Ed. 86 – História da Velhice no Brasil: 60 Anos de Mudanças, Conquistas e Desafios

23/01/2024

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Resumo

A trajetória crescente da longevidade redesenha a demografia, impacta a sociedade e desencadeia novos paradigmas, conquistas fundamentais e incessantes desafios na realidade brasileira, porque sem precedentes: a população idosa – no Brasil, considerada com idade igual ou superior a 60 anos – passou de 3 milhões, em 1960, para os atuais 34 milhões, já representando 15% do total populacional de 203 milhões.
Esforços somados – avanços da medicina, pesquisas científicas, melhorias na qualidade de moradia e vida, nos sistemas de educação e informação, saúde e prevenção, políticas públicas e garantias legais – possibilitaram que a expectativa de vida média, de 52 anos na década de 1960, chegasse hoje a cerca de 77 anos. Crescimento formidável, mas não linear, num país tão grande em território e desigualdade social, e premido pelas urgências advindas desse fenômeno em curso. A história da velhice no Brasil – contextualizada nos últimos 60 anos – convida a combatermos o idadismo estrutural e ampliarmos possibilidades
para um envelhecimento saudável, ativo e inclusivo, promovendo a empatia intergeracional e valorizando o protagonismo social e produtivo da pessoa idosa. Uma construção social em benefício de todos, e já nos vislumbramos: seremos os novos centenários.

Palavras-chave: história da velhice; idadismo; envelhecimento; pessoa idosa; longevidade; conquistas sociais.

Somos moços ou velhos muito mais em função de como pensamos o mundo, da disponibilidade com que nos damos, curiosos, ao saber, cuja procura jamais nos cansa e cujo achado jamais nos deixa satis- feitos ou imobilizados. Somos moços ou velhos muito mais em função da vivacidade, da esperança com que estamos sempre prontos a come- çar tudo de novo, se o que fizemos continua a encarnar sonho nosso.

Paulo Freire, À sombra desta mangueira, reflexões sobre a velhice, 2012, p. 91.

O envelhecimento populacional é um fenômeno social observa- do no mundo inteiro. O que nos impacta é a velocidade com que o Brasil envelhece: hoje, 14,7% da população tem mais de 60 anos. Em 2050, serão 31%. Ou seja, em três décadas o país vai dobrar o número de pessoas idosas, uma marca que países de alta renda levaram mais de cem anos para alcançar.

Uma realidade que, de um lado, representa uma grande conquista social e, de outro, uma grande preocupação pois, em pouco tempo, o país precisa se preparar para atender, em todos os segmentos, os de- safios que uma população de cabelos brancos requer, exige e merece.

O Brasil, assim, passou por transformações significativas na demo- grafia e na forma como a sociedade lida com a velhice, tornando-se um dos países mais envelhecidos da América Latina. O que implica no desencadeamento de novos paradigmas e necessidades diante des- se fenômeno em curso.

Este artigo destaca algumas das principais mudanças, bem como desafios e conquistas da história da velhice no Brasil, desde os anos 1960 até os dias atuais, nas esferas social, econômica e demográfica, o que inclui o universo artístico brasileiro, que, como veremos, mesmo influenciado no decorrer da evolução da sociedade, parece trilhar um percurso diferenciado da maioria dos demais segmentos.

O aumento na expectativa de vida, com certeza, representa uma conquista social, porém não linear nesse país territorialmente tão grande e com tamanhas desigualdades, o que acarreta experimentarmos um envelhecer com muita diversidade, contextualizando também nossas velhices plurais.

Com a diminuição das taxas de natalidade e mortalidade, e o aumento da expectativa de vida, temos invertido a pirâmide populacional, graças também aos avanços da medicina, do acesso ao saneamento básico e melhorias na qualidade de vida.

Se em 1960, a expectativa de vida média era de 52 anos, hoje, ela atinge cerca de 77 anos. E, segundo projeções da Organização Mundial da Saúde (OMS), poderá chegar a 88 anos em 2100. A população idosa – no Brasil, considerada com idade igual ou superior a 60 anos – passou de 3 milhões em 1960 para 7 milhões em 1975 e 14 milhões em 2002, um aumento de quase 500% em 40 anos. Entre 2012 e 2021, de acordo também com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse grupo etário chegou a 31,2 milhões de pessoas. E, mesmo com a tragédia causada pela pandemia de covid-19, o último censo aponta para 34 milhões de pessoas 60+, sendo cerca de 15% da população brasileira, que é composta de mais de 203 milhões de habitantes. Projeções indicam que em 2050 a população brasileira será de 253 milhões de indivíduos, a quinta maior população do planeta.

O fato incontestável é que essa longevidade sem precedentes apresenta desafios sociais e econômicos urgentes, com implicações nos segmentos da saúde, assistência social, previdência, educação, mer- cado de trabalho e políticas públicas, entre tantos outros. Um cenário que convida a oportunizarmos melhores possibilidades para um envelhecimento saudável, ativo e inclusivo, capaz de combater o idadismo (preconceito etário, neste caso, contra os mais velhos) e promover a empatia em conexões intergeracionais.

A velhice precisa ser lugar comum a todos. E, para tal, é fundamental termos clareza sobre o que conceitua essa fase da vida que marca o envelhecimento humano com mudanças físicas e orgânicas, emocionais e sociais. Alguns autores, como Debert (1988) e Bosi (1994), definiram o termo velhice como sendo a última etapa do ciclo da vida. Além de mudanças físicas que ocorrem no processo de envelhecimento, como rugas, cabelos brancos, perda na força muscular e na flexibilidade, amplia-se a possibilidade de doenças crônicas. Porém, nessa etapa da vida biológica, como em todas as demais, há de se considerar a dimensão existencial, na qual se acumulam modificações da pessoa com o tempo e suas relações com o mundo. Ou seja, a velhice pode ser considerada uma construção social e, lamentavelmente, impregnada de preconceitos.

Vale também destacar que o processo de envelhecimento se dá por toda a vida, do nascimento à morte, e o que se busca é alcançarmos um envelhecimento saudável, definido pela OMS como o “processo de desenvolvimento e manutenção da capacidade funcional que permite o bem-estar na idade avançada”.

Trata-se de um processo natural no decorrer do tempo, porém com diferenças de um indivíduo para outro, a depender de inúmeros fatores tanto internos quanto externos, já que o estilo de vida e os hábitos adotados no meio em que se vive exercem forte influência nas condições biopsicossociais de cada um. Assim, o envelhecimento tem características específicas nos aspectos biológicos, sociais, psicológicos e espirituais, variando de acordo com o contexto e as escolhas do indivíduo em sua vida. Portanto, é correto afirmar que a velhice não é uma experiência homogênea.

A velhice é valorizada e respeitada ou desrespeitada e estigmatizada, dependendo dos contextos culturais. E da percepção da sociedade através do tempo, ora conferindo autoridade à pessoa idosa, ora lançando-a a uma condição de inferioridade por não mais exercer o poder da produtividade no mercado de trabalho e/ou pelas fragilidades vivi- das ou acometidas.

Os últimos 60 anos marcaram essencialmente a história da velhice no Brasil. Vamos jogar luz em acontecimentos que contextualizam mu- danças, desafios e conquistas dessa jornada.

O INÍCIO DO ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO

Nos anos 1960 ainda éramos considerados um país predominantemente jovem, com uma expectativa de vida relativamente baixa, em torno de 52 anos. À época, por mais que a sociedade brasileira tivesse uma visão basicamente respeitosa da pessoa idosa, como fonte de sabedoria e experiência, o fato é que a velhice era, muitas vezes, sinônimo de vulnerabilidade, com poucos direitos e assistência limitada de saúde e prevenção por parte do Estado, cujo sistema de previdência social era incipiente.

A estrutura familiar era, frequentemente, multigeracional, com várias gerações morando sob o mesmo teto. As pessoas idosas desempenhavam papel ativo na estrutura familiar, não só como conselheiros, mas na educação e formação das crianças e jovens.

Abrigos ou casas de repouso eram incomuns, pois cabia à família o apoio e o cuidado aos mais velhos. Mas a participação social era limitada, e sua força de trabalho menos comum.

O período foi impactado por eventos tão díspares quanto significativos e transformadores: de um lado, o regime militar que, a partir de 1964, sequestrou o poder do voto popular na escolha de seus representantes na política, limitou as liberdades democráticas e instaurou censura às formas de expressão individual; e, de outro, um amplo movimento de resistência, a contracultura, com o surgimento do movimento hippie, o tropicalismo e os protestos estudantis.

O Brasil, até então um país agrário, abrigava a maior parte de sua população no campo. Foi formidável o impacto oriundo do processo acelerado de migração para as cidades, da industrialização e da modernização do país.

A força da transformação também estava na cultura jovem, caso do tropicalismo, que defendia a liberdade criativa e a quebra de barreiras entre gêneros e formas artísticas. Caetano Veloso, Gilberto Gil e Tom Zé estiveram na linha de frente desse momento, junto com artistas visuais, escritores, poetas, cineastas. Na música, misturou influências de canções tradicionais, do rock e do pop estrangeiro, criando letras provocadoras, como forma de crítica social e política, e uma vanguarda artística.

O espírito de época refletiu-se na moda com a adesão a roupas mais informais, como jeans, minissaias, vestidos-tubinho coloridos e estampados. Entre a população idosa, eram usuais as camisas de colarinho amplo, coletes e suspensórios, ternos e gravatas largas para os homens; estampas discretas, mangas longas, pérolas e cabelos curtos e arruma- dos para as mulheres.

A década também foi marcada pelo surgimento da jovem guarda, encabeçada por cantores como Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Martinha e Wanderléa. Foi também a era do cinema novo, com filmes com forte carga político-social.

Entretanto, enquanto os jovens ganhavam destaque na cena cultural, para as pessoas idosas, em termos de lazer e entretenimento, as alternativas eram limitadas, focadas em encontros religiosos e festas familiares.

Foi quando o Serviço Social do Comércio (Sesc), atuando como instituição voltada para o bem-estar e a qualidade de vida dos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo, incluindo suas famílias, passou a desenvolver ações voltadas ao trabalho social com pessoas idosas. Ações que foram se expandindo de acordo com as mudanças comportamentais da sociedade ao longo dos anos.

Nos anos 1960, o Sesc passou a reconhecer a importância de atender às necessidades das pessoas idosas para além do assistencialismo que predominava à época. O primeiro grupo de convivência para pessoas idosas foi montado em 1963, com uma sucessão de atividades de lazer e recreação visando promover a socialização e a saúde dos idosos.

MUDANÇAS NOS PAPÉIS NA FAMÍLIA

Nos anos 1970 surgem os primeiros movimentos por reconhecimento e direitos específicos para essa parcela da população. Em 1978, foi fundada a Associação Brasileira de Gerontologia (ABG), um marco para a promoção do estudo e do cuidado aos idosos no país. Como na década anterior, o Brasil viveu num período de repressão política e censura. Isso moldou o comportamento das pessoas, fortalecendo atos de resistência e protestos. E a juventude, novamente, exerceu um papel de resistência, com o crescimento das comunidades hippies e do movimento feminista.

Melhorias nas condições de saúde, redução da mortalidade infantil e maior acesso a cuidados médicos também significaram um aumento na expectativa de vida, de 52 anos, em 1960, para 57 anos na década de 1970, segundo dados do IBGE.

Apesar desse aumento na expectativa de vida nos anos 1970, o Brasil ainda estava numa fase inicial de transição demográfica, com uma proporção relativamente baixa de idosos – de 5,8%, conforme o IBGE – em comparação com a população total.

Houve uma tendência de redução na taxa de natalidade. Um maior acesso das crianças à educação, e por mais tempo, influenciou a dinâmica e os valores familiares. Mais mulheres entraram no mercado de trabalho, o que levou ao aumento da renda familiar e a uma mudança nos papéis de gênero. As taxas de divórcio cresceram, refletindo alterações nas normas sociais em relação ao casamento e ao divórcio. Aliás, a lei que permitiu o divórcio no Brasil foi aprovada em 1977, com a promulgação da Emenda Constitucional n. 9. Antes, apenas a separação judicial era possível. Tais mudanças, influenciadas por fatores socioeconômicos e culturais, continuaram a evoluir nas décadas seguintes.

Em termos de direitos trabalhistas e previdência social foi promulgada uma nova Lei de Previdência Social em 1973, incluindo melhorias nas pensões para viúvas e órfãos, o que também beneficiou famílias idosas.

Acompanhando as necessidades das pessoas no início dos anos 1970, as unidades do Sesc de São Paulo e Campinas começaram a desenvolver cursos de preparação para a aposentadoria e de divulgação científica sobre cuidados com a saúde e o envelhecimento, bem como atividades educacionais, de lazer e esportivas nos mesmos moldes das universidades da terceira idade europeias.

Acontecimentos globais também impactaram o Brasil, além dos desafios econômicos (como as altas taxas de inflação) que moldaram o cenário da época: nos Estados Unidos, os movimentos feministas e pelos direitos dos homossexuais; movimentos de resistência em vários países, por igualdade, justiça social e mudanças políticas; a Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética; conflitos na América Central e no Oriente; e a crise do petróleo.

Período marcado por mudanças culturais, desenvolvimento tecnológico nas telecomunicações e avanços dos movimentos sindical, estudantil e em defesa dos direitos humanos.

No Brasil, gêneros musicais diversos conviviam: a tropicália, combinando influências da música popular brasileira com elementos do rock; o samba e a bossa nova eram populares, com artistas como Elis Regina, Tom Jobim e Vinicius de Moraes; a jovem guarda também fazia sucesso; o rock brasileiro ganhou força com Raul Seixas e bandas como Os Mutantes. E um novo gênero, o disco, ganhou importância e influenciou a moda, com a popularização das discotecas e o surgimento de cantores e bandas, como As Frenéticas. Este último fez surgir uma estética festiva e hedonista, com roupas brilhantes que refletiam as luzes das pistas de dança, óculos e acessórios exagerados e cabelos volumosos, convivendo com o estilo hippie, com tecidos naturais e roupas longas e fluidas. Calças boca de sino, bandanas e roupas com franjas e estampas psicodélicas também eram populares, assim como jeans desbotados e jaquetas de couro.

O cinema novo prosperou com diretores como Glauber Rocha, Cacá Diegues e Ruy Guerra. O filme Macunaíma, adaptação da obra homônima de Mário de Andrade, dirigido por Joaquim Pedro de Almeida e lançado em 1969, é considerado um marco no cinema e na representação da cultura popular brasileira.

A televisão virou uma plataforma central para a publicidade. O idoso começou a aparecer em anúncios de planos de previdência privada e produtos farmacêuticos. Novelas como Selva de Pedra (1972) e Dancing Days (1978) faziam sucesso, assim como programas de variedades como Chacrinha e Fantástico.

A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 FOI PROMULGADA GARANTINDO MAIS DIREITOS
A Constituição Federal de 1988 representou um avanço significativo no reconhecimento e proteção legal dos direitos das pessoas idosas no Brasil. Estabeleceu a Previdência Social para a população idosa, proibiu a discriminação por idade e promoveu a igualdade de direitos e deveres entre jovens e idosos.

Cenário na década de 1980, marcado pela redemocratização e diversidade cultural: campanha das diretas já e fim do regime militar, avanço das telecomunicações e conquistas sociais. A transição da ditadura militar à democracia trouxe crise econômica e inflação altíssima. Assim surgiram as lojas de departamentos, com opções de produtos mais baratos, feitos em escala industrial.

Mais mulheres ingressaram na educação superior e no mercado de trabalho, em posições antes dominadas por homens. A revolução tecnológica também abriu novas oportunidades nas áreas de tecnologia e informação. Em 1980, Luiza Erundina foi a primeira mulher eleita para a prefeitura de uma capital brasileira, em São Paulo.

A Constituição Brasileira de 1988 também reafirmou os direitos das mulheres e estabeleceu a igualdade de gênero como um princípio fundamental. O movimento feminista ganhou força em questões como igualdade salarial, direitos reprodutivos e combate à violência.

As pessoas idosas ganharam maior destaque durante a Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento, realizado pelas Organizações das Nações Unidas (ONU), em 1982, e que produziu o Plano de Ação Internacional de Viena sobre o Envelhecimento. Documento, aliás, que passou a balizar diretrizes e princípios para leis e políticas públicas, evidenciando o envelhecimento populacional como tema de suma importância no século XXI.

Nesse período, o acesso à aposentadoria se tornou mais facilitado, permitindo que um número maior de idosos brasileiros se obtivesse esse benefício.

Outro marco fundamental na evolução dos direitos e dos cuidados na saúde foi a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) em 1988, melhorando o acesso para toda a população, inclusive com atendimento aos idosos buscando tratar e prevenir doenças crônicas.

Nesse panorama, o Sesc também intensificou seus esforços para cuidar da saúde dos idosos. Foram estabelecidos programas de promoção da saúde, incluindo palestras e exames preventivos.

E, no período, o comportamento cultural e artístico também determinava novas tendências de diversificação de estilos na música, como o rock nacional e o axé, refletindo a riqueza da cultura brasileira. Na mesma época, o hip-hop ganhou força, bem como a música pop, com artistas como Michael Jackson e Madonna. A música eletrônica também foi destaque com a música dance.

Apesar da crise no país, a indústria têxtil e de moda dos anos 1980 recebeu investimentos, tornando-se mais diversa e popular. E a maior tendência, a new wave ou moda fitness, inspirou-se na onda da geração saúde e na ginástica aeróbica.

Foi uma época de empoderamento feminino. O estilo também era caracterizado por roupas extravagantes, ombreiras e cores vibrantes, saias curtas, leggings, acessórios grandes, maquiagem colorida e chamativa. Na faixa adulta, terninhos com ombreiras, calças de cintura alta, cintos largos. A cultura do hip-hop também começou a influenciar a moda. E a moda brasileira passou a ser exportada.

As telenovelas estavam no auge, influenciando o comportamento e os valores sociais, e a publicidade se tornou mais diversificada e criativa. O idoso foi retratado em anúncios de produtos voltados para a terceira idade, como seguros de saúde e viagens.

O ESTATUTO DA PESSOA IDOSA E A MUDANÇA DE PARADIGMA

O ponto alto da década de 2000 foi a promulgação do Estatuto do Idoso, em 1o de outubro de 2003, posteriormente nominado Estatuto da Pessoa Idosa. Esse marco legal estabeleceu direitos específicos para os idosos, como a prioridade de atendimento em órgãos públicos, transporte gratuito e medidas de combate à violência e ao abuso. Foi quando, inclusive, surgiu o Benefício da Prestação Continuada, previsto na Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), garantindo um salário mínimo a pessoas idosas em situação de vulnerabilidade econômica.

O Estatuto da Pessoa Idosa possui 118 artigos que consolidam os direitos conferidos pelas diversas leis federais, estaduais e municipais referentes à saúde, à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer, à profissionalização e ao trabalho, à previdência social, à assistência social, à habitação, ao transporte, à fiscalização de entidades de atendimento e à tipificação de crimes contra a pessoa idosa. Referendando, portanto, as premissas para o combate ao idadismo, contra qualquer tipo de exclusão e discriminação às pessoas com 60 anos ou mais.

O aumento continuado da expectativa de vida trouxe mais desafios econômicos significativos, incluindo o financiamento da Previdência Social. O Brasil começou a enfrentar questões relacionadas à sustentabilidade do sistema previdenciário e à necessidade de reformas.

A expansão da indústria e tecnologia da informação e serviços, bem como um aumento no empreendedorismo, marcaram também a disseminação das redes sociais e dos smartphones, transformando o modo como as pessoas se comunicam e compartilham informações.

Enquanto em Madri, em 2002, acontecia a Segunda Assembleia Mundial das Nações Unidas sobre o Envelhecimento, com o objetivo de desenvolver uma política internacional para o envelhecimento no século XXI – dando prioridade às pessoas mais velhas, melhorando sua saúde e bem-estar, assegurando habilitação e ambientes de apoio –, no Brasil, eventos científicos como o Encontro Internacional de Gerontologia e o Encontro Nacional de Idosos marcaram época.

A população idosa continuou a crescer com os avanços na medicina, com maior ênfase na qualidade de vida na velhice e com a expansão de programas específicos de atenção à saúde do idoso. Nesse processo, em 2004, foi criada a Política Nacional de Assistência Social (Pnas).

Outra questão que passou a ficar mais evidente com o envelhecimento populacional foi a necessidade de cuidados de longo prazo para idosos. Isso levou a um aumento de ações de promoção do envelhecimento ativo e saudável, com reforço da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) de 2006 e em consonância com princípios e diretrizes do SUS, direcionando medidas individuais e coletivas em todos os níveis de atenção à saúde.

Houve progressos na pesquisa genômica e no desenvolvimento de terapias inovadoras, bem como o crescimento de movimentos e esforços de conscientização ambiental e conservação em prol da qualidade de vida.

E o sistema de previdência social foi expandido com a implementação de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, que passaram a beneficiar idosos em situação de vulnerabilidade econômica. Porém, é importante mencionar que muitas pessoas idosas, mesmo aposentadas, prosseguiram trabalhando, seja por necessidade financeira ou por escolha pessoal.

Nesse período, houve uma intensificação de programas de educação continuada associados a cursos universitários voltados para a chamada terceira idade.

Foram também muitos os desafios sociais influenciados por eventos como os ataques de 11 de setembro de 2001 – que tiveram impacto significativo na segurança global – e a guerra no Iraque.

Na música, forte influência internacional do pop e do hip-hop, que crescia em popularidade. Na moda, jeans de cintura baixa e roupas esportivas eram comuns. O estilo emo ganhou popularidade entre os jovens.

A década de 2000 acrescentou opções de lazer e cultura para os idosos, com uma variedade de atividades recreativas, como dança, música, artes e esportes adaptados.

O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO

Com a chegada da década de 2010, as estatísticas de envelhecimento se tornaram mais evidentes. Enquanto a população idosa crescia, o Brasil se preparava para uma nova realidade demográfica.

O período também trouxe uma crescente conscientização sobre questões de gênero, diversidade e inclusão. Movimentos feministas e LGBTQIAP+ ganharam destaque. O casamento igualitário foi reconhecido em maio de 2013. No mesmo ano, o Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) incluiu diretrizes específicas para garantir os direitos dos idosos, promovendo o envelhecimento ativo e a participação social.

O Brasil já estava em consonância com as discussões internacionais em função do envelhecimento populacional, acompanhando, por exemplo, em 2015, a Convenção Interamericana sobre os Direitos das Pessoas Idosas. Mas, internamente, os desafios sociais, como a desigualdade econômica e a violência, eram temas importantes de debate e providências, somados a novos desafios relacionados à saúde e à previdência social para a população idosa. E a discussão sobre a reforma da previdência ganhou destaque.

A tecnologia verde também passa a ser pauta de discussão, pelo crescimento da energia renovável e esforços para combater as mudanças climáticas, num mundo ainda mais fragilizado pela crise global de refugiados.

O avanço tecnológico e a consolidação da era digital trouxeram pontos positivos e outros nem tanto. O rápido compartilhamento de informações falsas (fake news) e a consequente desinformação se tornaram um desafio para a sociedade, afetando muito a população idosa, inclusive. De outro lado, ajudou a promover sua inclusão digital. E o Sesc fez parte de todo esse novo cenário, oferecendo cursos de informática e atividades relacionadas à tecnologia para garantir que as pessoas idosas pudessem se manter conectadas e informadas.

Nesse período, o streaming tornou-se a principal forma de consumo de música.

A moda hipster ganhou destaque, com roupas vintage e influências indie. A sustentabilidade e a moda ética começaram a ser valorizadas. E, no comportamento, a tendência ageless passou a propor uma moda sem idade e celebrar a beleza das pessoas idosas. Fashionistas, modelos e estilistas defendem o movimento. Gente que conta muitos anos vividos chama atenção na internet pelo estilo ousado, vida ativa, libertária e criativa: são influenciadores digitais. Demonstram maior autoconhecimento e adotam um estilo próprio, confortável e divertido diante do pode ou não pode da moda. São os pleasure growers: refutam o comportamento tradicional da terceira idade de décadas anteriores e redescobrem os valores de seus sonhos, paralelamente à experiência e maturidade adquirida.

O que não se esperava é que uma pandemia atingisse o mundo. A covid -19, que começou em 2019, fez muitas vítimas no Brasil também entre idosos, e teve impacto profundo no comportamento, com medi- das de distanciamento social e trabalho remoto afetando a interação social, a economia e a dinâmica do país.

DESAFIOS E OPORTUNIDADES

De 2020 em diante, lidamos com as mudanças visíveis no jeito de estar, trabalhar, se divertir e conviver, com a continuidade da imposição de isolamento principalmente às pessoas idosas e grupos imunossuprimidos, mais suscetíveis a complicações na pandemia de covid-19.

No cenário artístico, a música on-line e as redes sociais desempenharam um papel importante diante da falta da convivência presencial e, ainda, na descoberta de novos talentos. E filmes de streaming e vídeo sob demanda ganharam destaque.

A pandemia influenciou a moda, tornando o conforto e a praticidade mais importantes. A moda sustentável e o comércio on-line ganharam força. Atualmente, grandes e significativos desafios do envelhecimento da população incluem a garantia de serviços de saúde de qualidade, o cuidado de longo prazo para pessoas idosas fragilizadas – com maior oferta de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) –, além de centros de convivência, moradia adequada, sustentabilidade da previdência social e aposentadoria, educação ao longo da vida, maior acessibilidade e ações que promovam a inclusão digital e social. Por outro lado, há um número crescente de pessoas, além dos 60 anos, com autonomia produtiva e dispostas a prosseguirem no mercado de trabalho e em sua contribuição à sociedade. Portanto, é preciso atender à necessidade de oferecer empregabilidade às pessoas idosas e proporcionar instrumentos que auxiliem na promoção de sua capacidade de empreender. São questões urgentes que dizem respeito a oportunidades de ganhos, o que, para muitos, traduz uma real necessidade de complementar a aposentadoria.

Ainda há o que se lamentar. Seja pelo impacto da covid-19, pelo idadismo ou pela exclusão social e péssimas condições de vida – não são poucas as pessoas que, ao envelhecerem, são ainda submetidas a uma grande gama de violência.

Conforme relatório da OMS, as taxas mais altas de suicídio são de pessoas com mais de 70 anos. A cada ano, mais de 800 pessoas tiram suas próprias vidas, uma a cada 40 segundos.

O movimento black lives matter, iniciado nos Estados Unidos, levou a discussões e reformas em relação à justiça social. E inspirou o movimento Vidas Idosas Importam.

Nesse contexto, o Sesc continua a evoluir em resposta aos desafios atuais. Adaptações para o ambiente virtual, cuidados com a saúde mental e a promoção do envelhecimento ativo são áreas de destaque em suas iniciativas.

A experiência na troca entre as gerações é ingrediente já verificado como altamente necessário na construção de uma sociedade mais justa. O Sesc tem feito sua parte ao promover a integração entre diferentes gerações por meio de atividades que envolvem idosos, crianças e jovens, o que fortalece também os laços familiares. Aliás, a pluralidade da velhice vem sendo tratada de forma transversal no Sesc, com programas de educação não formal e permanente para o desenvolvimento de um olhar mais adequado acerca da velhice e do envelhecimento.

Diga-se de passagem: essa forma de encarar e tratar o envelhecimento deveria ser transposto para o campo da política. Porém, indiferentes ao combate ao idadismo, mais de 70% dos eleitores norte-americanos deixam claro, em pesquisas recentes, que estão empacados na questão da idade e que isso pode ser um fator impeditivo tanto para o atual presidente Joe Biden, de 80 anos, que mira a reeleição, quanto para seu principal adversário, Donald Trump, de 77 anos. Até pela atenção que dedicamos ao que acontece em território norte-americano, o mesmo idadismo pode atingir candidatos brasileiros nas próximas eleições.

Estamos acostumados com o Congresso Nacional brasileiro, frequentemente renovado por políticos jovens. Mas, no Congresso norte-americano, se o limite de idade fosse de 70 anos, mais de 70% dos integrantes do Senado, por exemplo, ficariam de fora. Se e como os eleitores brasileiros expressarão o preconceito de idade, a história proximamente nos dirá.

Mas, assim como nos Estados Unidos, não há exigência de idade máxima para ser presidente no Brasil, mas apenas de idade mínima, de 35 anos, para assumir os cargos de presidente, vice-presidente e de senador. A Constituição Brasileira também prevê idade mínima de 30 anos para governador e vice-governador; de 21 anos para deputado federal, estadual e distrital, prefeito e vice-prefeito; e de 18 anos para vereador.

Muitos são os segmentos que ainda esbarram no idadismo no Brasil. Seja na política, na economia, na educação ou na saúde, portanto faz-se urgente a necessidade de políticas públicas que contemplem a população idosa já existente e as futuras. Levando em consideração, além da heterogeneidade no envelhecer, o aumento no grupo de 80+: a população considerada idosa também está envelhecendo, como salientam Camarano et al. (2004).

Esforços devem ser concentrados para implementar completamente o que prevê o Estatuto da Pessoa Idosa, tal qual o ritmo acelerado do envelhecimento populacional exige. Há muitas lacunas na prática, como destaca Faleiros (2016).

Estamos, como podemos ver nos últimos 60 anos, em evolução permanente. Mas, muitas perguntas sem respostas ainda desassossegam o coração. O medo da solidão preocupa, bem como o sentimento – impulsionado pelo idadismo – de sentir-se obsoleto. As transformações sociais, nas últimas décadas, resultaram em um novo cenário: temos muitos idosos cuidando de idosos, pessoas que envelhecem longe da família, além de muitos serem institucionalizados sem visitas regulares, afetando seu bem-estar emocional e psicológico.

O envelhecer com felicidade pressupõe a oportunidade de continuar aprendendo ao longo da vida, aceitar o processo de envelhecimento e adotar medidas que promovam a autonomia, mantendo a capacidade de tomar decisões, renovar sonhos e fazer escolhas. O que, certamente, implica em assumir o protagonismo da própria vida, ter conhecimento sobre os próprios direitos e ocupar o devido lugar na sociedade.

AFINAL, HÁ HORA CERTA DE PARAR?

Quem sempre foi socialmente ativo tem a liberdade de decidir a hora certa de parar? Ou de prosseguir plenamente, no exercício de suas atividades, independentemente de idade?

Curioso observar como essa liberdade é aparentemente menos ou nada questionada por imposições sociais no território da arte, na música, em especial. Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulinho da Viola e Dori Caymmi representam, bem visíveis, um time numeroso que, ultrapassando a marca dos 80 anos, prossegue com shows nos palcos da vida e em turnês de viagens. Leny Andrade, Olivia Hime e Sueli Costa engrossam o time de cantoras octogenárias.

Por outro lado, nomes reconhecidos e em atividade artística parecem raros privilegiados a se expressarem independente e plenamente em suas vontades. Em 2023, aos 80 anos, Helô Pinheiro, eternizada garota de Ipanema por Vinicius de Moraes, postou sua foto de biquíni. Susana Vieira, também nessa idade, só não participou do Carnaval por ter quebrado um dedo do pé – anúncio feito por ela mesma, de bota ortopédica, enquanto apresentava o monólogo Shirley Valentine, em janeiro último, em São Paulo. Atrizes como Fernanda Montenegro, aos 93 anos, Laura Cardoso, aos 95, e Nathalia Timberg, aos 93 – as três com perfil ativo no Instagram –, seguem inspirando admiradores de todas as idades.

Mas, por que a arte nos passa a ideia de um território idealmente fértil à expressão da criatividade e, ao mesmo tempo, um lugar de trabalho à parte da sociedade, menos restritivo, mais livre, independentemente do acúmulo de anos? Nesse sentido, a arte educadora Fayga Ostrower defende que “em nossa época, é bastante difundido este pensamento: arte sim, arte como obra de circunstância e de gosto, mas não arte como engajamento de trabalho… Retirando à arte o caráter de trabalho, ela é reduzida a algo de supérfluo, enfeite talvez porém prescindível à existência humana”.

Assim como discorda do senso comum de que a arte é desprovida de trabalho – ou trabalhe menos seriamente –, ela também refuta que a criatividade seja um privilégio do fazer artístico: é “um potencial inerente ao homem, e a realização desse potencial uma de suas necessidades”. Ou seja, “o ser humano elabora seu potencial criador através do trabalho, no contexto cultural”. O que, em nossa presente realidade, nem sempre é possível. Para ela, quais seriam as consequências dessa impossibilidade?

Ao contrário, o homem contemporâneo, colocado diante das múltiplas funções que deve exercer, pressionado por múltiplas exigências, bombardeado por um fluxo ininterrupto de informações contraditórias, em aceleração crescente que quase ultrapassa o ritmo orgânico de sua vida, em vez de se integrar como ser individual e ser social, sofre um processo de desintegração. Aliena-se de si, de seu trabalho, de suas possibilidades de criar e de realizar em sua vida, conteúdos mais humanos. (OSTROWER, F., 1991)

Imprescindível considerar que a não alienação de si mesmo deve ser o valor primordial ao alcance de todo ser humano, assim como uma vida com completude e longeva.

Atualmente – como destaca a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) –, na Década do Envelhecimento Saudável 2021-2030, declarada pela Assembleia da ONU, são imprescindíveis o envolvimento e os esforços conjuntos dos governos, sociedade civil, agências internacionais, equipes profissionais, academias, meios de comunicação social e setor privado. Afinal, o objetivo é construir uma sociedade melhor, mais justa, inclusiva e fértil para todas as idades.

E para avançarmos nas conquistas no futuro, é fundamental, como preconiza a ONU, que a abordagem do envelhecimento ativo esteja baseada no reconhecimento dos direitos humanos das pessoas mais velhas e nos princípios de independência, participação, dignidade, assistência e autorrealização.

Por fim, cabe aqui a ênfase de Alexandre Kalache – presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil e ex-diretor de Longevidade da OMS – quando diz: precisamos de saúde para ter qualidade de vida; conhecimento, que vamos acumulando e devemos estender ao longo da vida; capital social, que é conviver com bom-humor com as pessoas; capital financeiro, importante, mas que poucos conseguem acumular; e viver com propósito. E, de preferência, começar a se preparar para a velhice aos 20, que é muito melhor do que começar aos 50. Mas, sempre é tempo, sempre terá ganhos!

O melhor que pode nos acontecer – e está acontecendo – é envelhecer. Uma jornada e tanto em curso, desde os idos de 1900, quando não passávamos dos 33 anos, até hoje, quando tem se tornado realidade convivermos cada vez mais com centenários. Sinal dos tempos, em especial, dos últimos difíceis mas emblemáticos 60 anos de história da velhice no Brasil.

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