Oficina e bate-papo reúnem tecnologias ancestrais dialogando com o futuro

15/07/2022

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Fotos: Acervo Pessoal

Como parte da programação do FestA! Festival de Aprender 2022, que acontece nas unidades do Sesc SP até 17 de julho, a conversa seguida de prática Tecnologias Ancestrais: plantar saúde, colher cura, apresenta o manejo e a manipulação de ervas e plantas que fazem parte do repertório de conhecimento da cultura popular. Com Rosa Maria Virgolina da Silva – Doné Oyassy, Mãe Ana Rita e Diakalengela Makiese. 

Para Mãe Ana Rita, Ialorixá de um terreiro de candomblé em Embu das Artes, profissional da Saúde, enfermeira e trabalhadora a partir de diferentes demandas da saúde da população negra, a origem desse conhecimento em sua vida, vem da própria família e do contato prematuro com as plantas. “Sou de Salvador e minha família toda é de matriz africana. Sempre fomos tratados com ervas e desde que me conheço, já usávamos muitas folhas”, aponta. 

A possibilidade de viver em um terreno amplo e com a possibilidade de plantar o próprio alimento, é um privilégio para Mãe Ana Rita, que come taioba e planta tudo o que consome: “a gente dá uma pesquisada, vamos ver como era antigamente e o que tinha. Então, mesmo a alimentação da gente, parte daqui as folhagens”. 

Para Doné Oyassy, não foi diferente: “Desde o momento que me dei por gente, já tinha esse entendimento do quão era necessário para o nosso corpo. A gente já traz isso, remanescente de uma história em que é tudo lidado com a plantação, com as ervas, né?”, diz sobre o surgimento da lida com o plantio e a manipulação das ervas, sem esquecer de mencionar que basta aos sete anos de idade a mãe pedir para buscar uma hortelã no pé e pronto, naturalmente vai tendo um contato desde cedo com as plantas. A respeito do espaço onde vive hoje, ela salienta a importância da nova geração:  “os jovens vão ser mantenedores desse e ter a sapiência do quão é necessário cuidarem dessas plantas, ervas e árvores”. 

A terceira integrante desse encontro, é Diakalengela Makiese, que aos 32 anos destaca a importância do conhecimento ancestral passado de vó para neta. “Estudar sobre isso é manter a memória da minha família viva, é o que me motiva. Ao longo da minha caminhada fui pesquisar nas sabedorias de família, de Terreiro e também na Academia, e percebi que era ciência pura, tecnologia de ponta na vivência pura e simples”. 

A intenção do encontro entre as três é justamente apontar para a prática da manipulação de ervas e plantas, a fim de dialogar e disseminar o conhecimento ancestral.  “A nova geração está preocupada com saúde natural e tecnologia, resgatando as vivências dos seus avós, bisavós e com isso eles estão mais focados em descobrir e linkar a vivência ancestral com a futura”, finaliza Diakalengela. 

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