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Caminhos da sustentabilidade

Instalação
Instalação "À deriva" de Jaime Prades no Sesc Pompeia. Foto de Lúcio Érico

Danilo Santos de Miranda
Diretor do Sesc São Paulo

A pandemia de COVID-19 trouxe imensos desafios às pessoas, às empresas e às instituições de maneira geral. Sem aviso prévio, foi necessário recriar processos e ressignificar sentidos no universo do trabalho e do lazer, no cuidado com a saúde, nas práticas de atividades físico-esportivas e de fruição cultural. O momento exigiu esforços individuais e coletivos para abandonar velhos hábitos e transformar radicalmente modos de fazer, de forma a garantir a preservação da própria vida. Ao mesmo tempo, o período tem sido vivido de maneira distinta pelas diferentes camadas da população, explicitando-se o fato de que crises dessa magnitude agravam ainda mais as condições de vulnerabilidade.

É oportuno evocar esse contexto para refletir sobre os caminhos da sustentabilidade, que exigem um empenho urgente para conciliar conservação da natureza e desenvolvimento humano. A força do conceito está justamente em sua amplidão, ao envolver aspectos não apenas ecológicos, mas também econômicos, sociais, políticos e culturais. Numa empresa ou instituição, tais caminhos passam por alterações nas cadeias de produção e escolhas que vão desde o estabelecimento de condutas cotidianas até a edificação de estruturas adequadas.

No caso do Sesc, o programa Lixo: menos é mais opera como enquadramento à atuação mais ampla de promoção de bem-estar social. Em curso há mais de dez anos, visa a redução e destinação responsável de resíduos, a reutilização de materiais e o desenvolvimento de ações educativas e de comunicação. Isso é feito em um constante processo de diálogo, revisão de práticas, aproximação de parceiros – incluindo vínculos com dezenas de cooperativas e associações de catadores e de triagem de materiais recicláveis – e sensibilização dos profissionais e frequentadores. Recentemente, como resultado direto do programa, e para citar apenas um exemplo, suspendemos a compra e a venda de água engarrafada sem gás em nossas instalações, o que possibilitou uma diminuição da geração de mais de dois milhões de embalagens plásticas por ano e garantiu acesso gratuito a um item que deve estar assegurado a todos.

Trabalhamos com a perspectiva de trocas de conhecimentos e experiências que possam melhorar a qualidade de vida e o ambiente em que vivemos. Nada disso teria sido possível sem o protagonismo das pessoas. É para elas que existimos há mais de 70 anos, e são elas que agem nos processos mais profundos de transformação das realidades.