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Carta ao leitor

Muito se tem falado sobre os perigos da dependência das drogas, e várias propostas têm sido feitas para combater a disseminação desse mal, que preocupa grande parte da população. A prevenção, todos concordam, é o melhor caminho, que deve merecer absoluta prioridade.

Mas tamanha unanimidade tem desprezado um ângulo importante da questão: e aqueles para os quais a prevenção já falhou? O que oferecer aos dependentes de drogas, afinal suas maiores vítimas?

Para eles, infelizmente, o poder público tem reservado mais ameaças policialescas que a indispensável atenção médica, dizem os profissionais entrevistados pela nossa reportagem de capa. Um dos resultados desse descaso é conhecido de todos: o grande número de vítimas da epidemia da Aids infectadas ao usar drogas injetáveis.

No entanto, se a Aids aumentou o estigma social dos usuários de drogas, cada vez mais identificados como potenciais transmissores da doença, também tornou inadiável a busca de respostas para sua situação. É da maior urgência, afirmam os especialistas, enfrentar a realidade do problema.

Em outras palavras, é preciso discutir abertamente o assunto, com informações científicas em lugar dos mitos usados para "demonizar" as drogas, e cobrar das instituições públicas de saúde um tratamento adequado aos dependentes.