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Entrevista

REVISTA E - PORTAL SESCSP
ISMAEL XAVIER

 


O professor e crítico discute as características
da produção brasileira de cinema contemporâneo

 

O paranaense Ismail Xavier, crítico e professor de cinema da Escola de Comunicações e Artes (ECA), da Universidade de São Paulo (USP), nasceu em Curitiba, no dia 9 de junho de 1947. Aos 23 anos, formou-se em comunicação social com habilitação em cinema pela ECA e, em 1975, apresentou a dissertação "À Procura da Essência do Cinema - O Caminho da Avant-Garde e as Iniciações Brasileiras". Autor de vários livros sobre o assunto - o mais recente deles é O Discurso Cinematográfico (Paz e Terra, 2005) -, Xavier tem também no currículo uma graduação em engenharia mecânica pela Escola Politécnica da USP (Poli), um mestrado em teoria literária pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), da mesma universidade, e um doutorado em sua área de atuação, com a tese "Narração Contraditória - Uma Análise do Estilo de Glauber Rocha, 1962-64", texto publicado sob o título Sertão Mar: Glauber Rocha e a Estética da Fome (reeditado neste ano pela Cosac Naify). O entrevistado deste mês foi também professor visitante da Universidade de Nova York, em 1995, da Universidade de Iowa, em 1998, e da Universidade Paris3, conhecida como Sorbonne Nouvelle (nova Sorbonne), em 1999. Na conversa que teve com a Revista E, Xavier falou da empatia dos brasileiros com o cinema argentino e dissecou a produção nacional, analisando tanto documentários como filmes de ficção, de ontem e de hoje. A seguir, trechos.

 

Vamos começar falando sobre cinema brasileiro. Parece haver hoje uma volta à dicotomia dos anos de 1960: de um lado, um cinema preocupado com a linguagem e, de outro, um cinema engajado. Você tem essa impressão?
Acho que, em uma cinematografia que tem um esforço de penetração social e de presença no mercado, mas que ao mesmo tempo inclui uma parcela de cineastas preocupados com pesquisa de linguagem, sempre surge essa polaridade. Ela pode ser constatada, mas às vezes não é tão nítida. Na situação atual, há uma tendência predominante de buscar um cinema brasileiro ajustado à comunicação com o grande público, o que não impede que existam cineastas que caminhem em outra direção. A diferença em relação a outros momentos talvez seja que o eixo político da discussão não está tão no centro do debate. Há claras diferenças entre documentários que discutem um tema mais rico e a produção de filmes de ficção. Hoje há cineastas buscando projetos que, inclusive, envolvam uma parceria com a televisão, e cada vez mais essa parceria está fazendo uma grande diferença no momento em que os filmes chegam ao mercado.

 

E a discussão sobre as possíveis diferenças entre os cinemas de São Paulo e do Rio de Janeiro?
O que eu acho que tem diferença são alguns aspectos culturais, como estilo de vida, paisagem urbana, modos e comportamento. É claro que um filme do Cacá Diegues [carioca] vai ser diferente de um filme do Beto Brant, da Tata [Amaral] ou do próprio Walter Salles - para pegar diferentes gerações.

 

Neste momento da produção cinematográfica brasileira, o que você considera um dado novo?
Você tem aventuras autorais, mais pautadas pela inexistência de grupos, proclamações ou manifestos que definam uma proposta a ser assumida por outros. Há, por exemplo, projetos autorais que dialogam com o passado - Cláudio Assis, Beto Brant, Walter Salles -, mas cada um à sua maneira. Tem também o Luiz Fernando Carvalho, que mostrou um estilo muito especial com Lavoura Arcaica [2001], um cinema que tem uma postura autoral muito forte - dialogando com o Raduan [Raduan Nassar, autor do livro homônimo, usado como base para o filme de Carvalho] e enfrentando o desafio de adaptar um romance com uma marca estilística muito forte e de muito impacto. Outro dado que acho característico deste momento é o cinema feito para milhões. Filmes que se adaptam a uma estrutura dramática clássica e conseguem uma densidade nunca atingida pelo cinema brasileiro que tentava alcançar um grande público. Central do Brasil e Cidade de Deus são exemplos disso. No passado, acho que o único cineasta que havia tido esse tipo de resultado [sucesso de público] foi o Babenco [Hector Babenco, cineasta argentino radicado no Brasil], tanto com Lúcio Flávio [Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia, de 1977] como com Pixote [Pixote, A Lei do Mais Fraco, de 1981]. Agora, a questão é se isso deixará de ter esse aspecto espasmódico, esses espasmos em que dois ou três filmes conseguem criar certa esperança de conquista de mercado.

 

E o documentário? Por que você acha que o público tem comparecido para ver essas produções? Não em massa, mas o gênero tem conquistado platéias.
Há fatores técnicos nisso. Hoje, com o digital, com vídeo etc., ficou muito barato fazer um documentário de longa-metragem. Outro fator é a produção de documentários de qualidade, trabalhos como os do [Eduardo] Coutinho, do [João Moreira] Salles. Há um conjunto grande de pessoas envolvidas. Tem o pessoal que faz um documentário mais engajado, como o [Evaldo] Mocarzel, tem o José Padilha, com Ônibus 174 [2002]. O que ocorre é que há um interesse muito grande hoje pelo que acontece nos "textinhos individuais" e no espaço da vida privada. Quanto mais um documentário se volta para essa tendência, maior repercussão ele tem. Nós saímos daquela idéia de que fazer um documentário era colocar uma questão estrutural da sociedade, discutir um grande tema - analfabetismo, fome, violência. Hoje, a gente vê as pessoas mais interessadas em aprofundar um diálogo com o que eu chamo de singularidades - algo que apresenta sua versão mais industrializada em coisas como Big Brother. O interessante no documentário brasileiro quando ele é bom é que, sem recusar esse desafio de chegar perto das pessoas - de ir fundo nessas singularidades -, ele busca fazer isso de outro modo. A forma como o Coutinho trabalha essa questão, por exemplo, é totalmente diferente da forma como se vê isso na TV. Essa diferença é um desafio para o cineasta.

 

E que tipo de público tem se interessado por esses documentários sobre as "singularidades", como você chamou?
É o mesmo público de outros filmes de ficção, do Philippe Barcinski ou do Beto Brant. Ou do cinema de arte europeu que passa no Brasil ou do cinema chinês. É o mesmo. Não são milhões de pessoas. São 100 mil, 150 mil. É o público do teatro, da literatura, pessoas que circulam nas esferas universitárias, nas esferas daqueles que são consumidores de cultura de modo geral.

 

É, portanto, um público específico. Pessoas que sempre estão nos lançamentos de livros, nos festivais de cinema, enfim, que vêem tudo...
Estamos vivendo um momento de crise muito forte dos esquemas explicadores do mundo. Um momento sem definições muito claras de quais serão os próximos passos na história da humanidade. Por isso há um mergulho. As pessoas querem conhecer melhor o tecido das experiências todas. Nós vivemos num certo empirismo, eu diria assim, no sentido de que estamos mais interessados nas particularidades, nos detalhes, e com a esperança de que nessa garimpagem as pérolas surjam, determinadas luzes se acendam.

 

Seria a busca de respostas por meio da aquisição de conhecimento?
É você produzir conhecimento. Uma idéia muito pautada pela incursão em uma situação, digamos, tradicional da literatura - que lida com personagens, cria particularidades, cria figuras que condensam muita coisa. Mas, voltando aos documentários hoje, existe uma diferença nessa postura [de focar as pessoas comuns e suas histórias] e certa tradição dramática. A tradição dramática cria a idéia do personagem que se define pelo que faz, pelas decisões que toma e pelo teor dos conflitos em que está envolvido. Isso faz com que o personagem afigure o estatuto de um tipo, de um alguém que representa algo mais do que ele próprio - o que funciona também como um diagnóstico, um sintoma de época. O ficcionista, o roteirista de ficção, tem de trabalhar com a idéia daquilo que se considera mais relevante - ou que, ao mesmo tempo, é mais plausível, um espelhamento do mundo. O documentário vai para o terreno do acaso, do improvável, um terreno em que o fato de a coisa acontecer é o que a impõe como possível. O acontecido se impõe e tem uma força que gera uma relação, às vezes, de espanto.

 

Isso estaria relacionado com aquela idéia da reação da "personagem" de um documentário?
Em um filme de ficção que compõe um personagem, a maneira como você vai julgar e se relacionar com ele é mediada pelo seu faro de saber que aquilo é uma elaboração dentro de um protocolo de dramaturgia. Agora, se você está diante de uma situação em que alguém é entrevistado, você sabe que existe ali uma confissão. É uma coisa que ainda não está muito bem explicada, mas existe a tendência de as pessoas se confessarem diante de uma câmera. O cineasta não é um juiz, não é um psicanalista, não é pai, não é uma autoridade. Mas aquela câmera, que projeta aquele momento em uma esfera mais pública - porque, toda vez que a câmera está presente, a idéia de publicidade também está -, gera um comportamento muito especial em que as pessoas são capazes de dizer aquilo que não dizem in privé. Existe uma dimensão de voyeurismo, mas, por outro lado, há também a dimensão de que algo não aconteceria na ausência da câmera. Esse é um dado cultural novíssimo.

 

Uma presença muito forte da imagem no cotidiano?
Muito forte! É muito difícil você encontrar uma pessoa inocente hoje nesse terreno da imagem. Muito difícil. Nós estamos vivendo uma forma de experiência que é nova, e não é só com relação às pessoas entrevistadas no filme, eu me refiro a todos. É uma forma de experiência na qual as pessoas sabem que são uma imagem o tempo todo. Você decide qual é o grau de exibição, mas de qualquer maneira não escapa. Você é uma imagem. E que imagem você vai construir? Na vida cotidiana mesmo, as pessoas estão muito conscientes disso. Você vê no Babilônia 2000 [2001], do Coutinho. Uma das equipes que estava fazendo as entrevistas sobe o morro e chega em frente a uma casa que tem umas moças sentadas. Uma delas começa a se arrumar quando eles chegam com a câmera. Aí alguém diz em off: "Não, não... a gente só vai conversar, não se preocupa". Ela fala: "Ah, você quer pobreza?" Ou seja, aquela pessoa abordada pela câmera está sabendo de tudo. Já está internalizado esse processo de relação com a câmera. E eu acho que isso, obviamente, tem tudo a ver com o fato de que a televisão está aí, é um dado cotidiano.

 

Mas, mesmo quando uma pessoa é pega de surpresa, ela projeta uma imagem trabalhada, o melhor lado dela?
Sim. E com muita rapidez. Isso porque ela já tem internalizado esse código. Ela está saturada de imagens, habituada à câmera e a esse mecanismo todo da representação e da presença do olhar do outro. É impressionante isso.

 

Ou seja, nem tudo é verdade.
Sem dúvida. Eu diria que tudo é teatro. Sem querer desqualificar isso. Há um o livro do Ervin Goffman, A Representação do Eu na Vida Cotidiana [Vozes, 1999], - e os antropólogos também já nos ensinaram isso - que trata dessa discussão de que a gente assume papéis, a gente sabe que o cotidiano é feito também de relações em que nos projetamos dentro de um espaço de imagens. O documentário está escancarando isso, de forma total. E não só o documentário, porque outro sintoma disso é o que eu disse: por que o Big Brother faz sucesso no mundo inteiro? É o voyeurismo, ir ao detalhe da vida privada. Da parte de quem olha, existe uma busca pelo "segredo"; e, da parte de quem se mostra, é exibicionismo. Nos Estados Unidos existem manuais que ensinam as pessoas a vender sua história para os produtores de TV para que elas possam ir se exibir nos talk shows [programas de entrevista]. Veja bem, já se industrializou isso. Essas pessoas que se candidatam lá no Big Brother, o que elas fazem? Compõem-se para que se vendam como personagens. E o que o cinema está fazendo? Está tentando ir na contracorrente disso. Está tentando trabalhar essa experiência social em uma chave que faça com que isso ganhe maior lucidez.

 

Em termos de roteiro, o cinema brasileiro sempre foi acusado de não saber contar uma história, enquanto a televisão sempre soube fazer isso muito bem. Basta pensar no sucesso das novelas. O que você pensa disso?
Isso de contar ou não história depende muito da questão dos gêneros. A cultura industrial funciona muito com gêneros. Quando o cinema brasileiro assumiu um gênero, ele teve sua comunicabilidade, as histórias perfeitamente aceitas. Exemplos são a chanchada e os filmes de cineastas como o Babenco, o [Arnaldo] Jabor, o Roberto Farias, o Bruno Barreto - um ótimo contador de histórias. O que tem de mais definido no trabalho dos roteiristas é que eles têm assumido a existência de protocolos dramáticos que um filme exige. O resultado se vê. O resultado vem mesmo. Quando cito esses casos, é porque são os mais evidentes nessa aceitação do jogo da cultura industrializada. Porque, se você pegar cineastas mais experimentais, não é que eles não saibam, eles não querem contar uma história. É opção. É uma bela discussão que você tem na pintura. Todo mundo fala: "Mas o Picasso era cubista, ele pintaria um quadro convencional?" É a mesma coisa. Quando um cara opta por ser experimental, não se pode julgá-lo baseado no que ele faria se lhe dessem uma história convencional para contar. Isso não cabe. Já houve momentos no cinema brasileiro em que os cineastas eram mais afirmativos em seu próprio métier. Acho que hoje existe um sentimento de que o cineasta tem de prestar contas à sociedade. E esse prestar contas é em termos de mercado.

 

Na sua opinião, houve mudanças no que diz respeito ao mercado?
Mudou completamente. O que viabiliza o cinema brasileiro hoje? Leis de incentivo, Lei do Audiovisual. E como é que essas leis existem e vão continuar existindo? Enquanto o Congresso receber propostas e votá-las entendendo que existe um cinema legítimo e merecedor desse tipo de renúncia fiscal. Agora, se ao longo dos anos você tiver um processo pelo qual se comece a criar um discurso de que o cinema brasileiro está ficando invisível, que o cinema brasileiro não tem a performance que deveria no mercado, isso pode ir minando essa legitimidade.

 

Você acha que o Brasil adotou um discurso do Estado, de certa maneira, ao financiar a produção cinematográfica - a exemplo do que acontece na França ou mesmo nos EUA?
Eu acho que adotou, sim.

 

Nos anos de 1970, essa discussão era ainda mais complexa, não? Com o fim da Embrafilme...
A Embrafilme tinha uma lei de financiar o cinema pautada na figura do diretor, do projeto, do roteiro etc. Não se consolidou, no Brasil, a idéia de produtores com uma estrutura assentada. O único caso de maior duração com a marca do produtor é a Lucy Barreto, que tem um certo estilo de cinema, produziu Dona Flor [Dona Flor e Seus Dois Maridos, de 1977, dirigido por Bruno Barreto] e está aí até hoje. Ao lado disso, você tem o [Fernando] Meirelles, que funciona também como um produtor. Tem o pessoal da VideoFilmes, que, eu diria, faz parte dessa constelação em torno do Walter Salles. Você tem a Conspiração, aquele grupo do Andrucha [Waddington], do Cláudio Torres. Agora, até hoje nenhum desses grupos definiu um protocolo de produção industrializada que, por meio de regras de gênero, fosse reproduzindo [uma estrutura] ano a ano. Não tem isso. Cada projeto é um recomeço. Isso porque sempre haverá essa tensão entre o aspecto autoral e o aspecto mercadológico. Porque mesmo aqueles que fazem sucesso com um filme, como Walter Salles - e novamente cito o exemplo de Central do Brasil, que foi um sucesso -, em seguida caminham em outra direção. O Walter depois fez Abril Despedaçado [2001] e Diários de Motocicleta [2004]. Isso é não dar continuidade, do ponto de vista industrial, vamos dizer assim, àquilo que você vê no Central. Outro exemplo: o Meirelles fez o Cidade de Deus. Onde é que está aquilo que normalmente aconteceria numa indústria? O único que tem essa postura é o Daniel Filho, porque ele vem com uma experiência que não é só TV, ele começou no cinema. Depois, quando se estruturou o esquema Globo, ele foi fundamental e está lá.

 

Ele e Os Trapalhões.
Mas aí são os gêneros já mais consagrados. Talvez os gaúchos estejam caminhando nessa direção. Você vê o Jorge [Furtado]. O Jorge está tendo uma disciplina incrível nisso. Saneamento Básico [filme mais recente de Jorge Furtado, de 2007] significa efetivamente dar continuidade a um projeto de comédia que tem de se reproduzir industrialmente para efeito de mercado. Idem em relação ao Guel [Arraes]. Mas você vê que são exatamente aqueles que têm um pé na televisão. Têm a experiência da rotina da televisão. Isso lhes dá outra ótica. Não estou querendo dizer que ele [o cinema] deveria caminhar na direção industrial. Estou dizendo que, se é essa a proposta, não existe uma prática condizente, geradora dessa idéia de produto. Aí fica difícil sair daquele negócio de ter os picos e depois um retorno a um patamar mais baixo de público.

 

Você concorda que algumas escolas cinematográficas caem nas graças do público de tempos em tempos? Algo como: "Ah, o cinema italiano é maravilhoso, Federico Fellini etc."
A comédia italiana sempre teve público no Brasil, [Mario] Monicelli etc. Já Fellini é um caso à parte, é daqueles casos que, pelo lado chaplinesco talvez, conseguiu maior impacto numa certa fase. Mas também não era um cineasta de milhões e milhões.

O que você acha do cinema argentino, que gera grande empatia com o público brasileiro?
O cinema argentino vem confirmar essa leitura do know-how ligado a um certo tipo de roteiro - lidar com dramas e definir comunicabilidade por meio disso. Os argentinos conseguiram isso, em boa parte nas comédias, porque são elas que têm feito mais sucesso no Brasil - filmes que são crônicas da vida familiar. Você tem uma elaboração de roteiro, uma concepção de personagem que alcançou um patamar mais bem definido. Há alguns temas, como a relação de pais e filhos em O Filho da Noiva [de 2001, dirigido por Juan José Campanella], Abraço Partido [de 2003, dirigido por Daniel Burman] e agora em As Leis da Família [de 2006, também de Daniel Burman]. O drama familiar, e essa constelação dramática em torno disso, é o carro-chefe da indústria cultural [argentina]. Os argentinos elaboraram muito mais essas questões. Inclusive, aqueles que são diferenciados - e que não são de grande público -, cineastas de uma marca autoral fantástica, como Lucrecia Martel, trabalham também nessa mesma faixa da família. Aqui, quando surge um Central do Brasil, você vê no que dá: um grande sucesso. Mas você não tem aqui a mesma constância desse tema, ainda que com variações, como lá na Argentina. Eu acredito que lá há uma coisa mais assentada, sabe-se trabalhar essas questões nos tecidos da vida urbana. A cultura argentina é muito mais urbana no sentido da tradição. Nós, eu acho, ainda estamos com dificuldade em achar esse tom.

 

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