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Pé no acelerador

Mais um sinal de que a economia brasileira vai bem foi dado pela indústria automobilística nacional. Para atender à crescente demanda por carros novos, impulsionada principalmente pela entrada no mercado de consumo das classes C e D, as montadoras estabeleceram um cronograma de investimentos sem precedente no país. Como podemos ver na reportagem de capa, é até mesmo possível que a produção de veículos deste ano seja insuficiente para satisfazer à voracidade dos consumidores por automóveis zero quilômetro, estimulada ainda mais pela atual facilidade de crédito. Essa situação, por outro lado, nos remete a um sério problema: o trânsito. Uma vez que a mobilidade nas ruas das grandes cidades já há algum tempo se apresenta comprometida pelo volume de tráfego, como evitar o caos? Eis aí um enigma sobre o qual nossas autoridades terão de se debruçar.

Na área social, uma importante questão que também exige atenção é o tráfico de pessoas. Nesta edição, uma matéria mostra que, embora existam ações efetivas de combate a esse tipo de crime, o Brasil, com seu imenso território, enfrenta dificuldades para estabelecer estratégias eficientes. Como não dispõem de um sistema unificado de informações, os órgãos de segurança na maioria das vezes ficam em desvantagem em relação aos criminosos, que estão constantemente alterando rotas e lançando mão de novas tecnologias para aliciar suas vítimas.

Outro assunto discutido neste número é a necessidade de adotar penas alternativas à prisão e de modernizar o Judiciário. Como o quadro atual é dramático, o Conselho Nacional de Justiça tomou algumas medidas de emergência, entre elas um mutirão carcerário que libertou 20 mil presos que já haviam cumprido suas penas ou que ainda nem tinham condenação.

No campo da literatura, trazemos para o leitor um pouco da trajetória e da produção do escritor Lima Barreto, cuja obra só tardiamente teve o merecido reconhecimento. A pobreza e o alcoolismo dificultaram em muito sua vida; ele chegou a ser internado num manicômio e desde cedo assumiu a responsabilidade de cuidar do pai, esquizofrênico.

Falamos ainda de Wilson Martins, talvez o mais erudito crítico literário que o Brasil já teve. Sua morte, no final de janeiro deste ano, representou uma perda imensa para a intelectualidade do país.

Abram Szajman
Presidente da Federação e Centro do Comércio do Estado de São Paulo
e dos Conselhos Regionais do Sesc e do Senac