Sesc SP

O que faz da carreira de Stanley Kubrick ser uma das mais brilhantes da história do cinema? As longas e belíssimas tomadas de Barry Lyndon (1975), o suspense e a fotografia impecável de O Iluminado (1980), os incríveis efeitos visuais de 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968), ou o sarcasmo e a intensidade de Laranja Mecânica (1971)? É uma tarefa difícil definir com apenas um motivo.

Mas, para ajudar a clarear um pouco a cabeça dos cinéfilos, essas quatro obras foram abordadas na oficina Kubrick em 4 filmes, ministrada por Sérgio Alpendre, que aconteceu nos dias 21 e 28/02 e 07 e 14/03/15 no Sesc Belenzinho! Foram quatro encontros repletos de discussões interessantes seguidas de muita análise sobre detalhes e curiosidades de um dos mais renomados diretores de todos os tempos.

Foto: Barbara Demerov

Sérgio Alpendre é crítico de cinema, professor, pesquisador e jornalista. Fundou e editou a revista Paisà (2005-2008), foi redator da Contracampo de 2000 a 2010, colaborador da revista Bravo e dos cadernos Ilustrada e Mais da Folha de São Paulo. Foi curador das mostras Retrospectiva do Cinema Paulista e Tarkovski e Seus Herdeiros. Atualmente, edita a revista virtual Interlúdio e é colaborador do portal UOL Cinema e do Guia da Folha. Sobre a experiência desenvolvida ao longo dos encontros, Sérgio afirmou que “nunca tinha dado curso em que cada aula fosse relacionada a cada filme. A vantagem desse tipo de curso é que podemos ir mais fundo nos filmes, no que eles têm de enigmáticos, e mesmo assim arriscar algumas leituras possíveis”.

Além de falar sobre as obras cinematográficas, Sérgio exibiu diversas cenas de cada um dos filmes, principalmente o início deles, contou que a abertura diz muito sobre a história em si e o que pode acontecer dali para frente. Tal atitude refrescou a cabeça dos presentes, especialmente na hora de dialogar, refletir ou até perceber um detalhe novo.

Stanley Kubrick nasceu no ano de 1928 e faleceu em 1999. Foi cineasta, produtor, roteirista e fotógrafo. Kubrick, que estreou no ramo cinematográfico com curtas-metragens aos 22 anos, também era conhecido por seu perfeccionismo e persistência, principalmente na parte técnica de suas obras. Mesmo tendo sido indicado inúmeras vezes ao Oscar e só levando o prêmio uma única vez pelos efeitos visuais em Uma Odisseia no Espaço, sua filmografia inclui 12 filmes únicos, importantes e meticulosamente trabalhados, cada um à sua maneira. Seus longas-metragens (não só os que foram abordados na oficina) não perdem o tom atual e facilmente continuarão dessa forma para a sociedade e para a crítica. Sobre o maior feito que o cineasta conquistou, Sérgio Alpendre opina: “Creio que a principal importância é a de conseguir produzir obras pessoais e profissionais com certa independência de Hollywood. Ou seja, os filmes eram autorais e faziam sucesso, o que permitiam novos investimentos em suas obras”.

No ano passado, o Sesc Belenzinho teve o prazer de recepcionar oficinas e exibições de filmes clássicos do Neo-Realismo Italiano (leia mais aqui: http://goo.gl/5AEYRL) e uma mostra sobre Nelson Pereira dos Santos. Em 2015, além da oficina Kubrick em 4 filmes, aconteceu o Panorama do Cinema Dinamarquês. Christine Villa Santos, responsável pela programação de cinema e cultura digital do Sesc Belenzinho, nos contou como as atividades relacionadas ao cinema são feitas: “A programação do cinema sempre acontece sob um eixo temático, e as oficinas que acontecem aos sábados pela manhã, das 11h às 14h podem estar ou não vinculadas a tal eixo. Para as oficinas, nós pensamos em um processo de formação, pois nós pretendemos formar um espectador que seja crítico e consciente daquilo que está assistindo, que saiba argumentar." 

Mas a programação de cinema do Belenzinho ainda vai além. Portanto, fique ligado e aguarde - novos projetos incríveis estão chegando, cinéfilo(a)!

Sobre Christine Villa Santos: Formada em Imagem e Som pela UFSCAR, Christine sempre teve uma proximidade maior com o cinema documentário brasileiro (tema que abordou em sua Iniciação Científica). Depois de formada, seguiu estudando documentário brasileiro, principalmente aqueles produzidos no encalço do Cinema Novo, que foi seu projeto de mestrado.