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Bem-sucedidos aqui, aflitos ali

Aconteceu o previsível: a mais importante escola de ensino superior do país, que prima pela qualidade e pelo desenvolvimento científico, está tendo seus méritos reconhecidos no exterior. Nos últimos anos, a Universidade de São Paulo (USP) passou a ser presença constante nos rankings de entidades internacionais especializadas na avaliação das melhores instituições universitárias ao redor do mundo. Assunto da matéria de capa desta edição, a universidade, cuja história começou a ser escrita em janeiro de 1934, é um colosso que vem, paulatinamente, despertando a atenção do estudante estrangeiro. A USP tem mais de 80 mil alunos, quase 23 mil deles nos cursos de pós-graduação, e, no ano passado, titulou 2.192 doutores e 3.376 mestres. “Nenhuma outra universidade na região faz frente a ela”, escreveu a revista inglesa “The Economist”, comparando a USP às demais instituições da América Latina.

Da mesma forma, nada faz frente à volúpia com que a classe C tem ido às compras, outro importante assunto abordado nesta edição. Conhecida como a nova classe média, essa camada da população é responsável, em boa parte, pela expansão de uma série de destacados segmentos, como o da indústria automobilística e o dos eletrodomésticos e eletrônicos, além de estar ajudando a empurrar para o alto as vendas do ramo imobiliário. Beneficiados pela estabilidade econômica, brasileiros que pertenciam à classe D subiram na escala social e mudaram seu padrão de vida. De 2004 para cá, a renda de 40 milhões de pessoas passou do salário mínimo para uma posição entre 4 e 10 salários mensais.

Com dinheiro no bolso, os novos senhores do consumo começaram a viajar mais: deslocam-se desinibidos pelo país, visitam cidades e praias e muitos programam passeios a Florianópolis. Acostumada a abrigar turistas daqui e de fora, Floripa, como a capital catarinense é carinhosamente chamada, retribui com uma invejável qualidade de vida, lugares agradáveis como a Lagoa da Conceição e bonitos como o badalado bairro Jurerê Internacional. Todavia, como outra reportagem pôde comprovar, Florianópolis, com pouco mais de 400 mil habitantes, já enfrenta os problemas típicos de uma cidade grande. A violência e a falta de infraestrutura começam a tirar o sossego dos moradores locais, repetindo uma situação que atormenta brasileiros de norte a sul do país.

Outro evento a lamentar, comentado nesta edição, foi a destruição por um incêndio, em fevereiro, de 70% das instalações da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), a base do Brasil no continente gelado. Infelizmente, os prejuízos não foram apenas materiais. A série de pesquisas que vinham sendo realizadas ali, muitas delas em curso havia anos, perdeu-se para sempre. A boa notícia é a garantia de que uma nova estação, mais moderna e menos exposta a ser atingida pelo fogo, deve começar a sair do papel em 2014 e, se tudo correr bem, ficará pronta em 2018.

Abram Szajman
Presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
e dos Conselhos Regionais do Sesc e do Senac