SER MUTÁVEL | Entrevista com o ator Luís Melo

29/09/2023

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Ator e pesquisador teatral Luís Melo faz de sua trajetória nos palcos a própria experimentação de si

POR LÍGIA SCALISE

Leia a edição de OUTUBRO/23 da Revista E na íntegra

Há mais de quatro décadas, Luís Melo dedica a vida às experimentações teatrais. Corpo, voz, respiração, fala, equilíbrio, desequilíbrio. Silêncio. Tudo é ferramenta de pesquisa e de trabalho para este ator consagrado no teatro, na televisão e no cinema. O jovem rapaz curitibano, que sonhava ser arquiteto, teve sua trajetória atravessada pelo teatro. Desde então, nunca mais se desviou do caminho. Formou-se pelo Curso Permanente de Teatro da Fundação Teatro Guaíra, em Curitiba, no ano de 1979, e, de lá para cá, conquistou o Brasil, a crítica internacional e os maiores prêmios como ator.

Tornou-se referência e sua fama faz jus à potência interpretativa e à dedicação que ele coloca em cena e em suas investigações nas artes cênicas. De 1985 a 1995, foi aluno e integrante do Centro de Pesquisa Teatral CPT_SESC, cenário do seu grande encontro com o diretor Antunes Filho (1929-2019). Luís Melo foi um dos primeiros atores do CPT, no qual, ao interpretar Macbeth, em Trono de Sangue (1992), recebeu os mais importantes prêmios da categoria. A parceria com Antunes só foi momentaneamente interrompida quando o artista aceitou o convite para trabalhar na novela Cara & Coroa (1995), da TV Globo, dirigida por Wolf Maya. A partir daquele momento, o ator ganhou ainda mais visibilidade, e emplacou um trabalho atrás do outro – entre novelas, minisséries e filmes –, sem nunca abandonar o teatro.

Do ano 2000 em diante, outros projetos de pesquisas teatrais vieram à tona. Primeiro, construiu o Ateliê de Criação Teatral (ACT), em Curitiba, que funcionou por oito anos. Depois, seu projeto de vida: o Campo das Artes, no distrito de São Luiz do Purunã, do município Balsa Nova. O espaço, aberto ao público em 2017, é voltado ao encontro, pesquisa, produção e apresentação de ações artísticas e culturais. Neste ano, o retorno ao Teatro Anchieta, no Sesc Consolação, com a peça Mutações, de Gabriela Mellão e direção de André Guerreiro Lopes, marca também a volta de Luís Melo ao tablado, pós-pandemia de Covid-19. Nesta Entrevista, o artista fala sobre esse espetáculo inspirado na obra milenar chinesa I Ching, compartilha recordações sobre a parceria com o diretor Antunes Filho e revela seus novos projetos.

Como foi o seu encontro com o teatro?

Meu pai era militar, comandante do policiamento de Curitiba, e atuava na segurança dos espaços públicos, inclusive espaços culturais. Ele recebia ingressos, mas não os usava. Desde o primeiro espetáculo a que assisti, fiquei encantado e curioso. Queria saber o que acontecia por detrás das cortinas e como eu poderia fazer parte daquilo. Me indicaram o melhor caminho, o mesmo que eu indico a jovens aspirantes: a escola de teatro. Aos 18 anos, enquanto eu servia ao exército, fiz a minha matrícula para a formação de ator no Curso Permanente de Teatro da Fundação Teatro Guaíra – a melhor escola da época. Nunca me esqueço da dona Halina Marcinowski, professora que dava aula de expressão corporal clássica. Ao mesmo tempo, a professora Eva Schul propunha um tratamento diferente ao corpo, a partir de ensinamentos da dança moderna. Tínhamos também aulas de esgrima, francês e maquiagem. Todos diziam: “nunca vi uma escola de formação em teatro ser tão completa”. Eu concordo e agradeço por isso. Assim que formado, e investi na carreira de ator profissional e de professor de teatro.

Você enfrentou dificuldades nesse caminho?

Me formei em 1979, se não me falha a memória. Depois, apresentei grandes espetáculos no palco do Teatro Guaíra. Tive a oportunidade de ser orientado por alguns dos mais importantes diretores no Teatro de Comédia do Paraná. Esses são passos já avançados da história, porque antes do meu nome ganhar fama em Curitiba, no comecinho mesmo, o teatro não me aceitou de cara. Os professores me adoravam, mas não sabiam o que fazer comigo, porque eu sempre fui muito gordinho. Naquela época, isso era uma questão. Tanto que passei muito tempo como assistente – de voz, de corpo e de direção. Meus colegas, formados na mesma turma, recebiam propostas de trabalho com facilidade. Até que surgiu o convite para atuar numa peça infantil e, a partir daí, o jogo virou. Meu corpo não era mais um problema, porque meu nome caiu no gosto dos diretores. Eles sacaram que eu tinha talento. Era “Melinho pra cá”, “Melinho pra lá”. Foi assim que Ademar Guerra (1933-1993), um dos mais mais importantes diretores da história do teatro no Brasil, me escalou para participar do espetáculo Colônia Sicília (1984), um texto que retrata a história dos anarquistas italianos no Paraná.

E esse foi um importante passo no começo da sua carreira?

Sim. Encarei um dos meus maiores desafios: aprender a representar com os olhos. Isso porque o Ademar me passou pouquíssimas falas, mas me ensinou a conduzir as cenas só com meu olhar. Foi a primeira vez que tive contato com um teatro experimental. Lembro o próprio Ademar me dizendo que fez isso para me salvar. Reforçou que aquilo era uma espécie de chacoalhão para me tirar da zona de conforto. Eu era um ator jovem com muita fama local e precisava sair da minha bolha, me arriscar. A própria Lala Schneider, grande atriz paranaense, também me aconselhou: “Melo, apesar de essa cidade ser como uma mãe acolhedora, faça o que eu não tive coragem de fazer e vá desbravar outros lugares. Saia de Curitiba, antes que você finque suas raízes e seu trabalho por aqui”.

Foi aí que você decidiu se mudar para São Paulo e conheceu o Centro de Pesquisa Teatral CPT_SESC?

Em 1985, viajei para São Paulo com uma peça e aproveitei para fazer um teste com Antunes Filho, no CPT, por intermédio do Ademar. Na época, Antunes precisava de um “ator de centro”, expressão para designar atores que interpretam diversos papéis e servem de apoio ao protagonista. “Você tem uma semana para ensaiar essas quatro cenas com um dos meus assistentes”, me disse Antunes. No dia do meu teste, mesmo com as falas decoradas, tudo aconteceu conforme eu não esperava. Antunes me dava a ordem para entrar em cena, eu entrava, mas, antes de abrir a boca, ele cortava e dizia: “tá ótimo, vamos para a próxima cena”. Isso se repetiu nas quatro cenas. Só depois descobri que, para o Antunes, só importava a minha determinação, a maneira como eu entrava em cena. Enfim, passei no teste e trabalhei no CPT pelos próximos dez anos. E sempre digo que Antunes, como diretor, foi muito generoso com a minha formação. Primeiro, ele me ensinou a coadjuvar – e mesmo com os questionamentos das pessoas sobre o porquê ele não me testava para protagonista, Antunes respondia: “a hora do Melo vai chegar”. E chegou. Meu primeiro papel principal foi na peça Paraíso Zona Norte (1989). Dois anos depois, atuei como Lobo Mau em Nova Velha História (1991), releitura de Antunes para a lenda de Chapeuzinho Vermelho. Em Trono de Sangue (1992), posso dizer que me consagrei diante dos críticos teatrais ao interpretar Macbeth, papel que me rendeu os prêmios Shell, Mambembe e da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Em seguida, fiz Vereda da Salvação (1993) e Gilgamesh (1995). Sob a direção de Antunes, tudo exigia muito trabalho e disciplina. Cada espetáculo era como uma defesa de tese de doutorado. Antunes costumava dizer que os atores do sul tinham algo peculiar, porque pareciam pessoas comuns, tímidas e comportadas, mas que enlouqueciam no lugar certo, em cima do palco. Consigo concordar com ele, o palco é meu espaço para sentir, testar, provocar e experimentar.

Com o Antunes Filho aprendi a mostrar minha vulnerabilidade como artista


Os atores Luís Melo e Rosane Bonaparte no espetáculo Gilgamesh (1995), realizado pelo Grupo de Teatro Macunaíma e CPT_SESC, com direção e texto de Antunes Filho, e baseado no poema épico babilônico Gilgamesh.
Foto: Paquito / Acervo Sesc Memórias

Ou seja, sua carreira foi construída em torno da experimentação?

Sempre. Eu entendo que a obrigação do ator é materializar a ideia, a intuição do diretor. O público precisa perceber no corpo, na voz e na atitude do ator a intenção do diretor. Ser ator é estar preparado para ser cobaia. Não há outro jeito de construir um personagem sem se colocar à prova. É preciso se arriscar, até mesmo para aprender sobre seus próprios limites físicos. Na carreira de ator não existe proibição quando se trata de processo de criação. Primeiro, você faz, inventa, experimenta e, depois, aprimora a técnica. É sobre ter essa inquietação e uma certa ansiedade em si. A gente nunca sabe qual vai ser a reação da plateia. Então, o ator tem que estar de poros abertos para perceber e receber. Também precisa estar atento para resolver qualquer problema surpresa – seja um erro técnico, uma falha de memória, uma luz fora da marcação. Aprendi muito no CPT e com o Antunes.

Quais outros aprendizados você guarda dessa parceria com o diretor Antunes Filho?

Antunes me ensinou a mostrar a minha precariedade. Ele dizia: “se você quer seduzir o público, mostre que você tem cárie, que você transpira, que tem odor, que cospe saliva ao falar. Mostre que você, às vezes, tem dúvida e que não é o super-homem. É a sua verdade como ator que vai seduzir e conquistar o público”. Eu acho isso fantástico. Foi com o Antunes que aprendi a mostrar minha vulnerabilidade como artista. Mas, faço uma ressalva importante: nunca fui o alter-ego de Antunes, sempre fui o Melo. O diretor precisa de alguém que o provoque, que desconfie e que o faça rever alguns conceitos e maneiras de passar seu conhecimento. Esse era o meu papel como ator. Os ensinamentos de Antunes marcaram a minha formação, eu os carrego e os aplico em tudo o que faço.

Na época do CPT, você também quis atuar na televisão? Como foi essa escolha?

Durante todo o tempo em que estive com Antunes, neguei convites de trabalho para a TV. E foram vários. Isso porque era praticamente impossível conciliar qualquer outro trabalho com o CPT. Só no comecinho, trabalhei em um [programa] infantil na TV Cultura, chamado Catavento (1985). Foi uma exceção, porque eu tinha que priorizar o teatro, então, negava convites, mesmo levando uma vida de economias apertadas. O tempo foi passando e meu nome como “ator do Antunes” começou a ganhar certa notoriedade. Eu fui deixando a vida acontecer até que chegou uma hora em que me cansei da instabilidade financeira do teatro e aceitei um convite do diretor Wolf Maya para participar da novela Cara & Coroa, da TV Globo. O ano era 1995 e marcou a minha saída do CPT. Aos 38 anos, maduro e experiente no teatro, percebi que precisava me projetar no audiovisual. Tinha medo de acabar doente e depender de “vaquinha” de amigos para pagar algum tratamento. Eu via isso acontecendo com colegas da profissão. “Por mais que eu ame o teatro, só vou conseguir estabilidade financeira se eu tiver o reconhecimento que a televisão dá”, pensei. E não me arrependo, apesar de ter sido muito difícil romper com Antunes e sair do CPT. Tanto que Antunes e eu nunca nos despedimos oficialmente. A gente se afastou. Ele ficou muito contrariado com a minha saída, mas sei que ambos trocamos muito conhecimento enquanto trabalhamos juntos. 

E como foi a sua adaptação à televisão?

Um choque. Honestamente, não sei se me adaptei à televisão até hoje (risos). Wolf Maya, como diretor, me deixava muito livre e dizia que a câmera iria correr atrás de mim. Ele foi muito acolhedor e dizia que queria, justamente, a minha teatralidade. Também tive uma grande sorte por estar ao lado de um elenco com nomes de peso, como Christiane Torloni e Rosi Campos. Aí, com o passar do tempo, e mais experiências na TV, aprendi sobre posicionamento de câmera e como jogar com ela. A televisão é outro universo. O tempo e o ritmo ali são muito diferentes. Uma vez que o ator grava a cena, por exemplo, ele pode esquecê-la. Já no teatro, trabalhamos com o processo de repetição. E, se no teatro existe a interação com o público, a televisão possibilita, de maneira indireta, um alcance ainda maior. Isso é fascinante! Muitas pessoas pisam no teatro pela primeira vez porque desejam assistir ao artista que está na novela. Sem contar no tanto de convites e de trabalhos por conta da sua imagem na TV. Fui muito bem recebido.

Com mais de quatro décadas de carreira dedicadas ao teatro, ao cinema e à televisão, você consegue listar os personagens que mais lhe marcaram?

Acho que todos os personagens são importantes. Vou tentar citar alguns: o o Tuninho e o Noronha de Paraíso, Zona Norte (1989), baseado nas obras A Falecida e O Sete Gatinhos de Nelson Rodrigues (1912-1980), me lançou para o teatro em São Paulo. Foi a partir dessa peça que as pessoas passaram a me conhecer como protagonista. Depois fiz Macbeth, em uma adaptação de Antunes para essa obra de Shakespeare, em Trono de Sangue (1992). Em Vereda da salvação (1993), fiz parte da segunda montagem da peça de Jorge Andrade (1922-1984), sob a direção de Antunes, com o personagem Joaquim, ao lado da maravilhosa atriz Laura Cardoso. Já na TV, gostei muito do meu personagem de estreia, o Rubinho [de Cara & Coroa], assim como do banqueiro Batista, em O Cravo e a Rosa (2000). O personagem Diabo, do filme O Auto da Compadecida (2000), também foi muito especial. A verdade é que são muitos personagens marcantes, mas, confesso, que o processo de construção de personagem na TV não é tão intenso como o que se experimenta no teatro.

Mesmo interpretando personagens de destaque em novelas e no cinema, você nunca se afastou dos palcos. Como conseguia conciliar?

Entre uma novela e outra, entre um filme e outro, eu sempre mantive o teatro vivo em mim. A primeira e única vez que fiquei afastado dos palcos foi durante o isolamento da pandemia. Antes disso, eu estava em cena no espetáculo Ausência (2013). Esse foi o meu primeiro trabalho de teatro gestual, ao lado da companhia franco-brasileira Dos à Deux, dirigido por Artur Ribeiro e André Curti. Foi um grande desafio estar sozinho em cena e sem falas. Fiquei em cartaz com esse espetáculo por alguns anos, viajando o Brasil até precisar me isolar em Curitiba durante a pandemia. Retornei aos palcos só agora, em 2023, com Mutações, estreando no Sesc Consolação. Confesso que senti uma espécie de pânico. Teatro é exercício, e brinco que ele se vinga de quem o abandona. Ninguém volta do ponto de onde parou. É preciso recuperar corpo, voz, sensibilidade. Eu tive que correr atrás do prejuízo.

Em Mutações, você interpreta o papel do Ancião, um personagem central no espetáculo, que trata da impermanência e da finitude. Como este papel se relaciona com o atual momento da sua vida?

Digo que Mutações foi quase um projeto de cura. Nele, eu fui saber como estava meu corpo, saúde, voz, inteligência cênica e meu raciocínio. Eu não sabia o que esperar de mim nem da recepção do público diante de um texto que mais parece um poema. Fiquei surpreso. As pessoas se emocionam e se sentem tocadas pelas reflexões e conselhos que a peça propõe. É um texto baseado no I-Ching, um jogo [e livro] da filosofia chinesa. Somos três figuras arquetípicas em cena: eu sou o Ancião, o Jovem é interpretado por Alex Bartelli, e a Mulher, por Andréia Nhur. As histórias são entrelaçadas e se complementam. Existe uma busca por encontrar sentido na vida e isso tudo se conecta muito comigo. Tem uma fala do meu personagem: “não espere que alguém irá te salvar, porque eu sei que ninguém me salvou”. Forte, né? Esse é um espetáculo muito bonito, com linguagem cinematográfica, e fico feliz por saber que, de alguma forma, está fazendo bem para as pessoas.

Você usou a palavra “pânico” quando se referiu ao seu retorno ao teatro. E qual foi a sensação de pisar, especificamente, no palco do Teatro Anchieta depois de duas décadas?

É como se eu entrasse em casa depois de muitos anos. Minha vontade era de andar por todos os lados, olhar as coxias, ir até a varanda. Existe muito afeto por aqui. Tanto em relação ao CPT quanto ao Sesc São Paulo. Retornar a esse palco é um reencontro comigo, com a memória de Antunes e com tudo que vivemos por aqui. Senti pânico porque pensei que seria incapaz de atuar, mas, aí, existe um André Guerreiro como diretor. Ele, que é uma criatura maravilhosa, soube como me acolher e me acalmar. Foi curioso, inclusive, porque durante nosso processo de montagem, eu percebi o André um pouco assustado comigo. Uma vez até perguntei se ele estava preocupado com a minha insegurança como ator, ao que ele me respondeu: “você não me assusta, dirigir você é um deleite. Você me provoca”. De fato, a nossa troca foi ótima. O André é um diretor generoso, além de ser muito tranquilo. A calma dele foi me contaminando ao longo da montagem e me deu segurança.

Qual você acredita ser o grande aprendizado do teatro em sua vida?

Acho que são dois: a inquietação e o convívio. Eu sou um ator de grupo, gosto da troca. Aprendi que o teatro é isso, ele significa a união de pessoas. Tanto que fui fazer trabalhos solos bem mais tarde, porque eu tinha medo dessa proposta. O isolamento durante a pandemia foi realmente muito difícil. Por sorte, mesmo isolado em Curitiba, eu estava com a cabeça muito ocupada com a construção do meu projeto de vida: o Campo das Artes.

E qual a proposta do Campo das Artes? Seria uma espécie de legado que você quer deixar?

Tudo começou com o ACT – Ateliê de Criação Teatral, e que construí ao lado de Nena Inoue e Fernando Marés, que funcionou de 2001 a 2008. Eu voltei a morar em Curitiba por causa desse projeto. As pessoas falavam que era uma continuidade do CPT e, de alguma maneira, era mesmo. Foi o ateliê, inclusive, que fez Antunes reatar a relação comigo. O ateliê foi o meu primeiro passo em direção a essa vontade de criar espaços voltados para formação e pesquisa em teatro. Já o Campo das Artes, que considero meu projeto de vida, é um legado ainda maior. É um projeto de anos de estudos juntamente com o arquiteto teatral, cenógrafo e figurinista José Carlos Serroni – que também foi um grande parceiro de Antunes Filho. Depois, somou-se ao projeto arquiteto Renato Santoro. A ideia central do Campo das Artes é ser uma estrutura para artistas residentes, ao mesmo tempo que abriga 12 espaços para experimentação e pesquisa. Tudo em meio a uma natureza magnífica. Tem biblioteca, salas de criação de cenografia e de figurino, espaço de convivência, alojamentos, horta, estufa e espaço multiuso para ensaios e apresentações. O Campo das Artes está localizado nos Campos Gerais, região da Escarpa Devoniana, a 40 km de Curitiba. Claro que tem muita luta pela frente, mas estou cada dia mais feliz com o que estamos produzindo.

Você ainda se sente desafiado na sua carreira de ator? Tem sonhos a realizar?

Me sinto desafiado o tempo inteiro. É como o tradicional e famoso exercício de desequilíbrio do Antunes Filho, onde é preciso confiar para se deixar levar pela respiração. Não sei o que vem antes, ou o que virá depois, porque deixo a vida acontecer, mas tenho essa coisa de me perguntar: “o que eu posso fazer agora?”. Tenho sentido vontade de dirigir um espetáculo. Talvez seja esse o meu próximo desafio. Gosto muito de compartilhar meus conhecimentos, do mesmo jeito que aprendo muito quando estou ensinando. Eu disse que deixo a vida acontecer, mas existem momentos em que é preciso assumir as rédeas também. O Campo das Artes é fruto e exemplo disso, porque decidi não esperar por ninguém para construir o meu sonho. O Campo das Artes é um sonho se realizando.

Assista ao vídeo com trechos da entrevista com o ator Luís Melo, realizado no Teatro Anchieta, do Sesc Consolação.

Captação: Guilherme Barreto. Edição: Riff Editora

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