cabimento os farmacêuticos ficarem apartados da saúde pública. Esse contingente tem que ser usado – não para receitar remédios, mas como um canal de comunicação. Por que o farmacêutico não pode ensinar o paciente a anotar a pressão ou a entrar em contato com o médico para dizer que, mesmo tomando remédio, a pressão não está controlada? A assistência médica tem que ter essa abrangência. O médico entra quando não funcionou a prevenção.
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