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Observatório de São Paulo na Avenida Paulista

A Avenida Paulista – espaço de encontros diversos, que vão do lazer e das artes a manifestações políticas, tinha outro foco de interesse no começo do século 20. Bem ao lado do terreno hoje ocupado pelo Museu de Arte de São Paulo (Masp), por exemplo, foi construído o Observatório de São Paulo em 1912.

Na época, na avenida que abrigava a nobreza do café em suntuosas mansões, era possível caminhar por grandes árvores, sem asfalto. Além disso, um ou outro lampião de gás fornecia a iluminação local. Foi nesse cenário, exatamente no nº 69, que se ergueu o observatório. O local foi escolhido por ser uma região alta da cidade. Além disso, o endereço também era ideal para a instalação da Estação Central do Serviço Meteorológico do Estado de São Paulo.

A construção de dois pavimentos e um terraço cuja plataforma estava a 825 metros do nível do mar, foi noticiada na data da inauguração, dia 30 de abril, pelo Correio Paulistano,  que qualificou a obra como de “nobre estética”. Era no andar mais alto do observatório que o refrator Weiss miraria o céu e registraria fotografias da Lua, de planetas, nebulosas e cometas.

Além da imprensa local, relatos de visitantes estrangeiros, como o de Fritz Klauer, assistente de sismologia no Observatório de Terremotos de Laibach, na Áustria, elogiavam o espaço. “O observatório é ricamente munido dos mais novos aparelhos de precisão, como poucos observatórios europeus”, descreveu. Também era feito no Observatório da Avenida Paulista o apontamento da hora a ser acertada pelos ponteiros da cidade.

No entanto, em 1927, com a criação da Diretoria do Serviço Meteorológico e Astronômico do Estado de
São Paulo, novos serviços deveriam ser executados pelo observatório, cujas instalações se tornaram obsoletas. Esse argumento, somado à urbanização da avenida e às condições atmosféricas desfavoráveis, reforçou sua transferência para outro ponto da cidade. Mesmo assim, ainda que por poucos anos, estrelas, fenômenos meteorológicos e a marcação oficial do tempo dos paulistanos imprimiram mais uma faceta à plural Avenida Paulista.

Fonte: Instituto Astronômico e Geofísico da USP – Memória sobre sua Formação e Evolução, Editora Edusp

 

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