Sesc SP

Sesc Verão 2015 traz uma programação que integra gerações, como a instalação de bambus no Sesc Campo Limpo, um espaço para a convivência e a expressão corporal 

Na infância, subir em uma árvore pode representar um desafio, um momento para descobrir os limites, tentar chegar o mais alto possível, descobrir as possibilidades do corpo, encontrar o melhor caminho para descer, e a brincadeira acaba sendo uma atividade física. Foi a partir desta tradicional brincadeira de criança que três amigos -Diná Ramos, Artur Rodolfo e Vado Pimenta- se inspiraram para criar o Parque de Bambu. Eles sonhavam em montar estruturas para serem exploradas livremente pelas pessoas, que se tornassem um espaço para a expressão corporal, a experimentação e a convivência.

Assim como o tema desta edição do Sesc Verão “esporte tem idade: todas”, o Parque também é para o público de todas as idades. Esse será o desafio lançado para quem quiser experimentar ficar em planos diferentes. Em entrevista à EOnline, a integrante do projeto, Diná Ramos, 40 anos, falou sobre as possibilidades do Parque: “As atividades que serão desenvolvidas não possuem restrições. Claro que não deixaremos uma criança pequena, um idoso ou até mesmo um adulto sem experiência ficar de cabeça para baixo no primeiro dia, mas no segundo, com auxílio dos técnicos, quem sabe".

Além de vivenciar o Parque, as pessoas poderão conhecer o processo de construção das estruturas de bambu. “Usamos técnicas simples de corte e amarração que podem ser facilmente aprendidas.”, afirma. A ideia é que qualquer pessoa aprenda as técnicas e conheça os materiais necessários para produzir a sua pirâmide em casa e brincar livremente nela todos os dias.

Durante as vivências, os participantes são instigados com pequenos desafios, através de percursos sugeridos, que são executados por movimentos de um ponto mais fácil para outro cada vez mais difícil. Para Diná estes desafios são importantes: “Não acreditamos em uma prática enfadonha, sem sentido, por isso o componente lúdico, a provocação, os pequenos desafios e obstáculos são elementos marcantes da prática no Parque de Bambu". As diferentes estruturas permitem subir, escalar, pendurar, trepar, balançar, saltar, pular, equilibrar-se, ficar de cabeça para baixo, ou apenas espreguiçar, parar, contemplar, dançar, sentir e trocar.

O projeto teve sua primeira implantação em 2013 durante o Festival Baixo Centro, quando colocaram a pirâmide de bambu no Minhocão. Também teve suas primeiras estruturas instaladas permanentemente em São Paulo: três estruturas, cada uma com 3 metros de altura e 3 metros de base, na Praça da Nascente (Praça Homero Silva), na Pompeia. Para Diná, a convivência proporcionada pela instalação em locais compartilhados potencializa encontros, trocas de experiências e aprendizados mútuos.

É um convite para buscar o movimento com alegria, prazer e sabedoria. E ela garante que não tem como resistir à brincadeira “Por tudo o que já vimos, podemos afirmar: seja adulto, jovem, criança ou idoso é impossível chegar perto do Parque de Bambu sem se sentir convidado a brincar - o chamado da dimensão lúdica da vida ali é uma divertida e deliciosa realidade”.