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Carta ao leitor

Mais que um sonhador, Chico Mendes foi um corajoso defensor da floresta e da dignidade dos povos que ela abriga no Acre. Hoje, na reserva extrativista que leva seu nome, as condições de vida dos seringueiros já melhoraram muito, e eles têm outras fontes de renda, além da coleta de látex. Apesar disso, são necessárias novas alternativas para que eles possam continuar a tirar seu sustento da natureza, sem agredi-la. É esse o assunto da reportagem de capa, que mostra ainda um pouco do cotidiano dessas pessoas.
Em outra matéria, esta edição faz um apanhado das iniciativas, públicas e privadas, que têm como meta facilitar o acesso da população brasileira ao livro. Afinal, num país onde o hábito da leitura é pouco difundido, o nível cultural médio do povo é baixo e, conseqüentemente, o processo de desenvolvimento fica tolhido. A decisão de reverter essa situação por certo levará a resultados positivos para a sociedade em geral, favorecendo ao mesmo tempo o mercado editorial, que há anos vem apresentando fraco desempenho.
Este número faz, ainda, o resgate de um evento histórico, ocorrido na primeira metade do século passado: o massacre de centenas de camponeses, por forças oficiais, no sertão do Ceará. Praticamente desconhecido da maioria dos brasileiros e ausente do material didático utilizado nas escolas, o fato só voltou a despertar interesse após quase sete décadas, quando o Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural do Ceará (Coepa) tombou, em março deste ano, o núcleo do sítio Caldeirão, onde vivia a comunidade de sertanejos, sob a liderança de um beato.

Abram Szajman
Presidente da Federação e Centro do Comércio do Estado de São Paulo
 e dos Conselhos Regionais do Sesc e do Senac